quinta-feira, junho 25, 2020

As Origens Irlandesas da Grande Loja dos Antigos – PARTE I

Na Irlanda, a arte da construção em pedra está estabelecida há muito tempo e podemos rastrear suas origens a aproximadamente cinco mil e trezentos anos atrás, até o magnífico complexo de templos do sol em Newgrange, possivelmente um dos primeiros edifícios construídos em pedra do mundo.
Vista superior do monumento – Newgrange
Pedra na entrada do monumento, com arte megalítica
O enorme complexo de tumbas de Newgrange, Irlanda, foi construído 1.000 anos antes das pirâmides surgirem no Egito.
Vídeo sobre Newgrange da National Geographic – https://www.youtube.com/watch?v=KVXWZkwV0RQ
É interessante destacar que todos os anos, quando o sol nasce no solstício de inverno – o dia mais curto e a noite mais longa do ano – a luz do sol brilha através de uma abertura precisamente colocada nas paredes de pedra, iluminando o longo corredor da tumba. O alinhamento solar ainda é muito preciso, se comparado a outro locais que também possuem alinhamento com o sol.
Corredor iluminado no solstício de inverno
Por que os irlandeses antigos teriam construído túmulos enormes alinhados com os raios do sol?
Embora contivessem restos humanos, nem todos os túmulos de passagem eram apenas lugares de descanso para os ricos e famosos. De fato, em muitos deles se realizavam rituais anualmente. Os historiadores não sabem ao certo se Newgrange foi utilizado para realização de rituais, mas é possível que as pessoas se reuniram no local, no solstício, para dar as boas-vindas ao renascimento do sol.
A intenção aqui é dar a todos uma amostra das origens da Maçonaria na Ilha da Irlanda e, em seguida, destacar as ligações e influências da Grande Loja da Irlanda na formação da Grande Loja dos Antigos em Londres no ano de 1751. Faremos isso nos referindo a alguns dos artefatos e registros sobreviventes ainda preservados nos corredores e nos aposentos da Irlanda, ilustrando como a Irlanda passou a desempenhar um papel tão importante no surgimento dos Antigos.
As origens da Maçonaria permanecem obscuras, apesar de muitas teorias serem apresentadas regularmente por pesquisadores de todo o mundo. Uma nova tese interessante, pesquisada na Irlanda e apresentada por Chris McClintock, destaca as muitas semelhanças entre o ritual de uma moderna loja irlandesa e as atividades dos sacerdotes antigos, que registravam o nascer e o pôr do sol diariamente para construir perfis climáticos ano após ano. Ao examinarmos as ferramentas e atividades diárias usadas pela classe sacerdotal, podemos ver fortes semelhanças com as atividades dentro da Loja maçônica.
Um dos nossos primeiros artefatos maçônicos sobreviventes, a Baal’s Bridge Square, foi recuperado no ano de 1830, a partir das fundações da medieval Baal’s Bridge, uma ponte que havia sido construída ao estilo da famosa e velha Ponte de Londres (que colapsou no grande incêndio de Londres de 1666).
Pintura – Baal´s Bridge – Irlanda – 1830
Pintura – London Bridge – Inglaterra – 1632
O antigo esquadro de latão foi localizado no canto leste da fundação do cais do norte, em King´s Iland ou cidade inglesa do lado do rio Shannon, atravessando o centro da cidade de Limerick. Este fascinante artefato antigo, com a data 1507, tem a seguinte inscrição: “Vou me esforçar para viver com amor e carinho, sobre o nível, pelo esquadro”. Essas palavras ainda ressoam na Constituição irlandesa até os dias atuais.
Do mesmo modo, em 1921, é registrada a descoberta de um medalhão de carvalho, localizado nas ruínas de uma antiga cabana nos arredores da vila de Dromore, no Condado de Tyrone, Irlanda do Norte. A descoberta parece ter sido bem documentada na época com declarações formais de vários irmãos locais de Trillick, Lisnahanna, Enniskillen e do Vice Grão-Mestre Provincial de Tyrone e Fermanagh.
Esse medalhão tem a data de 1517 e, em ambas as faces, uma infinidade de símbolos maçônicos, incluindo os usuais símbolos de mortalidade. Aqui, novamente, encontramos outros artefatos intrigantes, sugestivos de uma longa história da Maçonaria na Irlanda.
No Trinity College, em Dublin, ainda existem registros datados de 1688, de um discurso em latim feito por um um estudante, candidato a bacharel, que zomba da vida universitária da época. O que nos interessa desse registro, são as referências à Maçonaria, de sua filiação especulativa, e o fato de que naquele momento haver duas variedades disponíveis – a maneira “antiga” e a “nova”. Isso pode muito bem ser uma referência à evolução do operativo para o especulativo, ou até mesmo se referir ao cenário político em andamento no momento que antecedeu a “Revolução Gloriosa” em 1690. De qualquer forma, é uma afirmação importante do longo estabelecimento da Maçonaria em uma das mais antigas universidades irlandesas, comprovando que o assunto era algo comum as pessoas da época.
Claramente, esse foi um período em que as lojas estavam se tornando mais comuns em todo o país. Alguns dos nobres mantinham suas próprias lojas em suas casas para o benefício de sua família, amigos e partidários. Uma dessas lojas se reunia em Doneraile Court, no condado de Cork, lar de Sir Arthur St Leger, 1º Visconde Doneraile, nos primeiros anos do século XVIII.
The Lady Freemason
A filha de Sir Arthur, Lady Elizabeth, estava na biblioteca um dia e adormeceu ao sol quente da tarde. Quando ela acordou, ouviu vozes e ocorreu-lhe que o que ela ouvia poderia ser as vozes dos irmãos, membros da loja de seu pai, quando se encontravam em outra parte da biblioteca.
Eles estavam concedendo o grau de Companheiro de Ofício a um membro da loja e, à medida que o grau prosseguia, Lady Elizabeth ficou cada vez mais concentrada. Em determinado momento, ela tentou sair da biblioteca, mas ao abrir a porta, foi detida pelo velho mordomo de seu pai, que estava do lado de fora agindo como Tyler (Cobridor Externo). Seu pai e o restante dos oficiais ficaram em uma situação difícil, mas decidiram levá-la de volta para a “sala da loja” e, depois que ela assumiu os juramentos necessários, eles fizeram dela um Companheiro de Ofício e pelos sessenta e três anos seguintes de sua vida, ela cumpriu fielmente suas responsabilidades como um “maçom”.
Ao contrário de muitas outras histórias de mulheres que supostamente eram maçons, a história da Lady Elizabeth está bem registrada, com seu nome aparecendo em muitas das publicações maçônicas da época, como um membro da fraternidade.
Em um acervo guardado em Tuckey Street, na cidade de Cork (Irlanda), o avental e a jóia do peito pertencem a Lady Elizabeth e, no segundo andar, há uma pequena cadeira ornada com um dossel que foi usada por Lady Elizabeth. Situada no chão, em frente ao trono do bispo na catedral de St. Fin Barre´s, está fixada uma placa memorial de bronze, para a memória de Lady Elizabeth, e registra sua entrada na Maçonaria na loja de seu pai no ano de 1712.
Análise das Constituições – Irlanda x Inglaterra
Um aspecto interessante é a existência de um sistema de três graus desenvolvido na Irlanda por volta do ano de 1711. Prova documental foi encontrada nas coleções do Trinity College, Dublin, e foi submetida a uma inspeção muito detalhada pelos irmãos do Quatuor Coronati Lodge no início do século XX. Aqui, encontraremos muitos assuntos que somente apareceram nos rituais inglês e escocês, em data consideravelmente posterior. Knoop, Jones & Hamer em seu trabalho “The Early Masonic Catechisms”, fornecem uma cópia completa deste breve catecismo, que havia sido publicado anteriormente na íntegra nas Transações da Loja Irlandesa de Pesquisa CC, de 1924. Leia a matéria do Prumo de Hiram sobre o MS Trinity College.
Vale a pena observarmos que o estimado Dr. Anderson, no prefácio das Leis e Constituições de 1723, reivindica o fato de que ele usou alguns dos antigos registros irlandeses na preparação de seu novo livro. Como muitos sabem, as alegações de James Anderson nem sempre foram confirmadas por fatos subsequentes. No entanto, é muito interessante que ele sentiu a necessidade de mencionar a Irlanda como uma fonte inicial de regularidade maçônica, se na verdade a Maçonaria ainda não era bem conhecida na Irlanda na época.
Em 1725, encontramos o primeiro registro independente da existência da Grande Loja da Irlanda. No Journal Faulkner’s Dublin, em 24 de junho de 1725, há um registro da Instalação do Conde de Rosse como Grão-Mestre da Grande Loja da Irlanda, com toda a pompa e cerimônia que se esperaria do século XVIII. Ao ler o artigo, rapidamente se torna aparente que essa não é a Constituição da Grande Loja da Irlanda, mas, de fato, um registro da instalação de um Grão-Mestre em uma organização pré-existente.
Em 1730, John Pennell, Grande Secretário da Grande Loja da Irlanda, publicou suas Leis e Constituições. Curiosamente, elas seguem a edição de J. Anderson de 1723 de várias maneiras, mas em algumas questões bastante particulares, eles diferem substancialmente e refletem a Maçonaria trabalhada na Irlanda na época. A Maçonaria irlandesa era amplamente católica romana e os juramentos refletem esse ponto. Na introdução de suas constituições, há um lema latino muito apropriado, “Fraternitatem Diligite” – Amor e Fraternidade. Aqui, escrito sucintamente em meras duas palavras, está um lema que condensa todo o ensino do Craft.
Frontispício das Constituições da Grande Loja da Irlanda – 1730
O frontispício do livro de Pennel mostra o deus sol, em sua carruagem, cruzando os céus da manhã à noite e, abaixo dele, o Grão-Mestre entregando a constituição da Grande Loja da Irlanda a seu sucessor. Nesse caso, teria sido Richard 1º Conde de Rosse (no final de seu segundo mandato como Grão-Mestre) entregando a James, 4th Lorde de Kingston, seu sucessor eleito. No entanto, não apenas vemos uma representação do evento real, mas também recebemos uma alegoria da mudança, da metade clara para a metade escura do ano. Aqui, novamente, podemos aprender um pouco com essa imagem, considerando o número e a localização dos conjuntos de colunas, o Arco Real à distância e a importância dada à pedra angular.
John Pennell faz uma dedicatória importante na frente de seu livro, onde exorta seus Irmãos a “agir como homem, andar na linha, permanecer no prumo, viver no esquadro e nivelar sua amizade até o fim dos tempos” e que “enquanto aqui, eles constroem para si mesmos e habitam em tabernáculos terrenos, garantirão uma habitação eterna não feita com as mãos”. É minha opinião que essa escolha de palavras, além do simbolismo associado, foi feita a medida em que se traçava um roteiro claro para os conhecedores, apontando-os para o objetivo de um arco bem construído.
Um aspecto importante deste livro, e subsequente repetido em outras obras maçônicas irlandesas, é a presença de uma extensa lista de assinantes, com quatro páginas, totalizando cerca de 136 nomes de irmãos de toda a ilha da Irlanda. Entre este número estão dois escudeiros (Esquires), dezoito cavalheiros, três clérigos, um capitão militar, vários comerciantes, seis oficiais não comissionados e o restante são senhores.
A oração feita na abertura da loja e na iniciação de um irmão, aparece pela primeira vez na página 52 do trabalho de Pennell. Douglas Knoop, nas páginas 244-245 de seu excelente trabalho “The Genesis of Freemasonry”, é da opinião de que, como as Constituições de Pennells eram as Constituições da Grande Loja da Irlanda, era razoável supor que essa versão da Oração de Abertura era comum em todas as lojas irlandesas. A oração em si tem caráter trinitário e, como o trabalho de Anderson era de natureza deísta, não deveria surpreender que Anderson não fizesse referências à oração.
Em 1723, fica claro por Anderson que o grau de Companheiro é o mais alto grau do Craft então usado em Londres. Por exemplo, ele observa que:
1. Nenhum irmão pode se tornar um vigilante até que ele tenha sido Companheiro.
2. O Tesoureiro e o Secretário deverão, cada um, ter um assistente, que deverá ser um Irmão e Companheiro.
3. Na ausência dos Grandes Vigilantes, o Grão-Mestre ordenará que outros Vigilantes atuem como Grandes Vigilantes (pro tempore), cujos postos deverão ser ocupados por dois Companheiros da mesma Loja, convocados para atuar.
Agora, vamos olhar brevemente para a constituição da Grande Loja da Irlanda (Pennell):
4. No 4ª regulamento -. . . de ser feito irmão (aprendiz), e companheiro e, no devido tempo, mestre; e quando qualificado, ele pode chegar à honra de ser um vigilante, então Mestre de sua loja.
Como observamos anteriormente, Anderson se refere apenas a um “Irmão” e “Companheiro de Ofício”.
Já na Constituição de Pennel, há uma separação entre ser mestre, ser vigilante e ser mestre de loja, assim demonstrando que o terceiro grau, observado no manuscrito do Trinity College de 1711, foi reconhecido em 1730 pela Grande Loja da Irlanda e em uso geral pelos irmãos.
As primeiras cartas constitutivas
Costuma-se creditar à Grande Loja da Irlanda a introdução de patentes (cartas patente ou constitutivas), a autoridade por escrito adequadamente constituída de uma Grande Loja, emitida a um grupo de Irmãos, permitindo que eles se reunam como uma loja e conduzam os trabalhos de uma loja.
Estritamente falando, isso não é bem verdade, pois sabemos que a Lodge Mother Kilwinning Nº0 tinha o hábito de emitir algum tipo de carta patente para as lojas filhas dela na segunda metade do século XVII, autorizando-as a se reunir como um organismo devidamente constituído. No entanto, Kilwinning não emitia leis e constituições, nem provia outras funções de uma Grande Loja, então coube à Grande Loja da Irlanda formalizar o requisito de cartas patentes e aplicar o uso delas em toda a sua área de controle.
As patentes eram geralmente de dois tipos, as “fixas”, emitidas para uma cidade ou vila específica ou as “itinerantes”, anexadas a um exército ou outro corpo militar. Foi desse ponto de partida, em 1731, que a Grande Loja da Irlanda liderou a expansão da Maçonaria em todo o mundo conhecido.
Vamos refletir sobre os primeiros registros da emissão de patentes pela Grande Loja da Irlanda. Em 1732, a patente nº 11 foi emitido para o Primeiro Batalhão Real Escocês, iniciando os vínculos com esse regimento, que continuariam até o ano de 1847. No mesmo ano, a patente nº 12 foi emitida para o Regimento de Infantaria do Major General Dalzeel. Um ano depois, em 1733, a patente nº 23 foi emitida para o Regimento do Coronel Hamilton, que mais tarde se tornou o 27º regimento de fuzileiros navais reais.
Então, em 1734, a patente nº 33 foi emitida para o 21º regimento, mais conhecido hoje como os fuzileiros escoceses reais. Dessa maneira, a vanguarda da Maçonaria Irlandesa viajou na dianteira do Exército Britânico, pois garantiu a segurança da Inglaterra e de suas muitas colônias em todo o mundo.
Hoje, na Grande Loja da Irlanda, diz-se que “O Sol nunca se põe na Maçonaria Irlandesa”, com lojas ativas em lugares tão diversos quanto o Caribe, Gibraltar, Nigéria, Gana, África do Sul, Hong Kong, Índia, Cingapura, Austrália e Nova Zelândia. No passado, existiam lojas na Inglaterra, Escócia, Ilha de Man, Europa, Américas, África e Austrálasia.
Eventos que influenciaram a formação da Grande Loja dos Antigos
Enquanto isso, na Inglaterra, no final da década de 1730, os Irmãos na Grande Loja de Westminster estavam frustrados com o número de maçons irlandeses trabalhando em Londres que buscavam assistência financeira de sua Grande Loja. Por fim, em 1730, eles fizeram mudanças unilateralmente, para impedir que a prática do dinheiro da caridade estivesse disponível para os irmãos da Grande Loja da Irlanda.
Samuel Prichard publicou sua exposição “Maçonaria Dissecada” no mesmo ano, na qual ele alegou dar um relato imparcial dos procedimentos regulares ao iniciar novos membros nos três graus de Maçonaria. Esse trabalho tornou-se muito popular entre os maçons ingleses, que o usavam como um memorando auxiliar, assim como muitos não-maçons que queriam aprender seus segredos.
Isso causou grande preocupação aos que estavam com sob autoridade na Grande Loja de Londres e Westminster, que então decidiram fazer uma série de mudanças significativas nas palavras de passe, sinais e símbolos de seus rituais, dos quais somente os maçons, membros de Lojas sob seu controle estariam cientes. Essas mudanças tiveram um efeito significativo em seu ritual, interrompendo as lições contidas nele e colocando a Grande Loja de Westminster em desacordo com seus Irmãos na Irlanda.
Em 1735, uma série de manuais maçônicos foi publicada pelo irmão William Smith sob o título “The Pocket Companion”, emitido em Dublin em 1735, para o uso dos maçons irlandeses. Quase simultaneamente foi emitido um “The Pocket Companion” em Londres, para uso dos maçons ingleses; e o “The Book M”, foi publicado em Newcastle upon Tyne em 1736, para uso dos Irmãos no norte da Inglaterra.
Esses livros têm diferenças regionais em detalhes, mas geralmente são substancialmente idênticos na legislação e no dogma. Isso é um clara prova de que praticamente não haviam grandes diferenças rituais naquela época. No entanto, ele não estava ciente das grandes mudanças, feitas no ritual em Londres, pela Grande Loja de Westminster.
No mesmo ano em que “The Pocket Companion” foi lançado, a Grande Loja de Westminster recusou a admissão ao Mestre e aos Vigilantes de uma loja irlandesa, em sua reunião de 11 de dezembro de 1735, afirmando que eles não poderiam conceder a admissão a menos que os Irmãos envolvidos quisessem ser “iniciados” sob a nova Constituição de Westminster.
James Anderson não ficou nada satisfeito com a publicação irlandesa e apresentou uma queixa em 14 de fevereiro de 1735, na qual afirmou que “um tal William Smith, dito maçom, sem seu conhecimento ou consentimento, havia pirateado uma considerável parte da constituição da Maçonaria, em prejuízo do referido irmão Anderson”.
Assim sendo, William Smith reteve a edição de seu volume irlandês até conseguir a bênção de Henry Barnwal, Lorde Visconde de Kingsland, Grão-Mestre da mais antiga e respeitável fraternidade de maçons livres e aceitos da Irlanda. Isso parece ter resolvido seus problemas na Irlanda e a edição irlandesa vendeu muito bem.
Fizemos anteriormente, uma referência rápida à Maçonaria do Arco Real e, neste momento, gostaria de chamar sua atenção para a mais antiga história na Irlanda. Primeiro encontramos a menção do Arco no volume de Constituições de Pennell de 1730. Ali encontramos a frase “E que o cimento da Irmandade seja tão bem preservado que todo o corpo possa permanecer como um Arco bem construído”. Essa afirmação deve ser considerada em conjunto com a capa usada por Pennell (e Anderson), que mostra os Grão-Mestres em pé sob um arco e a vista das colunas que sustentam o edifício maçônico termina em um “Arco Bem Construído”, ornamentado com uma pedra angular inconfundível.
O irmão Philip Crossle escreveu extensivamente sobre o grau do Arco Real e sustentava que os trabalhos maçônicos irlandeses sempre continham um elemento do que chamamos agora de Ritual do Arco Real. Na sua forma mais antiga, ele foi trabalhado na Irlanda como parte do grau de Mestre, permitindo ao Mestre uma oportunidade de recuperar o que foi perdido. No entanto, no momento em que encontramos mais referências a “Excelentes maçons transportando o Arco Real” em uma reportagem do jornal de Youghal, relatando um desfile do Dia de São João em 1743, observa-se claramente que o funcionamento do Arco Real progrediu para um grau totalmente separado.
Continua na Parte II (em breve)

quarta-feira, junho 24, 2020

Conheça a Ordem dos Sacerdotes Cavaleiros Templários ou KTP – Holy Royal Arch Knight Templar Priests


O nome oficial desta organização é Holy Royal Arch Knight Templar Priests and Order of Holy Wisdom. São duas ordens maçônicas administradas por um Grande Colégio.
A abreviação oficial da Ordem é H.R.A.K.T.P. ou, simplesmente, K.T.P., sendo respectivamente Sacerdotes Cavaleiros Templários do Sagrado Arco Real, também chamada apenas por Sacerdotes Cavaleiros Templários. Já a Ordem da Sagrada Sabedoria (Order of Holy Wisdom) é conhecida pela abreviação O.H.W.
Esta é uma organização honorária e com admissão somente por convite e com limitações de membros, não podendo ser solicitado ingresso. Os membros são selecionados e convidados com base em um excelente desempenho como maçons. O limite de Membros Regulares em um Tabernáculo é de 33 membros.
A Ordem é liderada por um Grande Sumo Sacerdote, apoiado por vários oficiais designados do Grand College (Grande Colégio), incluindo os Grandes Superintendentes dos seus vários Distritos. Os corpos rituais da Ordem são chamados Tabernáculos. O líder do Tabernáculo é chamado de Sumo Sacerdote e é principalmente assistido por sete oficiais dos Pilares, uma característica distintiva e integral da Ordem.
As qualificações para que um candidato ingresse na Ordem, são:
1) Ser Mestre Maçom há pelo menos 3 anos;
2) Ser Maçom do Arco Real (Inglês) ou Real Arco (Americano);
3) Ser Cavaleiro Templário (KT Inglês ou Americano); e
4) Professar a Fé Cristã Trinitária.
Anteriormente, era um requisito universal que os candidatos fossem Mestres Instalados de uma loja simbólica. Este requisito foi alterado pelo Grande Colégio em 2015, de modo que os candidatos devam apenas ser mestres maçons há pelo menos de 3 anos. Alguns distritos, por sua própria deliberação, ainda exigem que seus candidatos sejam Mestres Instalados em Loja Simbólica. No entanto, todos os candidatos devem ser maçons dedicados e experientes que tenham demonstrado essas qualidades em suas carreiras maçônicas até o momento.
A Ordem é administrada pelo Grande Colégio Inglês (Grand College HRAKTP), cuja sede fica localizada no condado de North Yorkshire, Inglaterra, e opera em todo o mundo, com Tabernáculos formados em países como Austrália, Bahamas, Bolívia, Brasil, Canadá, Alemanha, Hong Kong, Ilha de Man, Jamaica, Espanha, Malásia, Holanda, Nova Zelândia, Escócia, Cingapura, África do Sul, Costa do Marfim e Togo.
Em 1935, Grande Colégio Inglês autorizou a formação de um Grande Colégio nos EUA, chamado Grand College of América, que possui uma pequena diferença para o ingresso de membros do KTP Americano, em relação ao KTP Inglês, o que abordaremos mais adiante neste artigo.
De acordo com o Yearbook do Grande Colégio Inglês, no Brasil existem 5 distritos: District 47 Brazil – São Paulo, District 54 Brazil – Rio, District 55 Brazil – Centro Norte, District 56 Brazil – Sul Leste e District 57 Brazil Norte-Nordeste com 16 Tabernáculos do KTP Inglês e não existem Tabernáculos filiados ao KTP Americano. (Dados de 2019)
Ritual da Ordem
O ritual da Ordem, desde a abertura do Tabernáculo até o seu fechamento, é profundamente cristão por natureza, ligando a figura mística de Melquisedeque com a de Cristo – Rei da Justiça – Rei da Paz. Após o maçom depor sua espada como Cavaleiro Templário ele assume o papel de propagador da Luz com o Sacerdócio Maçônico, no que é também conhecido como Maçonaria Branca (em contraposição à Maçonaria Azul das Lojas Simbólicas e a Maçonaria Vermelha dos outros Altos Graus). Talvez esses graus sejam o Nec Plus Ultra da Maçonaria Anglo-Saxã.
Suas cerimônias de abertura e encerramento estão centradas na leitura de várias partes da Bíblia, tanto do antigo, quanto do novo testamento. A cerimônia de recepção toma a forma de um maçom fazendo uma peregrinação em torno dos sete pilares que se formam o centro do tabernáculo. Uma vez investido, mais trinta e um graus são conferidos a ele, além de uma explicação sobre o símbolo da Ordem, o triângulo equilátero.
Cada Tabernáculo tem um Sumo Sacerdote, um ofício geralmente ocupado por um ano, e sete Pilares, além de um Guarda Interno – equivalente ao Cobridor Interno das lojas simbólicas – entre outros. O ritual é, como já foi observado, profundamente de natureza cristã e provoca uma grande quantidade de pensamentos a respeito de nossa existência no serviço de Cristo.
Graus
A Ordem controlava historicamente trinta e dois graus, dos quais apenas um, o grau 32, de Sacerdote Cavaleiro Templário do Sagrado Real Arco, agora está sendo “trabalhado”, os demais graus são passados por comunicação e considerados graus anexos. Esses graus são:
I° – Mestre do Funeral
II° – Mestre Azul ou Cavaleiro de Salomão
III° – Mui Excelente Mestre
IV° – Excelente Maçom e Mestre dos Véus
V° – Sublime Mestre ou Lutador de Jacó
VI° – Marca Fugitiva
VII° – Arquiteto
VIII° – Ordem do Cordão Escarlate ou Cavaleiro de Raab
IX° – Cavaleiro dos Três Reis ou O Equilibrado
X° – Cavaleiro do Norte
XI° – Cavaleiro do Sul
XII° – Cavaleiro de Patmos ou Philippi
XIII° – Cavaleiro da Redenção
XIV° – Cavaleiro da Morte ou Elysium
XV° – Cavaleiro do Santo Sepulcro
XVI° – Cavaleiro da Marca Cristã
XVII° – Cavaleiro de Betânia
XVIII° – Cavaleiro do Real Azul da Prússia
XIX° – Cavaleiro de Eleusis
XX° – Cavaleiro da Palestina
XXI° – Cavaleiro de São João, o Batista
XXII° – Cavaleiro da Cruz
XXIII° – Cavaleiro da Cruz Negra
XXIV° – Cavaleiro da Cruz Branca
XXV° – Cavaleiro da Cruz Branca de Torpichen
XXVI° – Cavaleiro da Cruz Suspensa da Babilônia
XXVII° – Cavaleiro da Cruz Vermelha de Jerusalém
XXVIII° – Cavaleiro da Cruz Vermelha ou Roseae Crucis
XXIX° – Cavaleiro da Cruz Tríplice
XXX° – Grã-Cruz de São João
XXXI° – Libertos de Harodim
XXXII° – Sacerdote Cavaleiro Templário do Sagrado Arco Real
Paramentos do KTP
Um sacerdote cavaleiro templário veste uma túnica branca com uma cruz vermelha na frente, um manto branco liso e uma mitra com uma cruz na frente e nas costas. Um Sumo Sacerdote usa uma mitra mais alta com uma cruz patriarcal, enquanto os titulares de grande patente são distinguidos por detalhes adicionais na mitra apropriados ao seu status. A classificação na Ordem da Sagrada Sabedoria é indicada pela cor de um cordão usado pelos membros nas reuniões.
O vestuário dos Sacerdotes Cavaleiros Templários é uma túnica semelhante em todos os aspectos à usada nas Ordens Religiosas, Militares e Maçônicas Unidas do Templo – Cavaleiro Templário.
A túnica deve ter o comprimento total do braço, com uma cruz carmesim de 120 a 153 mm de comprimento. Um manto branco puro com capuz, cujo revestimento também deve ser de cor branca pura.
Os cordões para prender o manto sobre os ombros do sacerdote também devem ser de corda branca. O manto deve ter comprimento suficiente para cobrir os joelhos e não traz a cruz do manto dos Cavaleiros Templários.
A mitra deve ter 216 mm de altura com uma Cruz Carmesim na frente e nas costas. A mitra de um sumo sacerdote e/ou de um past sumo sacerdote deve ter 305 mm de altura com uma cruz patriarcal, as cruzes sendo aparadas com tranças divinas. Todas as mitras devem ter duas fitas brancas de 152 mm na parte traseira, 45 mm de largura na mitra, afinando para 33 mm no final, sempre adornadas com borlas douradas.
Os oficiais do Grande Colégio devem usar croziers cruzados em bordado dourado ou metal dourado, dimensionados para caber um quadrado de 76 mm, no centro da cruz inferior nas mitras com o número do pilar de seu grand rank diretamente acima. Os Grandes Superintendentes e seus oficiais também possuem indicação de seus cargos nas mitras.
História da ordem KTP – Grande Colégio Inglês

1700
Nos primeiros dias, era também conhecida como Ordem Sacerdotal (Priestly Order) e era referida nas cerimônias dos Altos Cavaleiros Templários (High Knights Templar) na Irlanda, em 1755.
A Ordem iniciou na Escócia por volta de 1800 em Kilmarnock e depois se estendeu a Glasgow e Edimburgo.

1800
Em 1807, o Primeiro Grande Conclave da Escócia emitiu uma autorização para o Acampamento de Cavaleiros Templários de Joppa em Sunderland, com autoridade para trabalhar vários graus, incluindo o Cavaleiro Templário (KT). Em 1812, os membros de Newcastle upon Tyne solicitaram ao Grande Conclave da Inglaterra por uma carta constitutiva. Isso foi concedido em nome do Acampamento Real de Kent.

Existem evidências de que ele foi trabalhado no final do século XVIII e início do século XIX na Inglaterra, Escócia, Irlanda, Grécia, França e provavelmente nos Estados Unidos e Canadá. A Ordem tornou-se moribunda na década de 1890, sendo o último trabalho conhecido em Lancashire.

Antes de 1894, a Ordem do Sacerdote Cavaleiro Templário (KTP) traçou suas origens até County Down, Irlanda, em 1792. Mais de 60 grupos de KTP´s foram localizados na Irlanda, com apenas um pequeno número sob o Grande Acampamento Irlandês e menos ainda sendo unidos a uma ou mais lojas. Durante esse período, não houve órgão governante para a Ordem.

Na sexta-feira santa, 23 de março de 1894, Henry Hotham, um maçom proeminente de Yorkshire, era aparentemente o último sacerdote cavaleiro templário conhecido. Sendo o último Sumo Sacerdote, ele admitiu nove Cavaleiros na Ordem (sob a autoridade de uma das Regras Originais da Ordem).

O Tabernáculo revivido, consciente dos esforços do Conselho dos Graus Maçônicos Aliados (AMD) em Londres para fundar um Grande Conselho de Ritos, concordou que, com seus 24 Graus Anexos, se tornaria o “Tabernáculo Real de Kent de Tempos Imemoriais”. Após um curto período de controle pelo Grande Conselho dos Graus Maçônicos Aliados (AMD) e, por mútuo consentimento, se separou e se tornou o Grande Colégio.

1900
O desenvolvimento da Ordem foi muito lento no começo, mas logo começou a assumir sua mais ampla forma internacional, com os quatro primeiros Tabernáculos da Nova Zelândia entre 1930 e 1944 e a Austrália ingressando em 1949.

O progresso da Ordem continuou muito lentamente, mas de maneira constante, a partir de 1951 pelos próximos 10 anos, mas, no início dos anos 60, sob nova liderança dinâmica, o ritmo de expansão aumentou e continuou até hoje, com o número de Tabernáculos agora em 251, distribuídos por diversos países.

É triste que não exista na Irlanda, onde se considera que a Ordem tenha se originado.

O Grande Colégio da Inglaterra teve sua primeira reunião em 15 de maio de 1924 em Newcastle upon Tyne.

2000
Em junho de 2014, a Ordem mudou seu nome de “Sacerdotes Cavaleiros Templários do Sagrado Arco Real ou Ordem da Sagrada Sabedoria”, para “Sacerdotes Cavaleiros Templários do Sagrado Arco Real e Ordem da Sagrada Sabedoria”.
Grande Colégio Americano – Grand College of America
Nos Estados Unidos, a primeira menção sobre o funcionamento de um tabernáculo remonta a 1829, no estado de Rhode Island.

Cinco Tabernáculos foram posteriormente constituídos entre 1840 e 1931, mas nenhum permaneceu ativo por muito tempo.

Em 31 de outubro de 1931, o Sacerdote Cavaleiro Templário Sidney Clifton Bingham, de Christchurch, Nova Zelândia, não tendo recebido notícias do Grande Colégio Inglês por vários anos, pensou que este deveria ter fechado. Sendo assim, ele admitiu na ordem, John Raymond Shute II, John Edward Allen e Luther Thompson Harstell Jr., três Cavaleiros Templários (KT´s) da Carolina do Norte. Ele justificou sua ação citando o artigo 3 das Antigas Constituições de 1813, onde o artigo permitia esse ato em caso de emergência. Ele também concedeu três cartas constitutivas, constituindo Tabernáculos na Carolina do Norte.

Em 14 de maio de 1933, os Preceptores desses três Tabernáculos se reuniram em uma Convenção em Raleigh, Carolina do Norte, e concordaram em formar-se em um Corpo Soberano, o que fizeram no dia 27 do mesmo mês, constituindo o Grande Priorado da América, Ordem Sacerdotal do Templo (Great Priory of America, Priestly Order of the Temple).

Em 1934, os Sacerdotes Cavaleiros Templários descobriram que a Ordem que eles julgavam extinta ainda estava ativa na Inglaterra. Buscando uma troca de representantes, eles foram informados de que as circunstâncias de sua Constituição eram consideradas irregulares.

Uma delegação foi enviada à Inglaterra em 1935, a fim de sugerir ao Grande Colégio Inglês que eles regularizassem o corpo americano.
John Edward Allen, um sacerdote cavaleiro templário americano, foi recebido em 16 de agosto de 1935 pelo Tabernáculo Real de Kent. Ele foi instalado e recebeu uma autorização para formar o Tabernáculo dos Estados Unidos, nº 9.

Em seu retorno aos Estados Unidos, ele reconsagrou os Tabernáculos existentes usando o ritual inglês e, em 27 de outubro de 1935, qualificou todos os adeptos dos Tabernáculos anteriormente organizados.

As ações do Grande Priorado Americano foram confirmadas e, no Encontro Anual de 1936, a Patente que confirmou o reconhecimento do inglês foi finalmente exibida. Foi explicado que a jurisdição inglesa era intitulada “Grande Colégio para a Inglaterra da Ordem dos Sacerdotes Cavaleiros Templários do Sagrado Real Arco, ou Ordem da Sagrada Sabedoria” e uma nomenclatura semelhante foi adotada para a América (Grand College of America HRAKPT).

Em 2019, o Grande Colégio da América administra 83 Tabernáculos, sendo 78 Tabernáculos distribuídos pelos Estados Unidos, 2 na Itália, 1 em Portugal, 1 na Romênia e 1 no Canadá.

O número de Tabernáculos em um estado depende do número de Comandantes ativos em cada estado. A sede do Grande Colégio da América fica localizado em Bellaire, Texas, EUA. O seu presidente é chamado de Grande Preceptor.

Para ser membro da ordem nos EUA, somente por convite e limitado aos Cavaleiros Templários (KT´s), que serviram um mandato completo como Comandante de uma Comanderia, e alcançaram a honra e distinção de Past Comandante. Os convites podem ser emitidos somente após a votação unânime em uma reunião para a qual os sacerdotes cavaleiros templários receberam um aviso de um secretário listando todos os nomes dos past comandantes propostos.

A presença de três membros ativos, incluindo um Comandante Cavaleiro, constituirá um quórum em qualquer Reunião de um Tabernáculo.
A insígnia da ordem é uma CRUZ ROXA DE SALEM com um DELTA ESCARLATE sobreposta.

Ordem da Sagrada Sabedoria – Order of Holy Wisdom (OHW)
A Ordem da Sagrada Sabedoria (Order of Holy Wisdom) faz parte da Ordem dos KTP´s desde muito cedo. No entanto, antigos rituais demonstravam que eram necessárias roupas, equipamentos e instalações muito luxuosas para realizar o Grau. De fato, os requisitos eram tão complexos que não surpreende que o Grau tenha caído em desuso. Os paramentos e os móveis necessários para o funcionamento da Ordem, conforme as instruções, seriam muito caros para produzir, manter e armazenar. Eram necessárias três câmaras; um grande altar no topo de um lance de sete degraus; uma tela branca de linho fino para separar o sanctum sanctorum do corpo da Igreja representado na Primeira Câmara; batinas e mantos de várias cores. Outros acessórios e móveis incluíam: um manto de veludo preto; uma mitra grega de seda branca; e, um caixão em tamanho real capaz de abrigar e carregar o candidato.

A Ordem da Sagrada Sabedoria foi reintroduzida em 14 de junho de 2014 como uma ordem associada, bastante diferente dos demais graus anexos. A Ordem da Sagrada Sabedoria agora é conferida aos membros em uma cerimônia separada. Muitos dos móveis e acessórios foram dispensados, mas o que resta é verdadeiro para o ritual original da década de 1790. O ritual foi reescrito com habilidade para conter todos os elementos essenciais, mas capaz de ser trabalhado de uma maneira muito mais prática.

A vestimenta da Ordem da Sagrada Sabedoria é aquela usada por um Sacerdote Cavaleiro Templário, sem a Mitra, e com a adição de um cordelier eclesiástico de diferentes cores, dependendo do cargo ocupado.

Todos os sacerdotes cavaleiros templários que ingressaram em ou antes de 14 de junho de 2014 são automaticamente membros da Ordem da Sagrada Sabedoria. Aqueles que ingressarem após essa data devem ser admitidos novamente como membros da OHW. O Grau é uma qualificação necessária para o ofício de Sumo Sacerdote de um Tabernáculo. A cerimônia geralmente é realizada no nível distrital. O Grande Superintendente também é um Alto Prelado da Ordem da Sagrada Sabedoria e a frequência e localização dos graus estão sob sua direção.

Os membros da Ordem da Sagrada Sabedoria devem usar um cordão para indicar seus membros. A maioria dos membros usa cordões brancos. Mas há as variações de acordo com os cargos, incluindo os cordões verde, amarelo, azul, vermelho, roxo etc..

O Candidato, depois de purificado, é conduzido a cada um dos sete pilares onde é interrogado e concorda em cumprir certas instruções pelo resto de sua vida. É necessário o reconhecimento e aceitação de cada demanda para permitir a progressão para o próximo pilar ou estação.

É claramente visto pelos rituais que a Ordem dos Sacerdotes Cavaleiros Templários dos Cavaleiros está tecida em torno de sete pilares e que as velas formam uma parte integrante, transmitindo luz, literal e metafórica. A Ordem da Sagrada Sabedoria pode ser vista sob uma luz um pouco diferente, talvez ao considerar o layout do templo, a perambulação tomada pelo candidato e sua chegada ao Sétimo Pilar. Aqui há muita semelhança com a Árvore da Vida, os pilares dessa árvore e o traçado pelo candidato à medida que ele ascende do primeiro ao sétimo pilar. É realmente depois que ele passa neste sétimo pilar – a oitava estação – que ele recebe a Sabedoria da Ordem – Chokmah.

Deve-se reconhecer que grande parte da Maçonaria utiliza símbolos e metáforas que remontam à iluminação e ao misticismo que abundavam. Talvez esse ritual não seja diferente.

O ritual da Ordem da Sagrada Sabedoria é, da mesma maneira que todo ritual maçônico, escrito para fazer o candidato pensar e contemplar sua existência terrena. Esta Ordem certamente faz isso e da maneira mais interessante, desafiadora e divertida.
Consagração do Tabernáculo Condado de York nº 258 HRA-KTP em 01 de abril de 2014, na sede do Grande Oriente do Rio de Janeiro (GORJ/COMAB).
Foto cedida pelo irmão Rubens Caldeira Monteiro
Bibliografia:
  • The Knights Templar Priests by Harold V.B.VOORHIS, 1957
  • What is the Holy Royal Arch Knight Templar Priests, by Wylie B.WENDT, 1962
  • O.S.T. Reports, Vol. I, Grand College of America, 1935
  • The Order of the Allied Masonic Degrees, by Harold H.C.PRESTIGE, 2nd edition by Frederick SMITH, London, 1998.
  • Grand College HRAKTP (Inglês) – http://knighttemplarpriests.com/
  • Grand College of America HRAKTP – http://www.hraktp.org/
Tradução e adaptação – Luciano R. Rodrigues.
Revisão – Rubens Caldeira Monteiro – HRA-KTP

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