Pode um Maçom ser um Homem praticante de uma fé/crença? Perguntas que muitos fazem, respostas que poucos as conseguem entender, pois por isso mesmo hoje decidi apresentar-vos a visão de um Maçom, face à sua vivência enquanto Maçom e enquanto Muçulmano. O que diferencia um Maçom Muçulmano de ou outro qualquer Maçom, seja ele Cristão, Judeu, Deísta, Budista e ou apenas crentes no Grande Arquiteto Do Universo. Deixo-vos a minha opinião suportada por uma vivencia de um momento muito especial no que respeita à pratica Religiosa e a Observância Maçônica daqueles que são os princípios da Maçonaria, falo da Liberdade, da Igualdade, do Direito ao Livre Arbítrio, dos Bons Costumes e da Tolerância e Respeito. O mês de Ramadão de 1435/2014. - Um mês de Ramadão terminado! - O dia de Eid al-Fitr comemorado! E agora, agora vamos a mais um balanço: Um mês de reflexão, de observação interior e de avaliação dos limites, limites esses que nem sempre julgamos poderem ser atingidos. Um mês de auto disciplina física e intelectual, um mês onde acima de tudo a mente esteve, tanto quanto possível, apenas fixada no bem, na família, nos amigos, na partilha, no fazer o bem e deixar de lado todas as intenções e pretensões pessoais, ou seja um mês de trabalho individual para melhorar a minha postura, ação e atitude face ao colectivo e à sociedade. Pois bem, do ponto de vista pessoal e é isso que interessa, pois cada um deve começar o trabalho por si mesmo e nunca pelos outros, digo-vos que o meu Ramadão foi completado a 100%. No que respeita à convicção de fé/crença essa sai reforçada, olhando à mesma como um processo de evolução e aperfeiçoamento pessoal, no entanto esclareço que neste tema de fé/crença, cada um tem o direito em optar pelo processo/caminho que bem entender, desde que essa seja a sua vontade e opção feita de forma livre e consciente. Esta minha escolha é mais um processo, adicionado a outros, com o qual me sinto bem e através do qual tenho vindo a reforçar as minhas convicções, enquanto Homem Livre e de Bons Costumes (assim espero ser reconhecido) o qual me tem ajudado a percorrer esta minha caminhada. O que me torna diferente dos outros, findo o Ramadão?
Bem na verdade NADA!
Exatamente “NADA”, não consigo encontrar nada que me diferencie de todos os Meus Irmãos Maçons, sejam eles Cristãos, Judeus, Deístas, Budistas e ou apenas crentes no Grande Arquiteto Do Universo. Em nada e em caso algum tenho o direito, ou posso sentir-me diferente, seja para melhor e ou para pior, apenas porque escolhi este ou aquele caminho, reconheço hoje, tal como sempre fiz, todos os Meus Irmãos de igual forma, sem qualquer diferença originada por qualquer Credo, Estatuto Social, Convicção Ideológica, Clubismo Desportivo e ou Opção Filosófica. Depois desta caminhada chego à conclusão que na minha fé/crença, bem como todos os rituais e práticas executadas, em nada me tornam diferente e têm apenas os seguintes objetivos: 1 Tornar o Homem mais Humilde e menos Egocêntrico, pois a prática de nos dirigirmos ao Grande Arquiteto Do Universo, tem como principal objectivo tornar-nos mais Humildes aquando lidamos com todas as formas de vida, por Ele criadas. 2 Tornar o Homem totalmente consciente de que esta Caminhada (Vida) é apenas uma etapa de aprendizagem e que por isso mesmo devemos de olhar muito mais para o que está ao nosso lado e não apenas para o reflexo da nossa própria imagem no Espelho, pois quando a Luz se extingue também o nosso reflexo nos abandona e ai só quem está ao nosso lado e DEUS/YHVH/ALLAH, nos pode dar a mão. 3 Tornar o Homem mais consciente daquilo que são as necessidades de todos aqueles que jejuam permanentemente para lá do Ramadão, os quais jejuam infelizmente porque não tem meios para se poder alimentar, vestir e ou ter uma habitação condigna. 4 Tornar o Homem mais “Homem” e menos “Entidade Divina”, POIS neste período todos são elevados à mesma condição, O Rico, O Pobre, O Doutor, O Ignorante, O Inteligente, O sem Curso Superior, O Sacerdote, O Crente, O Homem e A Mulher, todos, mas mesmo todos, são iguais, todos passam pela mesma privação independentemente daquilo que são perante, ou aparentam ser, independentemente dos Rótulos e Medalhas com que se apresentam, ou se possam vir a apresentar no seu dia-a-dia Profano e ou Sagrado. Por isso findo este processo apenas quero deixar um registo de desejo: Que O Grande Arquiteto Do Universo nos proteja a todos das Trevas que vamos encontrando ao Longo desta nossa Caminhada (Vida), que a Luz do Sol, direta e ou na Lua refletida, nos Ilumine até que a Meia Noite do nosso Dia chegue e que lá no Oriente Eterno, onde todos nos voltemos a Reconhecer e a Reencontrar, sejamos o reflexo daquilo que aqui fizemos, pois lá seremos apenas mais uma Luz, junto de todas as outras, sem qualquer distinção, diferença e ou diferenciação. Disse! Alexandre T. |
Espaço oportunizado para aquele cuja a mente é inquieta e busca ir mais longe no conhecimento sem reservas de qualquer natureza. M. Aesculapius
terça-feira, julho 29, 2014
segunda-feira, julho 28, 2014
- CÂMARA DAS REFLEXÕES -
Seus Elementos, Símbolos e Significados
Muito provavelmente esse foi o primeiro símbolo maçônico que todos os maçons têm contato. Segue apenas meu entendimento sobre o assunto:
Como todos sabem, nós, maçons, no dia da nossa recepção na Ordem, passamos por uma série crescente de eventos durante a cerimônia de Iniciação, que têm por finalidade excitar nossa imaginação e sentidos predispondo-os para a recepção de conhecimentos não acessíveis ao comum dos homens. Para tanto, é necessário que nosso ser interior seja preparado adequadamente para poder entrar em contato com outro nível de realidade. O primeiro passo dessa preparação é ser introduzido na Câmara das Reflexões.
A Câmara, com seu isolamento, obscuridade e negras paredes, cercada de emblemas representativos da morte, permite, a quem nela adentra uma pausa silenciosa no tumulto da vida e, meditando sobre os símbolos ali expostos, dar-se conta da finitude da vida e como são sem sentido as vaidades e as paixões humanas. É por esta razão que se encontram, em suas paredes, inscrições destinadas a pôr à prova do postulante a sua firmeza de propósitos e a vontade de progredir, que têm de ser seladas num testamento.
Ao ingressar nesse recinto, o candidato é despojado dos metais que porta consigo e que o Irmão Experto recolhe cuidadosamente. Representa ao postulante o retorno ao seu estado de pureza original - a nudez adâmica - despojando-se voluntariamente de todas aquelas aquisições que lhe foram úteis para chegar até o seu estado atual, mas que constituem outros tantos obstáculos para seu progresso interior.
É o cessar de depositar sua confiança e cobiça nos valores puramente exteriores do mundo, para poder encontrar em si mesmo, realizar e tornar efetivos os verdadeiros valores, que são os morais e espirituais. É o cessar de aceitar passivamente as falsas crenças e as opiniões exteriores, com o objetivo de abrir seu próprio caminho para a verdade.
Isto não significa, absolutamente, que deva abrir mão de tudo o que lhe pertence e adquiriu como resultado de seus esforços e prêmio de seu trabalho, mas, unicamente, que deve deixar de dar a estas coisas a importância primária que pode torná-lo escravo ou servidor delas, e que deve pôr, sempre em primeiro lugar, sobre toda a consideração material ou utilitária, a fidelidade aos Princípios e às razões espirituais. Esse despojamento tem por objetivo tornar-nos livres dos laços que, de outra forma, impediriam todo nosso progresso futuro.
A entrega dos metais simboliza, assim, o despojo voluntário das qualidades inferiores, dos vícios e paixões, dos apegos materiais que turvam a pura Luz do Espírito. Isso é “ser livre e de bons costumes”. Como o maçom deve aprender a pensar por si mesmo e, pelo seu esforço pessoal, ter a certeza de ter atingindo o conhecimento direto da Verdade, o despojamento terá que ser total e, portanto, deverá se estender às crenças, superstições, preconceitos e prejulgados, tanto científicos, como filosóficos e religiosos, pois estes brilham com luz ilusória na inteligência e impede a visão da Luz Maior, a Realidade que sustenta o Universo e o constrói incessantemente.
SIGNIFICADO DA CÂMARA
A Câmara de reflexões, como o seu nome o indica, representa, antes de tudo, aquele estado de isolamento do mundo exterior que é necessário para a concentração ou reflexão íntima, com a qual nasce o pensamento independente e é encontrada a Verdade. Aquele mundo interior para o qual devem dirigir-se nossos esforços e nossas análises para chegar, pela abstração, a conhecer o mundo transcendente da Realidade. É o "gnosthi seautón" ou o "conhece-te a ti mesmo" dos iniciados gregos, como único meio direto e individual para poder chegar a conhecer o Grande Mistério que nos circunda e envolve nosso próprio ser.
A Cor Negra
O negro simboliza as trevas, a ausência da luz. O lugar de perpétuo esquecimento para onde nos conduz as paixões, os vícios e a ignorância. Jung considera a cor negra como o lado sombrio da personalidade.
Crânio e Esqueleto
Ambos simbolizam o ciclo iniciático: a brevidade da vida e a morte corporal, prelúdio do renascimento em um nível de vida superior, e condição do reino do espírito. Símbolo da morte física, o crânio corresponde à putrefação alquímica, assim como a tumba corresponde à fornalha (atanor): o homem novo sai do cadinho onde o homem velho se extingue para transformar-se. Crânio e Esqueleto representam não uma morte estática, definitiva, mas, sim, uma morte dinâmica, anunciadora e instrumento de uma nova forma de vida. O crânio, com seu sorriso irônico e seu ar pensativo, simboliza o conhecimento daquele que atravessou a fronteira do desconhecido, daquele que, pela morte, penetrou no segredo do além. O crânio é muitas vezes representado entre duas tíbias cruzadas em x, formando uma cruz de Santo André, símbolo das oposições dentro da natureza sob a influência predominante do espírito. Ambos significam, em uma palavra, Transformação.
Ampulheta
Simboliza o escoamento inexorável do tempo que se conclui, no ciclo humano, pela morte. A forma da ampulheta, com os seus dois compartimentos, mostram a analogia entre o alto e o baixo, assim como a necessidade, para que o escoamento se dê para cima, de virar a ampulheta. Assim, a atração se exerce para baixo, a menos que mudemos a nossa maneira de ver e de agir. O vazio e o pleno devem suceder-se; há, portanto, uma passagem do superior ao inferior, isto é, do celeste ao terrestre e, em seguida, através da inversão, do terrestre ao celeste. O filete de areia, que corre de um para outro compartimento, representa as trocas entre o Céu e a Terra: a manifestação das possibilidades celestes e a reintegração da manifestação na Fonte divina. O estrangulamento no meio é a porta estreita por onde se efetuam as trocas.
A ampulheta está presente na Câmara como que sugerindo ao postulante, que não relegue para o amanhã o abandono das paixões, nem a procura da virtude, pois talvez não venha a ter mais tempo, já que o tempo é agora.
V.I.T.R.I.O.L.
Iniciais de uma fórmula célebre entre os alquimistas e que condensava a sua doutrina: Visita Iteriorem Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem, ou seja, Visita ou Explora o interior da terra. Retificando, encontrarás a pedra oculta...o que significa dizer: Desce ao mais profundo de ti mesmo, bem além das aparências exteriores, e encontrará a pedra oculta (ou o núcleo indivisível), sobre o qual poderás construir uma nova personalidade, um homem novo. Trata-se da reconstrução de si próprio a partir dos vários graus de inconsciência, de ignorância e de preconceitos, em direção à incontestável consciência do ser, o que permite ao homem descobrir a presença imanente e transformadora de Deus nele.
O Grão de Trigo
O quarto de reflexões constitui a prova da terra - a primeira das quatro provas simbólicas dos elementos - e, através de sua analogia, somos conduzidos aos Mistérios de Elêusis, nos quais o iniciado era simbolizado pelo grão de trigo atirado e sepultado no solo, para que germinasse; abrisse, por seu próprio esforço, um caminho para a luz.
A semente, na qual se encontra em estado latente ou potencial toda a planta, representa muito bem as possibilidades latentes do indivíduo que devem ser despertadas e manifestadas à luz do dia, no mundo dos efeitos. Todo ser humano é, efetivamente, um potencial espiritual ou divino, idêntico ao potencial latente da semente, que deve ser desenvolvido ou reduzido à sua mais plena e perfeita expressão, e este desenvolvimento é comparável, em todos os sentidos, ao desenvolvimento natural e progressivo de uma planta.
Assim como a semente, para poder germinar e produzir a planta deve ser abandonada ao solo, onde morre como semente, enquanto o germe da futura planta começa a crescer, assim também, o homem, para manifestar as possibilidades espirituais que nele se encontram em estado latente, deve aprender a concentrar-se no silêncio de sua alma, isolando-se de todas as influências externas, morrendo para seus defeitos e imperfeições a fim de que o germe da Nova Vida possa crescer e manifestar-se.
Uma vez que o Germe espiritual, a Divina Semente de nosso ser, é imortal e incorruptível, esta morte - como toda forma de morte, sob um ponto de vista mais profundo - é simplesmente o despojo de uma forma imperfeita e a superação de um estado de imperfeição, que foram no passado um degrau indispensável ao nosso progresso, mas que na atualidade transformaram-se numa limitação e ao mesmo tempo numa necessidade; na oportunidade e na base para um novo passo adiante.
Essa imperfeição ou limitação que deve ser superada - os estreitos limites em que se acha enclausurado nosso pensamento e nosso ser espiritual pelos erros e falsas crenças assimiladas na educação e na vida profana - é o que simboliza a casca da semente, produzida por esta como proteção necessária em seu período de crescimento, e inteiramente análoga à casca mental de nosso próprio caráter e personalidade.
O Pão e a Água
O pão é, evidentemente, símbolo do alimento essencial. Se for verdade que o homem não vive só de pão, apesar disso, é o nome de pão que se dá à sua alimentação espiritual. Entre os cristãos, o Cristo eucarístico é o pão da vida. Os pães da proposição dos hebreus também têm o mesmo significado. Esse pão representa a presença de Deus no íntimo de cada um de nós.
A água representa: fonte de vida; meio de purificação e centro de regeneração. As águas, massa indiferenciada, representando a infinidade dos possíveis, contêm todo o virtual, todo o informal, o germe dos germes, todas as promessas de desenvolvimento. Mergulhar nas águas, para delas sair sem se dissolver totalmente, salvo por uma morte simbólica, é retornar às origens, carregar-se de novo, num imenso reservatório de energia e nele beber uma força nova. A água é símbolo da Mãe Natureza, geradora de Vida material, mas, também, da vida espiritual e do Espírito, oferecidos por Deus e muitas vezes recusados pelos homens.
O Sal, o Enxofre e o Mercúrio
O sal é, ao mesmo tempo, conservador de alimentos e destruidor pela corrosão. O alimento sal, condimento essencial e fisiologicamente necessário, é evocado na liturgia batismal; é sal da sabedoria, símbolo do alimento espiritual. O sal era, para os hebreus, um elemento importante de ritual: toda vítima tinha de ser consagrada pelo sal. O consumo do sal em comum toma, às vezes, o valor de uma comunhão, de um laço de fraternidade. Compartilha-se o sal como o pão. Consumir com alguém o pão e o sal significa uma amizade indestrutível. O sal simboliza também a incorruptibilidade. É por isso que a aliança do sal designa uma aliança que Deus não pode romper (Números 18,11; Crônicas, 13,5).O sal pode, também, ter outro sentido simbólico e opor-se à fertilidade. Nesse caso, a terra salgada significa terra árida, endurecida. Os romanos jogavam sal nas terras que destruíam para tornar o solo para sempre estéril. Os místicos às vezes comparam a alma a uma terra salgada que deverá ser fertilizada pelo orvalho da graça. Tudo que é salgado é amargo, a água salgada é, portanto, uma água de amargura que se opõe à água doce fertilizadora. Por fim, o sal é símbolo da palavra empenhada, porque o seu sabor é indestrutível.
O enxofre é o princípio ativo da alquimia, aquele que age sobre o mercúrio inerte e o fecunda, ou o mata. O enxofre corresponde ao fogo, como o mercúrio à água. É o princípio gerador masculino (yang). Manifesta a vontade celeste e a atividade do Espírito (ex.: chuva de enxofre sobre Sodoma). Para os alquimistas, o enxofre está para o corpo como o sol está para o universo. Sua cor amarela querendo comparar-se a do ouro dá-lhe um sentido de engodo, de falsidade, próprio do senhor das trevas. A chama amarela esfumaçada com enxofre é, para a Bíblia, a antiluz atribuída ao orgulho de Lúcifer. É a luz transformada em trevas. É um símbolo de culpa e punição.
O mercúrio é o símbolo alquímico universal e do princípio passivo, úmido (yin). Corresponde aos humores corporais, o sangue, o sêmen, aos rins, ao elemento Água. Segundo as tradições ocidentais, o mercúrio é a semente feminina e o enxofre, a masculina: sua união produz os metais. Astrologicamente, Mercúrio vem imediatamente após o Sol, astro da vida, e a Lua, astro da geração, isto é, da manifestação da vida no nosso mundo transitório. Se o Sol é o Pai Celeste, e a Lua, a Mãe Universal, Mercúrio se apresenta como o filho deles, o Mediador, o princípio da Inteligência e da Sabedoria. Mercúrio, o deus da mitologia, diligente e provido de asas nos pés, tinha o ofício de mensageiro do Olimpo. Tendo herdado características tanto de seu Pai, como de sua Mãe, apresenta natureza dualista, na qual se confrontam os princípios contrários e complementares: trevas-luz, baixo-alto, esquerda-direita, feminino-masculino, certo-errado, etc. O pensamento em todos seus aspectos nasce naturalmente no indivíduo, da ação e relação entre as tendências ativas e passivas, entre o amor e o ódio, a atração e a repulsão, a simpatia e a antipatia, o desejo e o temor. Cresce e adquire sempre maior força, independência e vigor quando lutam entre si o instinto e a razão, à vontade e a paixão, o entusiasmo e a desilusão. Eleva-se e floresce sempre mais livre, claro e luminoso, conforme aprende a seguir seus ideais e aspirações mais elevadas, e quando estas conseguem sobrepor-se à sua ignorância, erros e temores, assim como às demais tendências passionais e instintivas. Mercúrio é o agente harmonizador dos contrários, que procura colocar a ordem no caos. Em cada um de nós, o processo mercuriano é o auxiliar do Ego, encarregado de nos desviar da subjetividade obscurecedora. Diante da dupla pressão dos impulsos interiores, ele é o melhor agente de adaptação à vida.
O Galo
É, universalmente, símbolo solar, porque seu canto anuncia o nascimento do Sol e, por extensão, do surgimento da Luz. Representa a vigilância, pois com seu canto avisa a todos a boa nova, ou seja, que um novo dia está surgindo. Assim, todo o maçom, qual galo de vigília, deve estar atento para perceber, na dissipação das trevas da noite que morre (as paixões e os vícios), os primeiros clarões (as virtudes) do espírito que se levanta. O galo é, portanto, a representação esotérica do despertar da consciência e da ressurreição do candidato, que, devendo morrer para a vida “profana”, ressurge num plano mais elevado de espiritualidade.
O Testamento
O novo nascimento ou regeneração ideal que indica, em todos seus aspectos, a câmara de reflexões, tem finalmente o seu selo e concretiza-se por um testamento, que é fundamentalmente um atestado ou reconhecimento de seus "deveres", ou seja, de sua tríplice relação construtiva: com o princípio interior (individual e universal) da vida, consigo mesmo como expressão individual da Vida Una, e com seus semelhantes, como expressão exterior da própria Vida Cósmica.
Trata-se de um testamento iniciático bem diferente do testamento ordinário ou profano. Enquanto este último é uma preparação para a morte, o testamento simbólico pedido ao recipiendário, antes de sua admissão às provas, é uma preparação para a vida - para a nova vida do Espírito para a qual deve renascer.
Morte e nascimento são, na realidade, dois aspectos intimamente entrelaçados e inseparáveis de toda mudança que se verifica na forma e na expressão, interior e exterior, da Vida Eterna do Ser. Na economia cósmica, e da mesma forma na vida individual, a morte, cessação ou destruição de um aspecto determinado da existência subjetiva e objetiva, é constantemente acompanhada de uma forma de nascimento. Assim, pois, só em aparência os consideramos como aspectos opostos da Vida, ou como seu princípio e fim, enquanto indicar simplesmente, uma alteração ou transformação, e o meio no qual se efetua um progresso sempre necessário, ainda que a destruição da forma não seja sempre sua condição indispensável.
Como emblema da morte do homem profano, indispensável para o nascimento do iniciado, o testamento que faz o candidato é um testamento do qual ele mesmo será posteriormente chamado a converter-se em executor, é um Programa de Vida que deverá realizar com uma compreensão mais luminosa de suas relações com todas as coisas.
A primeira relação ou "dever" do testamento é a do próprio indivíduo com o Princípio Universal da Vida, uma relação que tem de reconhecer-se e estabelecer-se interiormente, e não sobre a base das crenças ou prejuízos, sejam positivos ou negativos. Não se pergunta ao candidato se crê ou não em Deus, nem qual é seu credo religioso ou filosófico; para a Maçonaria todas as "crenças" são equivalentes, como outras tantas máscaras da Verdade que se encontram atrás ou sob a superfície delas e somente à qual aspira a conduzir-nos.
O que é de importância vital é nossa íntima e direta relação com o Princípio da Vida, qualquer que seja o nome que lhe dê externamente, e o conceito mental que cada um possa ter formado ou dele venha a formar, uma relação que é estabelecida na consciência, além do plano da inteligência ou mentalidade ordinária.
A consciência desta relação, que é Unidade e Individualidade, traduz-se no sentido da primeira pergunta do testamento: "Quais são os vossos deveres para com Deus?" A segunda: "Quais são os vossos deveres para com vós mesmos?" nada mais é do que a conseqüência da primeira. Tendo-se reconhecido, no íntimo de seu próprio ser, naquela solidão da consciência que está simbolizada pela câmara de reflexões como uma manifestação ou expressão individual do Princípio Universal da Vida, o candidato é chamado a reconhecer o modo pelo qual sua vida exterior se encontra intimamente relacionada com o que ele mesmo é interiormente, e como a compreensão desta relação tem em si o poder de dominá-la e dirigi-la construtivamente.
O homem é como manifestação concreta, o que ele mesmo se fez e faz constantemente, com seus pensamentos conscientes e subconscientes, sua maneira de ser e sua atividade. Seu primeiro dever para consigo mesmo é realizar-se e chegar sempre a ser a mais perfeita expressão do Princípio de Vida que nele busca, e encontra uma especial, diferente e necessária manifestação, deduzindo ou fazendo aflorar à luz do dia, as possibilidades latentes do Espírito, aquela Perfeição que existe imanente, mas que só se manifesta no tempo e no espaço, na medida do íntimo reconhecimento individual.
Quanto aos deveres para com a humanidade, estes representam um sucessivo reconhecimento íntimo que é complemento necessário dos dois primeiros: tendo-se reconhecido como a manifestação individual do Princípio Único da Vida, e sabendo que ele é por fora o que realiza por dentro, deve acostumar-se a ver em todos os seres outras tantas manifestações do próprio Princípio. Deste reconhecimento, brota como conseqüência necessária o seu dever ou relação para com a humanidade, que não pode ser outra coisa que a própria fraternidade.
A compreensão desta tríplice relação é o princípio da iniciação, o início efetivo de uma nova vida, o testamento ou doação que é feita para si próprio, preparando-se para executá-lo. É a preparação necessária para as viagens ou etapas sucessivas do progresso que o aguardam.
TFA.’.
quarta-feira, julho 23, 2014
Em todas as casas periodicamente há necessidade de se fazer uma grande limpeza. É certo que no dia a dia se procura manter a casa apresentável, que a rotina semanal nos habitua a dedicar algum tempo a limpeza mais metódica. Mas, em regra anualmente ou bianualmente, há necessidade de se fazer uma limpeza geral e completa, tudo arejar, verificar o estado das coisas, limpar os cantos mais escondidos e inacessíveis, enfim fazer uma limpeza a fundo que reponha o espaço nas melhores condições de higiene e de condições de nele se viver.
Similarmente, também numa Loja maçônica existe a necessidade de periodicamente se fazer uma limpeza no respetivo quadro de obreiros.
Quem entra para a Maçonaria fá-lo normalmente com a melhor das intenções e com o propósito de participar. Mas, seja porque se esperava algo diverso, porque se não logrou a desejável integração ou porque as condições de vida são o que são em cada momento e, por vezes, impossibilitam a execução das melhores das intenções, alguns acabam por se desinteressar, por não comparecer, por se afastar.
Tal como, mesmo não sendo a mais agradável das tarefas, não podemos deixar de, em nossas casas, efetuar periódicas limpezas, também na Loja maçônica, mesmo sem termos qualquer gosto nisso, não se pode prescindir da tarefa de verificar o que se passa com os obreiros do Quadro e fazer as mudanças que se mostrem pertinentes, efetuar os arranjos necessários, providenciar a reciclagem do que afinal não se coaduna com o resto do conjunto.
Esse trabalho, que eufemisticamente apelidamos de "administrativo", vai sendo permanentemente controlado e assegurado pelo Secretário e pelo Tesoureiro, quando necessário com a intervenção do Orador ou do Hospitaleiro (a tarefa do "dia a dia"), pontualmente atalhando algum caso mais evidente com providência imediata e casuisticamente decidida (a "rotina semanal") e periodicamente metódica e expressamente realizado (a "limpeza a fundo").
Quando é tempo de efetuar a revisão geral das situações, dois parâmetros iniciais são verificados em relação a todos os obreiros do Quadro: a assiduidade e o cumprimento das suas obrigações pecuniárias para com a Loja. Considera-se haver normalidade com a verificação da assiduidade ao menos no nível mínimo definido pela Loja e o cumprimento, ao menos sem atraso significativo, das obrigações pecuniárias. Entende-se haver motivo para preocupação e verificação da necessidade de intervenção quando, num dos parâmetros, o nível mínimo, regulamentarmente fixado, não é cumprido. Fazem-se soar os sinais de alarme quando esses níveis mínimos de cumprimento são incumpridos em relação aos dois parâmetros.
Várias situações podem ocorrer, aconselhando diversos graus e tipos de intervenção.
Quando se verifica que, embora mantendo o nível mínimo de cumprimento das obrigações pecuniárias, ocorre uma degradação da assiduidade, impõe-se a determinação da causa do que está a acontecer. Se o obreiro está deslocado no estrangeiro ou longe do local de funcionamento da Loja, não será uma situação preocupante, havendo apenas que determinar se se perspetiva que essa situação se mantenha por pouco ou por muito tempo e se será mais aconselhável providenciar uma transferência de Loja ou simplesmente aguardar que o impedimento cesse. Neste tipo de casos, é normalmente determinante a expressão da vontade do interessado.
Pode também verificar-se que a ausência decorre de anormal acumulação de trabalho ou afazeres do faltoso. Também nesta situação importa verificar se a circunstância é temporária ou se se perspetiva com foros de permanência. Se for meramente temporária, de expectável curta duração, pode-se perfeitamente aguardar que a situação melhore, mantendo contatos à distância ou informais. Mas se as causas do impedimento tendem a manter-se por tempo significativo, será oportuno considerar a pertinência da solicitação e emissão de atestado de quite, com adormecimento do obreiro até superação da situação, retomando este a sua atividade quando de novo estiverem reunidas as condições para o fazer.
Mas pode também ocorrer que a ausência decorra de problemas de saúde do obreiro ou de seus próximos. Aí e então o que importa, em primeiro lugar, é verificar, em conjunto com o Irmão, de que forma é possível e útil que a Loja dê uma ajuda na superação da situação ou minimização das suas consequências. É hora de entrar em cena o Hospitaleiro da Loja.
Pode também suceder que o afastamento decorra ou de desinteligência com outro ou outros obreiros da Loja ou de dificuldade de integração do obreiro no grupo. Nessas situações, há que procurar as soluções para sanar a situação. Cabe, em primeira linha, ao Orador "passar a trolha" sobre o problema que tenha surgido, alisando as divergências e limpando os mal-entendidos, de forma a que a harmonia se restabeleça. Quanto a eventuais problemas de integração detetados, deve, sem demora, deles dar-se conhecimento aos padrinhos do obreiro que os sofre (normalmente é um elemento recentemente admitido na Loja) e a toda a Loja, para que o que estava a correr mal passe a correr bem. A integração de um obreiro na Loja é uma tarefa que se desenrola em ambos os sentidos. Ambos, o obreiro e a Loja, identificado que seja o problema, têm de cooperar para o resolver.
Finalmente, pode suceder que a ausência derive apenas de desinteresse do obreiro. É o que familiarmente designamos por "erro de casting"... Nessa situação, e porque a integração numa Loja maçônica é um ato estritamente voluntário, se se conclui que a Loja ou a Maçonaria não corresponde às expectativas do obreiro, razão geradora do seu desinteresse, só há uma forma de resolver a questão: a saída do obreiro de algo de que se desinteressou. Essa saída pode ser feita de duas maneiras: com honra e consideração mútuas, através do pedido de atestado de quite; ou, não havendo a consideração de pedir formalmente a desvinculação, mediante uma decisão de exclusão por parte da Loja. Pode, por outro lado, suceder a verificação de falta de cumprimento das obrigações pecuniárias, designadamente falta ou atraso sensível no pagamento de quotas, por parte de obreiro que até cumpre os critérios de assiduidade. É uma situação que assume alguma gravidade para a Loja. Por um lado, porque esta tem de pagar à Grande Loja uma (importante) percentagem da quota mensal dos seus obreiros, independentemente da regularização desses pagamentos por eles - o que implica que os pagamentos das percentagens das quotas em atraso tem de ser satisfeito mediante o recurso aos fundos próprios da Loja, que são obviamente finitos. A não resolução atempada do problema cedo ou tarde conduziria a Loja à bancarrota. Por outro, porque, pura e simplesmente não é justo para os que pagam que se permita, sem medidas, que, podendo fazê-lo, outros assim não procedam. A falta de cumprimento das obrigações pecuniárias normalmente resulta de uma de duas situações: dificuldades econômica do obreiro ou desinteresse. No caso de dificuldade econômica do obreiro, dependendo da situação concreta, do grau de gravidade, da duração previsível da situação, opta-se por várias e diferentes medidas: estabelecimento de plano de pagamentos do atrasado, durante um período mais ou menos prolongado, até recuperação da situação, sendo que, estabelecido um plano de pagamentos, durante e mediante o seu cumprimento o obreiro é considerado em dia perante a Loja; assunção pela Loja da responsabilidade pecuniária do obreiro, mediante empréstimo sem prazo e sem juros, pelo Tronco da Viúva, do montante que for preciso, pelo tempo necessário, até que a sua situação econômica melhore - quando estiver em condições para tal, o obreiro diligenciará o reembolso do Tronco da Viúva, como é apanágio dos homens livres e de bons costumes; nos casos mais graves e previsivelmente de indisponibilidade prolongada, pode o obreiro pretender pedir o seu atestado de quite (o que pressupõe que esteja quite) - nesses casos, o Tronco da Viúva assume, a título de empréstimo sem prazo e sem juros, o pagamento do que está em atraso, para que o obreiro possa receber o seu quite, e, se e quando puder pagar, pagará, se e quando puder e quiser regressar, regressará. Só nos casos em que o incumprimento das obrigações pecuniárias ocorra por desinteresse ou falta de vontade de o fazer é que a Loja decide a exclusão do obreiro, de forma a deixar de ser responsável pelo pagamento à Grande Loja da capitação a ele referente. Por muito bem que funcionem o Secretário o Tesoureiro, o Orador e o Hospitaleiro, é conveniente que, desejavelmente uma vez por ano, no mínimo de dois em dois anos, esta tarefa de verificação geral e resolução proativa dos problemas detetados seja feita. Só assim se tratam situações que deveriam já ter sido tratadas e que, por erro, negligência ou simples inércia estão por tratar, com risco de agravamento. Só assim, por iniciativa organizada da Loja, se obtém, por vezes, a noção de que um Irmão atravessa dificuldades e não revela tal facto aos seus Irmãos, seja por que razão seja. Só assim a Loja logra obter uma imagem global do que se passa com os seus obreiros, do que está a Loja a fazer para auxiliar os que necessitam de auxílio e do que tem de modificar ou diligenciar para bem cumprir o dever de Solidariedade que une todos os maçons. Tal como nas nossas casas, a limpeza semestral ou anual não implica só deitar coisas fora, mas também detetar o que precisa de ser reparado e providenciar pela reparação e efetuar as mudanças que sejam convenientes, também a limpeza da Loja não se limita à exclusão daqueles que é necessário excluir. Muito mais há a fazer, para além disso: reparar o que houver a reparar, providenciar o que houver a providenciar, auxiliar o que se houver de auxiliar pela forma que se puder fazê-lo. Tal como nas nossas casas, efetuar periodicamente a limpeza da Loja é imprescindível para o bom funcionamento desta e fortalece os laços entre todos. Rui Bandeira |
terça-feira, julho 22, 2014
Cesariana na História
A primeira cesariana que se tem notícia aconteceu no ano de 1500, e foi realizado por um homem simples em sua própria esposa.
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Na Antiguidade, a cesariana era praticada somente após a morte da mãe
Antes de inventarem o parto cesariano, todas as mulheres tinham seus bebês através do parto normal. Por vezes ocorriam complicações durante o parto, e como não haviam técnicas para a retirada do bebê, podia-se esperar a morte da mãe, do filho ou de ambos.
Muitos dizem ser mito o fato de o nome “cesariana” ter se originado na forma como o imperador Júlio Cesar teria vindo ao mundo, pois seguindo uma lei que existia na Roma Antiga, esse tipo de operação só era feito após a morte da mãe, visando salvar o feto ainda com vida, o que não aconteceu com Júlio Cesar, pois sua mãe, Aurélia, sobreviveu após o parto, tendo ainda mais cinco filhos depois dele.
Todos os bebês que sobreviviam após serem retirados do útero da mãe que havia falecido eram chamados de cesões ou césares, vindo daí o nome desse tipo de parto.
O primeiro parto cesáreo que se tem notícia ocorreu em 1500, em uma pequena cidade suíça chamada Sigershaufen, e foi realizada por um homem chamado Jacob Nufer, em sua própria esposa. Jacob era um homem simples, habituado a castrar porcas, e vendo o sofrimento de sua esposa no momento do parto resolveu, auxiliado por mais duas parteiras, fazer ele mesmo o parto a partir de uma incisão no abdome da parturiente. Após a retirada do bebê, Jacob fechou o corte, assim como ele fazia com as porcas que castrava. A mãe se recuperou bem e o parto não causou nenhum problema ao bebê que teve desenvolvimento normal. Após esse fato, a esposa de Jacob deu à luz mais cinco bebês, todos eles de parto normal.
Somente no século XVIII é que esse tipo de parto tornou-se uma prática obstétrica, mas era feito somente em casos muito especiais, pois a incidência de morte materna era muito alta. Atualmente o parto cesáreo foi aprimorado, tornando-se mais seguro tanto para a mãe quanto para o bebê, sendo feito pelos médicos quando há algum risco de vida para mãe ou para a criança.
Por Paula Louredo
Graduada em Biologia
O parto antes da cesariana
Apesar de seus benefícios, a cesariana ainda é debatida entre os profissionais de saúde.
Por Rainer Sousa
Ao longo de muitos séculos, o trabalho de parto era o último grande mistério a marcar o processo de gestação de uma mulher. Desde o início da gravidez, tanto a futura mãe como sua família torcia para que o trabalho de parto pudesse se transcorrer da melhor forma possível. Caso contrário, o nascimento da criança poderia se transformar em uma dolorosa experiência capaz de oferecer diversos riscos tanto para a gestante como para a nova vida que estava por vir.
Durante muito tempo, a situação de parto foi resolvida de modo caseiro com a atuação das mulheres da casa auxiliadas por uma parteira mais experiente. Nos casos mais complicados, a falta de técnicas, aparelhos e medicamentos transformavam o nascimento em um terrível fator de risco para o bebê e para a mãe. Sendo assim, passaram-se muitas décadas até que os estudos médicos desenvolvessem alternativas seguras aos nascimentos de difícil execução.No final do século XVI, Peter Chamberlen inventou o primeiro fórceps utilizado na retirada do recém-nascido. Nos primeiros procedimentos, a engenhoca era acoplada à cabeça da criança e puxada até que fosse integralmente retirada da mãe. Quando se realizava a remoção de um natimorto, alguns médicos utilizavam a craniotomia, um terrível procedimento médico em que se realizava a perfuração do crânio fetal até que a extração fosse possível.
No século XX, os partos passaram por uma nova revolução quando as técnicas da cesariana avançaram de modo significativo. A aplicação de anestesias, os novos procedimentos de esterilização e o emprego da incisão baixa possibilitaram que partos antes considerados fatais fossem executados com grande êxito. No entanto, em meio a tantas benesses, existem equívocos históricos e culturais quando nos reportamos a essa forma de nascimento.
O erro histórico consiste em acreditar que a cesariana foi criada graças ao famoso ditador romano Júlio César, que teria nascido desse modo. Na Roma Antiga, a incisão na barriga da mulher só acontecia quando esta já havia morrido ou quando nenhum dos dois resistia às complicações do parto normal. No caso de Júlio César, registros diversos apontam que sua mãe, Aurélia, ainda viveu depois de dar à luz ao seu ilustre filho. Sendo assim, era impossível que ela tivesse feito uma cesárea.
Do ponto de vista cultural, vemos que a popularização da cesariana nos últimos quarenta anos marginalizou outras formas de parto seguras e mais saudáveis. O medo de sentir dor ou não resistir ao trabalho de parto fez com que diversas mulheres e médicos transformassem esse processo natural em um simples procedimento técnico. Nos últimos anos, pesquisas indicam que a opção pelo parto normal reduz o risco de uma série de complicações e produz um impacto psicológico positivo na mãe e na criança.
Com isso, podemos ver que o processo de modernização dos procedimentos médicos não implica necessariamente no controle intenso dos processos fisiológicos naturais que envolvem tal situação. Não por acaso, vemos que diversos programas de saúde pública hoje incentivam a participação das tradicionais parteiras que, durante séculos, tiveram um papel fundamental para que várias vidas ganhassem
quarta-feira, julho 16, 2014
Porque a Maçonaria é um contínuo exercício de dar e receber entre cada maçom e os seus Irmãos, cada um aperfeiçoando-se através do que obtém do contributo do trabalho dos demais, a condição do sucesso nessa pretendida melhoria de todos pode resumir-se numa palavra: COMPROMISSO.
COMPROMISSO em relação à assiduidade de cada um (pois quem não está, não participa). COMPROMISSO em relação ao cumprimento dos deveres de cada um, designadamente quanto ao pagamento das respetivas quotas (pois a manutenção da estrutura tem custos, que necessariamente têm de ser equitativamente suportados por todos os que a integram). COMPROMISSO em relação ao trabalho, ao estudo individual, em relação à partilha dos resultados do seu esforço.
Uma Loja maçônica potencia, acrescenta, valoriza, através de todo o grupo, a valia individual de cada um. É um fermento que auxilia no crescimento da massa que cada um amassa. Mas o fermento de nada serve se não houver farinha para amassar ou se ninguém se dispuser a executar ou a cooperar na tarefa de fazer a massa...
Uma Loja maçônica vale a soma do valor de cada um dos seus obreiros, acrescentada da mais-valia resultante das sinergias, complementaridades e eficiências geradas pela cooperação no grupo. Mas de nada serve o valor que potencialmente algum elemento possa dar ao grupo. Só importa o que efetivamente dê, transmita, acrescente.
Uma Loja de eminentes pessoas que se juntem apenas dar conta das respetivas eminências mas se não deem ao trabalho de produzir, fazer, compartilhar, pode ser uma eminente Loja - mas está na iminência de ser um completo e absoluto fracasso!
Por seu turno, uma Loja que agrega homens comuns, sem particular engenho, sem especial importância, sem extraordinária inteligência, se estes dedicada e persistentemente trabalharem, partilharem, propuserem projetos, debaterem e executarem alguns, fará sucessivamente pequenas coisas, modestos empreendimentos, pequenas obras - mas o conjunto do que fará terá cada vez mais significado. Cada um sentir-se-á satisfeito com cada pequena conquista e propenso a continuar a ajudar, a colaborar, a propor, a fazer.O esforço de cada um, devidamente coordenado, propicia resultados coletivos visíveis. Essa Loja pode ser de formiguinhas - mas será uma Loja bem mais satisfatória do que a "eminente" Loja de homens eminentes que nada façam além de observarem as suas mútuas "eminências"...
O COMPROMISSO tem de ser persistente, constante. De pouco vale hoje o que se fez de bom há anos atrás. Será uma história bonita, mas é já passado. Serve como exemplo, como inspiração, mas não substitui o trabalho de hoje para lograr a realização de amanhã.
O maçom que se queixa de que a sua Loja nada faz, que as sessões "são sempre a mesma coisa", se só faz essa constatação e nada mais faz para superar aquilo de que se queixa, esse é precisamente um dos culpados da situação que acusa. É estulto queixar-se que "a Loja não tem projeto". O que há a fazer é tomar a iniciativa de fazer, ele próprio, algo que considere valha a pena ser feito - por pequeno, por modesto que seja. E, pelo exemplo e persuasão, levar outros da Loja a também tomarem a iniciativa de fazer pequenas coisas. Ao fim de algum tempo, três, cinco, dez, vinte pequenas coisas feitas já constituem algo que se veja, algo que merece alguma satisfação pelo dever cumprido...
Ou então, em vez de se aguardar, expectante mas indolentemente, que a Loja imagine, descubra, prepare, debata, organize e execute o fantástico, importantíssimo e relevantíssimo projeto que gravará a letras de ouro o nome da Loja nos anais da História Maçônica e quiçá mereça uma nota de rodapé nos manuais do ensino elementar das futuras gerações, talvez seja melhor conceber um pequeno projeto, dar vida a uma ideia cuja forma final ainda nem sequer se saberá qual vai ser, combinar com dois ou três dos seus Irmãos e começarem a executar. Não é necessário que toda a Loja formalmente adote o projeto (mas convirá que não se trate de iniciativa que mereça a discordância da Loja...). Dois ou três começam. Dois ou três ou quatro dão os primeiros passos de algo que é feito em nome da Loja, enquanto elementos da Loja. Se efetivamente a ideia tiver pernas para andar, mais cedo do que mais tarde os demais ajudarão, incentivarão, participarão. E, quando nos damos conta, o projeto é já mesmo o projeto da Loja - não dos dois, três ou quatro que o iniciaram - e terá condições para ser prosseguido enquanto houver Loja...
Na Loja Mestre Affonso Domingues nunca nos preocupámos em fazer grandes organizações. Tudo o que na nossa Loja se foi fazendo começou da mesma maneira: dois ou três ou quatro conversam e avançam, os outros vão dar uma ajuda e, sem disso nos darmos conta, o que se faz é já de todos, é já da Loja. Foi assim que começaram as ações de doação de sangue - e há mais de dez anos que periodicamente ajudamos neste campo. Por vezes com poucas doações, outras vezes com mais gente a associar-se. Mas faz-se! Quem começou já não está na Loja há muito tempo. Os mais novos nem sequer ouviram falar dele. Mas a semente que lançou germinou e, mais de dez anos passados, uns anos mais, outros anos menos, os frutos continuam. É um contributo modesto, quase apenas umas gotas no oceano das necessidades, sabemo-lo. Mas persistirmos em dar esse contributo modesto e esperamos continuar a fazê-lo por muitos mais anos. É do conjunto de todos os modestos contributos que se satisfazem as necessidades de sangue no País.
Este blogue começou por ideia de um, concretização de outro e imediata adesão de um terceiro. Os três autores iniciais não criaram o "seu" blogue. Criaram um "blogue escrito por maçons da Loja Mestre Affonso Domingues". Oito anos passados, outros se juntaram, mais de 1.300 textos estão à disposição de quem os quiser ler. E espero que continue mesmo quando já nenhum dos mentores iniciais nele escrever...
O sítio da Loja foi criado por iniciativa de um, com a ajuda de outro, foi remodelado e mantido por um terceiro, que conta agora com a ajuda de um quarto e os contributos de todos os obreiros da Loja. Contém já um enorme acervo de textos postos à disposição de qualquer pessoa.
A Loja não gastou um minuto sequer a discutir se criava um sítio na Internet ou se mantinha um blogue. Uns avançaram, outros ajudaram, todos contribuem quando é preciso ou têm disponibilidade. Mas a obra está feita e está à vista de todos. E não é obra do Manuel, do António ou do Joaquim. É obra dos obreiros da Loja Mestre Affonso Domingues.
Os obreiros da Loja Mestre Affonso Domingues têm um COMPROMISSO com a Loja. É estarem presentes. É tudo livre e lealmente debaterem, sem o mínimo problema, tolerando as posições divergentes, cada um concordando ou discordando quando assim o entender, e todos sermos um grupo unido e solidário. É cada um sentir-se à vontade para arrancar com um projeto, executar uma ideia, pedindo e obtendo, ou obtendo mesmo sem pedir, o apoio e a colaboração de outros obreiros - se valer a pena e for necessário, de toda a Loja.
O COMPROMISSO dos maçons da Loja Mestre Affonso Domingues não é de fazer a mais importante e merecedora de elogios obra que o espírito humano possa conceber, O seu COMPROMISSO é ajudar o seu Irmão a levar a cabo a sua ideia, é avançar com a execução das nossas ideias, sabendo que algum ou alguns dos nossos Irmãos estará ou estarão presentes com a sua ajuda.
O nosso COMPROMISSO na Loja Mestre Affonso Domingues é ir fazendo, em cada momento, o que for preciso para ajudar. Assim fazemos. Às vezes mais, às vezes menos, às vezes muito, às vezes pouco, às vezes bem, às vezes nem tanto assim. Mas, bem vistas as coisas, sempre algo se faz!
Rui Bandeira
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segunda-feira, julho 14, 2014
A Queda da Bastilha e a Maçonaria
A queda da Bastilha... da primeira Bastilha, em 14 de julho, foi apenas um dentre tantos outros obstáculos erigidos contra a liberdade e a evolução dos homens que a Maçonaria, pelo idealismo dos seus filhos, houve por combater.
No entanto, ainda hoje existem Bastilhas por abater, tais como “as da ignorância, do erro, das superstições e dos preconceitos”, onde jazem algemados o espírito e a consciência de grande parte da humanidade.
Não obstante o fato de que os ideais iluministas se casassem com os ideais maçônicos – por exemplo – por Montesquieu, em “O Espírito das Leis”, Rousseau em “O Contrato Social” ou por Voltaire em seus “Estudos Críticos”, o que teria ensejado aos maçons tornarem-se deveras vetores de sua disseminação, não há provas de que a maçonaria, como instituição, haja sido a matriz única das idéias que levaram à eclosão da Revolução Francesa, pois até a Independência dos Estados Unidos a influenciou.
A Maçonaria foi apenas e tão somente um dos veículos disseminadores das idéias liberais que alimentaram o movimento e que potencialmente viriam a influenciar outros movimentos libertários no resto do mundo.
Sob o reinado de Luiz XVI em 1989, a França vivia em latente estado de turbulência financeira a despeito de toda sua atividade mercantil e cultural extremamente desenvolvida. O governo era forte e a organização social extremamente simples: quem não era “privilegiado” e podia gozar de todas as vantagens sobre as pessoas comuns era simplesmente pequeno burguês ou plebeu.
Dentre os “privilegiados”, destacavam-se os eclesiásticos, que eram donos de grandes extensões de terras, tinham foro próprio, estavam isentos de pagar quaisquer impostos, mas podiam instituí-los e cobra-los segundo seus interesses. Estavam acima de quaisquer suspeitas e constituía crime contra o Estado dizer ou fazer algo contra qualquer membro da alta hierarquia clerical.
Os clérigos menores eram mais ou menos equiparados à burguesia.
A nobreza dividia-se em três grandes grupos: a alta nobreza, que compreendia os descendentes reais que eram também grandes latifundiários; a média nobreza, de espada ou togada, militares, políticos e burocratas, e a pequena nobreza, constituída por elementos que haviam ascendido na escala social e sido nomeados para altos cargos na hierarquia governamental.
Os demais eram o “Terceiro Estado”, que se constituía de duas categorias distintas: a urbana e a rural.
A urbana era a burguesia, composta por comerciantes, banqueiros, pequenos industriais, administradores de bens da nobreza, profissionais liberais, que aspiravam um poder político equivalente à sua importância social e econômica.
Havia ainda a pequena burguesia, composta por intelectuais, artistas, artesões e pequenos comerciantes.
Afinal, havia também a massa maior, é claro, a plebe, constituída pelos empregados em serviços menores, operários qualificados ou não e os que não tinham um emprego regular.
Segundo consta, os operários de um modo geral estavam presos a um sistema medieval de corporações de ofícios, onde começavam a trabalhar como aprendizes por sete anos, muitas vezes pagando pelo aprendizado aos seus mestres-artesões.
Os camponeses, de um modo geral não eram proprietários das terras em que trabalhavam e sobre o seu lavor incidia toda a sorte de impostos.
A exceção do clero e da nobreza, todos os demais pagavam impostos, absurdos e não raros escorchantes, que ajudavam a manter o fausto da corte, para descontentamento da burguesia e desespero da plebe, que não viam perspectivas de reformas sociais e econômicas que lhes melhorassem a sorte.
A fome, a miséria e a injustiça social, que sempre precedem os grandes movimentos de massas, já rondavam e se faziam sentir nos grandes centros, mas nem por isso os “privilegiados” se abalaram em sua insensibilidade, em fazer concessões, tais como pagar impostos e assim esvaziar ou pelo menos conter a revolução que se avizinhava.
Corria o ano de 1788 e ao colapso financeiro somou-se o descontentamento político, o que levou o rei a convocar os “Estados Gerais”, ou seja, o clero, a nobreza e o “Terceiro Estado”.
A condução dos trabalhos da reunião marcada para maio de ano seguinte obedecia a uma ritualística baseada em tradições muito antigas e cujas explicações se perderam no tempo, como por exemplo, os trajes utilizados e os gestos praticados por seu integrantes. Os clérigos, vestidos de seda e púrpura; os nobres com mantos vistosos e bordados a ouro e os “Terceiros” vestidos de preto e sem quaisquer adornos.
O rei, o clero e a nobreza, assentados em lugares de destaque e de cabeça coberta. Os representantes do povo propriamente dito, de joelhos e de cabeça descoberta.
Mais que evidente, tal figura dispensa comentários quanto à condição de inferioridade e de humilhante subjugação em que o “Terceiro Estado” era tido pelas classes dominantes, quaisquer que fossem as suas subdivisões.
Naquela ocasião, porém, mais um sinal do que estava por vir deu-se com o obstinado protesto dos liderados pelo Irmão Mirabeau, que se mantiveram de pé, cobriram suas cabeças e repudiaram o sistema de voto proporcional vigente, que estabelecia um terço de representantes por ordem e um voto por ordem, o que assegurava o predomínio do clero e da realeza, ou seja, dos privilegiados. A arrogância do rei e a intransigência do clero e de parte da nobreza conduziram a reunião a um impasse e, quando o rei pretendeu evacuar o recinto, os do “Terceiro Estado”, pela voz de Mirabeau recusaram-se a sair, mesmo à força de baionetas.
Os Estados Gerais transformaram-se em Assembléia constituinte, que o rei fez reunir em 9 de julho, visando ganhar tempo enquanto tentava preparar um golpe de estado.
Não obstante, um vazamento de informações leva à criação de um Comitê de Vigilantes, que subleva o povo e o leva à reação armada com a criação da Guarda Nacional, a qual, em 14 de julho assalta e conquista a Bastilha. Daí à promulgação dos Direitos do Homem e do Cidadão pela Assembléia foi apenas um passo, que Luiz XVI recusou-se a dar, ao negar-lhe sua sanção, precipitando a ocorrência de inúmeras ações revolucionárias.
Essa mesma declaração, que inspirou a Constituição dos Estados Unidos, é a que a Carta das Nações Unidas consagraria 156 anos depois, em 1945.
Os acontecimentos na França, levados ao conhecimento do resto da Europa por nobres emigrados e em fuga, sobressaltaram os reis do Continente, e em especial da Áustria, da Prússia e da Rússia.
Os ideais da Revolução Francesa se expandiram tão rapidamente que os monarcas europeus se associaram com a disposição de restaurar a ordem e os direitos da realeza da França.
A recusa do rei em acatar as deliberações da Assembléia Constituinte leva a nação francesa ao caos: as colheitas se perderam ou foram feitas com atraso; sobrevieram a fome, as desordens e a reação militar; os impostos deixaram de ser recolhidos e todos os pagamentos do governo suspensos; as unidades de mercenários estrangeiros amotinaram-se e entregaram-se aos saques; e o exército regular indisciplinou-se.
Em 1791, a Assembléia Nacional, promulgou uma nova Constituição, que entre outras inovações transformou a monarquia absolutista em constitucional e assegurou direitos políticos apenas aos cidadãos capazes de produzir ou de poder adquirir bens de consumo e de pagar impostos equivalentes a três dias de trabalho por ano.
Mais uma vez a plebe fora espoliada, não obstante o que a Declaração dos Direitos de Homem e do Cidadão lhe assegurara dois anos antes: “Os homens nascem livres e iguais em direitos”.
Pouco depois, Luiz XVI intentou, sem sucesso, um golpe que consistiria em tentar fugir do país e voltar depois apoiado por armas estrangeiras. Reconhecido num posto de fronteira, foi recambiado a Paris e, não tendo o golpe sido percebido de pronto, passou por uma tentativa de sequestro, o que lhe permitiu manter uma atitude dúbia que o favorecia de qualquer maneira, quer os exércitos estrangeiros a caminho do reino restaurassem sua autoridade e privilégios, quer as tropas sob seu comando repelissem os invasores e assim a monarquia viesse a ser restabelecida em força.
Nesse meio tempo, o clero foi totalmente despojado de suas propriedades e Avigrion, que era uma província pertencente ao Vaticano foi integrada ao território francês pelo voto dos seus habitantes.
A nobreza européia, alarmada com a repercussão dos acontecimentos na França, faz da defesa da sua realeza, causa comum e manda seus exércitos invadir o país. Com exceção da Suíça e dos países nórdicos, a França entra em guerra com os demais países do continente, debilitada pela desordem administrativa, pelas ações revolucionárias, pela fome e pela insubordinação dos soldados do seu exército, que sofre seguidas derrotas frente aos seus inimigos.
Em 10 de agosto de 1792, os revolucionários agora denominados comunas atacam o palácio, e a monarquia é extinta do país. Com o advento da nova república, o terror, a anarquia e a fome sacodem e desmantelam a França; os proletários perseguem os clérigos; as execuções sumárias se sucedem e tribunais especiais são constituídos para julgar os contra-revolucionários e quem quer que seja alvo de denúncias de quaisquer ordens.
Em 21 de janeiro de 1793, Luiz XVI é guilhotinado e a França banhada em sangue e mergulhada no terror, caminha a passos largos para o militarismo que viria com Napoleão, sete anos mais tarde.
Vale considerar nos dias que correm, que muita das idéias que animaram aquele movimento continuam válidas, se bem avaliarmos as sequelas que afligem e aviltam a nação brasileira, vítima da contumaz corrupção e da ineptidão de seus homens públicos, que fazem pasto das coisa pública, para si, seus parentes e correligionários.
Aí estão eles, consumindo em causa própria e de interesses os mais espúrios, recursos que se judiciosamente empregados, bem poderiam erradicar o desemprego, a fome e a indigência miserável de um sem número de seres, que integram o nosso “Terceiro Estado” de parias, inclusive os de pouca ou de tenra idade e sem quaisquer perspectivas de cidadania.
Não é mais possível que políticos, banqueiros e grandes empresários permaneçam intocáveis em seus privilégios que industrial brasileiro continue sendo sistematicamente sucatado; que as nossas empresas estatais sejam privatizadas a preços vis; que as pequenas empresas continuem sendo garroteadas pela burocracia; que os trabalhadores sejam eternamente sufocados por impostos escorchantes e de duvidosa aplicação; que a nossa juventude e infância, reservas maiores do interesse nacional, se estiolem pela ação dos tóxicos, da fome, da prostituição e do crime organizado; que a previdência social, a educação e a cultura hajam falido tão vergonhosa e fragorosamente.
Não é possível, vale repetir, que não se atente para o quadro em que se acham inscritas significativas parcelas de nossas desesperançadas populações urbanas e rurais, que não se negue à fome a sua irreversível e deletérias conseqüência; que não se ponha termo à indústria da seca; que não se dê combate efetivo à impunidade debochada dos criminosos de todos os níveis, que roubam e matam o quanto querem neste país; que não se atribua importância à correlação existente entre movimentos separatistas e interesses alienígenas que rondam menos as nossas fronteiras e províncias minerais, que as consciências dos que estariam prontos para aderir aos mesmos; e, que irmãos maçons, com assento no parlamento e lugar no governo, possam ser tão omissos ou coniventes, que não se insurjam contra esse caótico, senão calamitoso estado de coisas.
Para concluir e a propósito, encareço caríssimos e respeitáveis irmãos, que não se perca da memória cívica nacional – sob pena de nos tornarmos uma nação de desfibrados – a advertência que pelos mesmos motivos, nosso irmão Ruy Barbosa fez ao país em memorável discurso no Senado, em 17 de dezembro de 1914, quando pontificou:
“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a ri-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
No entanto, ainda hoje existem Bastilhas por abater, tais como “as da ignorância, do erro, das superstições e dos preconceitos”, onde jazem algemados o espírito e a consciência de grande parte da humanidade.
Não obstante o fato de que os ideais iluministas se casassem com os ideais maçônicos – por exemplo – por Montesquieu, em “O Espírito das Leis”, Rousseau em “O Contrato Social” ou por Voltaire em seus “Estudos Críticos”, o que teria ensejado aos maçons tornarem-se deveras vetores de sua disseminação, não há provas de que a maçonaria, como instituição, haja sido a matriz única das idéias que levaram à eclosão da Revolução Francesa, pois até a Independência dos Estados Unidos a influenciou.
A Maçonaria foi apenas e tão somente um dos veículos disseminadores das idéias liberais que alimentaram o movimento e que potencialmente viriam a influenciar outros movimentos libertários no resto do mundo.
Sob o reinado de Luiz XVI em 1989, a França vivia em latente estado de turbulência financeira a despeito de toda sua atividade mercantil e cultural extremamente desenvolvida. O governo era forte e a organização social extremamente simples: quem não era “privilegiado” e podia gozar de todas as vantagens sobre as pessoas comuns era simplesmente pequeno burguês ou plebeu.
Dentre os “privilegiados”, destacavam-se os eclesiásticos, que eram donos de grandes extensões de terras, tinham foro próprio, estavam isentos de pagar quaisquer impostos, mas podiam instituí-los e cobra-los segundo seus interesses. Estavam acima de quaisquer suspeitas e constituía crime contra o Estado dizer ou fazer algo contra qualquer membro da alta hierarquia clerical.
Os clérigos menores eram mais ou menos equiparados à burguesia.
A nobreza dividia-se em três grandes grupos: a alta nobreza, que compreendia os descendentes reais que eram também grandes latifundiários; a média nobreza, de espada ou togada, militares, políticos e burocratas, e a pequena nobreza, constituída por elementos que haviam ascendido na escala social e sido nomeados para altos cargos na hierarquia governamental.
Os demais eram o “Terceiro Estado”, que se constituía de duas categorias distintas: a urbana e a rural.
A urbana era a burguesia, composta por comerciantes, banqueiros, pequenos industriais, administradores de bens da nobreza, profissionais liberais, que aspiravam um poder político equivalente à sua importância social e econômica.
Havia ainda a pequena burguesia, composta por intelectuais, artistas, artesões e pequenos comerciantes.
Afinal, havia também a massa maior, é claro, a plebe, constituída pelos empregados em serviços menores, operários qualificados ou não e os que não tinham um emprego regular.
Segundo consta, os operários de um modo geral estavam presos a um sistema medieval de corporações de ofícios, onde começavam a trabalhar como aprendizes por sete anos, muitas vezes pagando pelo aprendizado aos seus mestres-artesões.
Os camponeses, de um modo geral não eram proprietários das terras em que trabalhavam e sobre o seu lavor incidia toda a sorte de impostos.
A exceção do clero e da nobreza, todos os demais pagavam impostos, absurdos e não raros escorchantes, que ajudavam a manter o fausto da corte, para descontentamento da burguesia e desespero da plebe, que não viam perspectivas de reformas sociais e econômicas que lhes melhorassem a sorte.
A fome, a miséria e a injustiça social, que sempre precedem os grandes movimentos de massas, já rondavam e se faziam sentir nos grandes centros, mas nem por isso os “privilegiados” se abalaram em sua insensibilidade, em fazer concessões, tais como pagar impostos e assim esvaziar ou pelo menos conter a revolução que se avizinhava.
Corria o ano de 1788 e ao colapso financeiro somou-se o descontentamento político, o que levou o rei a convocar os “Estados Gerais”, ou seja, o clero, a nobreza e o “Terceiro Estado”.
A condução dos trabalhos da reunião marcada para maio de ano seguinte obedecia a uma ritualística baseada em tradições muito antigas e cujas explicações se perderam no tempo, como por exemplo, os trajes utilizados e os gestos praticados por seu integrantes. Os clérigos, vestidos de seda e púrpura; os nobres com mantos vistosos e bordados a ouro e os “Terceiros” vestidos de preto e sem quaisquer adornos.
O rei, o clero e a nobreza, assentados em lugares de destaque e de cabeça coberta. Os representantes do povo propriamente dito, de joelhos e de cabeça descoberta.
Mais que evidente, tal figura dispensa comentários quanto à condição de inferioridade e de humilhante subjugação em que o “Terceiro Estado” era tido pelas classes dominantes, quaisquer que fossem as suas subdivisões.
Naquela ocasião, porém, mais um sinal do que estava por vir deu-se com o obstinado protesto dos liderados pelo Irmão Mirabeau, que se mantiveram de pé, cobriram suas cabeças e repudiaram o sistema de voto proporcional vigente, que estabelecia um terço de representantes por ordem e um voto por ordem, o que assegurava o predomínio do clero e da realeza, ou seja, dos privilegiados. A arrogância do rei e a intransigência do clero e de parte da nobreza conduziram a reunião a um impasse e, quando o rei pretendeu evacuar o recinto, os do “Terceiro Estado”, pela voz de Mirabeau recusaram-se a sair, mesmo à força de baionetas.
Os Estados Gerais transformaram-se em Assembléia constituinte, que o rei fez reunir em 9 de julho, visando ganhar tempo enquanto tentava preparar um golpe de estado.
Não obstante, um vazamento de informações leva à criação de um Comitê de Vigilantes, que subleva o povo e o leva à reação armada com a criação da Guarda Nacional, a qual, em 14 de julho assalta e conquista a Bastilha. Daí à promulgação dos Direitos do Homem e do Cidadão pela Assembléia foi apenas um passo, que Luiz XVI recusou-se a dar, ao negar-lhe sua sanção, precipitando a ocorrência de inúmeras ações revolucionárias.
Essa mesma declaração, que inspirou a Constituição dos Estados Unidos, é a que a Carta das Nações Unidas consagraria 156 anos depois, em 1945.
Os acontecimentos na França, levados ao conhecimento do resto da Europa por nobres emigrados e em fuga, sobressaltaram os reis do Continente, e em especial da Áustria, da Prússia e da Rússia.
Os ideais da Revolução Francesa se expandiram tão rapidamente que os monarcas europeus se associaram com a disposição de restaurar a ordem e os direitos da realeza da França.
A recusa do rei em acatar as deliberações da Assembléia Constituinte leva a nação francesa ao caos: as colheitas se perderam ou foram feitas com atraso; sobrevieram a fome, as desordens e a reação militar; os impostos deixaram de ser recolhidos e todos os pagamentos do governo suspensos; as unidades de mercenários estrangeiros amotinaram-se e entregaram-se aos saques; e o exército regular indisciplinou-se.
Em 1791, a Assembléia Nacional, promulgou uma nova Constituição, que entre outras inovações transformou a monarquia absolutista em constitucional e assegurou direitos políticos apenas aos cidadãos capazes de produzir ou de poder adquirir bens de consumo e de pagar impostos equivalentes a três dias de trabalho por ano.
Mais uma vez a plebe fora espoliada, não obstante o que a Declaração dos Direitos de Homem e do Cidadão lhe assegurara dois anos antes: “Os homens nascem livres e iguais em direitos”.
Pouco depois, Luiz XVI intentou, sem sucesso, um golpe que consistiria em tentar fugir do país e voltar depois apoiado por armas estrangeiras. Reconhecido num posto de fronteira, foi recambiado a Paris e, não tendo o golpe sido percebido de pronto, passou por uma tentativa de sequestro, o que lhe permitiu manter uma atitude dúbia que o favorecia de qualquer maneira, quer os exércitos estrangeiros a caminho do reino restaurassem sua autoridade e privilégios, quer as tropas sob seu comando repelissem os invasores e assim a monarquia viesse a ser restabelecida em força.
Nesse meio tempo, o clero foi totalmente despojado de suas propriedades e Avigrion, que era uma província pertencente ao Vaticano foi integrada ao território francês pelo voto dos seus habitantes.
A nobreza européia, alarmada com a repercussão dos acontecimentos na França, faz da defesa da sua realeza, causa comum e manda seus exércitos invadir o país. Com exceção da Suíça e dos países nórdicos, a França entra em guerra com os demais países do continente, debilitada pela desordem administrativa, pelas ações revolucionárias, pela fome e pela insubordinação dos soldados do seu exército, que sofre seguidas derrotas frente aos seus inimigos.
Em 10 de agosto de 1792, os revolucionários agora denominados comunas atacam o palácio, e a monarquia é extinta do país. Com o advento da nova república, o terror, a anarquia e a fome sacodem e desmantelam a França; os proletários perseguem os clérigos; as execuções sumárias se sucedem e tribunais especiais são constituídos para julgar os contra-revolucionários e quem quer que seja alvo de denúncias de quaisquer ordens.
Em 21 de janeiro de 1793, Luiz XVI é guilhotinado e a França banhada em sangue e mergulhada no terror, caminha a passos largos para o militarismo que viria com Napoleão, sete anos mais tarde.
Vale considerar nos dias que correm, que muita das idéias que animaram aquele movimento continuam válidas, se bem avaliarmos as sequelas que afligem e aviltam a nação brasileira, vítima da contumaz corrupção e da ineptidão de seus homens públicos, que fazem pasto das coisa pública, para si, seus parentes e correligionários.
Aí estão eles, consumindo em causa própria e de interesses os mais espúrios, recursos que se judiciosamente empregados, bem poderiam erradicar o desemprego, a fome e a indigência miserável de um sem número de seres, que integram o nosso “Terceiro Estado” de parias, inclusive os de pouca ou de tenra idade e sem quaisquer perspectivas de cidadania.
Não é mais possível que políticos, banqueiros e grandes empresários permaneçam intocáveis em seus privilégios que industrial brasileiro continue sendo sistematicamente sucatado; que as nossas empresas estatais sejam privatizadas a preços vis; que as pequenas empresas continuem sendo garroteadas pela burocracia; que os trabalhadores sejam eternamente sufocados por impostos escorchantes e de duvidosa aplicação; que a nossa juventude e infância, reservas maiores do interesse nacional, se estiolem pela ação dos tóxicos, da fome, da prostituição e do crime organizado; que a previdência social, a educação e a cultura hajam falido tão vergonhosa e fragorosamente.
Não é possível, vale repetir, que não se atente para o quadro em que se acham inscritas significativas parcelas de nossas desesperançadas populações urbanas e rurais, que não se negue à fome a sua irreversível e deletérias conseqüência; que não se ponha termo à indústria da seca; que não se dê combate efetivo à impunidade debochada dos criminosos de todos os níveis, que roubam e matam o quanto querem neste país; que não se atribua importância à correlação existente entre movimentos separatistas e interesses alienígenas que rondam menos as nossas fronteiras e províncias minerais, que as consciências dos que estariam prontos para aderir aos mesmos; e, que irmãos maçons, com assento no parlamento e lugar no governo, possam ser tão omissos ou coniventes, que não se insurjam contra esse caótico, senão calamitoso estado de coisas.
Para concluir e a propósito, encareço caríssimos e respeitáveis irmãos, que não se perca da memória cívica nacional – sob pena de nos tornarmos uma nação de desfibrados – a advertência que pelos mesmos motivos, nosso irmão Ruy Barbosa fez ao país em memorável discurso no Senado, em 17 de dezembro de 1914, quando pontificou:
“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a ri-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
A queda da Bastilha
As idéias do Maçom Rousseau e também de VOLTAIRE, tardio Maçom, iniciado aos 84 anos na Loja "NEUF SOEURS", onde já pontificavam LALANDE, , LAPLACE, DIDEROT, BENJAMIN FRANKLIN, CONDORCET, D'ALEMBERT e LAMARCK influenciavam de maneira extraordinária o pensamento maçônico e do povo em geral.
A obra de Rousseau, "O Contrato Social", era lida e aplaudida em praça pública; inspirados nas idéias dele, os revolucionários passaram a defender o princípio da soberania popular e da igualdade de direitos.
Outro Maçom, MIRABEAU, já em 1776, sonhava em utilizar a Maçonaria na grande revolução social e politica que acreditava ser necessária; Condorcet exprimia com fidelidade as aspirações revolucionárias da época, batendo-se pela liberdade econômica e elaborando o Princípio dos Direitos do Homem. Outros Maçons que se distinguiram nessa luta foram TALLEYRAND, LAFAYETTE, BRISSOT E GUILHOTIN. Alguns autores tem cometido a injustiça de atribuir ao Dr. Joseph-Ignace Guillotin a invenção da guilhotina - instrumento de execução - como se fosse, ele, um mero sanguinário. A verdade é que a sua intervenção, que gerou esse erro, foi uma solicitação feita, em 1789, no sentido da "igualdade perante o carrasco", ou seja, uma única maneira de execução; e a guilhotina foi adotada, dentro de um espírito humanitário - se é que
se pode falar em execução humanitária – para substituir os antigos suplícios aos condenados (fogueira, crucifixação). É evidente que a conturbação daquele período iria produzir uma cisão na familia maçônica, pois a nobreza e o clero, de maneira geral, não podiam ver com bons olhos, tal movimento. Assim que em 13 de maio de 1793, o Grande Oriente da França entra em recesso e a grande maioria das Lojas suspende as suas reuniões, situação essa que iria perdurar por vários anos. Cabe aqui uma análise do que foi a real participação da Maçonaria no desencadeamento e na evolução da Revolução Francesa. Afirmar que o movimento foi uma exclusiva obra maçônica é uma inverdade histórica de que muitos autores maçônicos têm lançado mão; em contraparada, outros autores, principalmente os adversários da Maçonaria, têm caído no extremo oposto, negando-lhe qualquer participação na revolta. Na realidade, uma fria e desapaixonada análise dos fatos não pode colocar o pesquisador em nenhum dos dois extremos, pois se não houve, de fato, uma conspiração revolucionária interna na Maçonaria francesa, deve-se convir que ela funcionou como um extraordinário veículo político das idéias liberais, que encontrando terreno fértil no descontentamento causado pelas crises sociais, econômicas e politicas, levou à eclosão da Revolução, marco histórico da ascensão da burguesia e da decadência da monarquia absoluta e fato de grandes conseqüências para todos os povos do mundo.
A Revolução Francesa foi, também, um marco histórico importante para a maçonaria, embora tal fato seja exacerbado por autores pouco afeitos à História, os quais afirmam que, após a revolta, os Maçons passaram a utilizar a divisa "Liberdade, Igualdade, Fraternidade", que seria a da Revolução, como síntese de sua doutrina moral e social. Todavia, o lema da Revolução Francesa era "Liberté, Égalité ou la Mort"
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A expressão "Era Vulgar" e o Calendário Maçônico
Desde os idos mais antigos a humanidade utiliza-se de certos referenciais para delimitar um determinado espaço de tempo. Os astrônomos servem-se de acontecimentos naturais ou fenômenos a que se referem os seus cálculos, como as revoluções da Lua, os equinócios e solstícios, os eclipses e a passagem dos cometas. Os cronologistas e historiadores, servem-se também de certos acontecimentos que tiveram influência sobre o gênero humano. Designam-se as épocas enunciando os fatos notáveis a que se referem: Criação do mundo, fundação de Roma e o nascimento de Cristo, entre outros. Primitivamente, os tempos eram calculados em gerações: a Bíblia, por exemplo, conta dez gerações antes do Dilúvio e outras dez depois do Dilúvio. Já segundo Heródoto (Grego considerado o Pai da História) e a maior parte dos autores da época, três gerações correspondiam a cem anos. Posteriormente, possivelmente no século VIII, introduziu-se o uso das Eras, que consistiam no número de anos civis de um povo que decorriam desde uma época notável, tomada como ponto de referência, e que dava o nome à era adotada.
Quanto à etimologia da palavra “Era”, é um tanto controversa. Alguns indícios apontam que teve sua origem na Espanha e, acredita-se, ser a contração das iniciais A.E.R.A. encontradas nos monumentos antigos e que significam Annus Erat Regni Augusti (era o ano do reinado de Augusto) ou Ab Exordio Regni Augusti que significa "Do começo do reinado de Augusto", pois os Espanhóis iniciaram seus cálculos a partir do período que o país ficou sob o domínio de Augusto. Outros dizem derivar da palavra latina aes, aeris (bronze), porque das medalhas e moedas desse metal se deduzia a data do acontecimento notável que serviu de começo a uma serie de anos. As palavras era e época tem certa relação entre si, mas contudo são bem distintas: Era, é o número de anos decorridos desde certo acontecimento notável; época é o momento desse acontecimento. De todos os marcos de início que se poderiam escolher, nenhum seria mais apropriado e natural do que o próprio começo do tempo, isto é: o instante do ponto de partida da primeira volta da Terra em torno do Sol, no princípio do mundo. Todos os povos tomariam este instante se tivesse sido possível determiná-lo. Não o sendo cada povo adotou, como já dissemos, uma Era: A dos Judeus funda-se na criação do Mundo, segundo o Gênesis; a dos antigos Romanos, na fundação da sua Capital; a dos Gregos, no estabelecimento dos jogos Olímpicos; a dos Egípcios, na ascensão de Nabonassar, primeiro rei da Babilônia, ao trono daquele Império; a dos Cristãos no nascimento de Cristo.
Já a expressão Vulgar tem origem no Latim Vulgaris ou Vulgus e primitivamente significava “pessoas comuns” ou seja, aqueles que não são da realeza. Isto pelo menos até meados do século XVI quando a palavra Vulgar passou a ter o significado de algo “grosseiramente indecente”. Foram os Judeus, no entanto, que substituíram o antes de Cristo e o depois de Cristo por antes e depois da Era Vulgar. Como a Era Cristã, sob a denominação de Era Vulgar, é a mais empregada, serve de termo médio e de comparação com as outras, as quais podem se classificar em Eras antigas, as anteriores à Era Vulgar, e Eras Modernas, as posteriores. A Era Vulgar, portanto, designa o calendário Gregoriano mundialmente adotado. Para entender como a expressão Era Vulgar passou a ser empregada na Maçonaria, é preciso lançar mão do Calendário Maçônico. O primeiro ano do Calendário Maçônico é o Ano da Verdadeira Luz, Anno Lucis em Latim, ou simplesmente V.´.L.´. ou A.´.L.´. como empregado na datação de antigos documentos Maçônicos do século XVIII, e interpretado como Latomorum Anno ou, como no texto original em inglês que serviu de base para esta pesquisa, “Age of Stonecutters” – que significa “Idade dos Cortadores de Pedra”. A determinação do Ano da Verdadeira Luz teria sido com base nos cálculos de James Usher, um bispo Anglicano nascido no ano de 1581, em Dublim. Usher havia desenvolvido um cronograma que começava com a criação do mundo segundo o Livro de Gênesis, que precisou ter ocorrido as 09 horas da manhã do dia 23 de Outubro de 4004 A.C., com base no texto Massotérico (texto em hebraico que deu origem à vários capítulos da Bíblia) ao invés do Septuaginta (antiga tradução grega do Velho Testamento). Neste contexto, James Anderson fez constar em sua Constituição de 1723 a adoção de uma cronologia independente da religião, pelo menos no contexto britânico da época, com o objetivo de afirmar, simbolicamente, a Universalidade da Maçonaria. Foi aceito, portanto, que o início da Era Maçônica deu-se 4000 anos antes da Era Comum ou Vulgar. Nota-se o que parece ser um pequeno arredondamento de quatro anos entre os cálculos de Usher e o que foi adotado nas Constituições de Anderson. O Ano Maçônico tem o mesmo comprimento do ano Gregoriano, no entanto, começa em 01 de março – assim como o Ano Juliano que ainda estava em vigor quando da redação das Constituições de Anderson. No calendário Maçônico os meses são designados pelo seu número ordinal. Assim, 01 de março de 2011 da E.´. V.´. seria o dia 01 do mês 01 do ano de 6011 da V.´.L.´., segundo Anderson.
Se por um lado existem claras referências nas Constituições de Anderson a eventos calculados segundo a regra que citamos, por outro tal prática parece não ter sido adotada como regra geral. Os antigos maçons dos Ritos de York e Francês adicionavam 4000 anos à Era Vulgar, conforme as Constituições de Anderson. No entanto Maçons do Rito Escocês Antigo e Aceito utilizavam o calendário judaico, adicionando 3760 anos à Era Vulgar. Já os Maçons do Arco Real utilizavam-se da data de construção do segundo Templo, ou 530 anos antes da Era de Cristo. Qualquer que seja o motivo que tenha levado a tantas variações nos diferentes Ritos, um calendário maçônico é baseado na data de um evento ou um começo, e estas referências eram usadas em documentos oficiais das Lojas. As datas históricas são símbolos de novos começos, e não devem ser interpretadas como se já houvesse uma loja maçônica no Jardim do Éden... A ideia só foi concebida para se transmitir que os princípios da maçonaria (e não a maçonaria em si) são tão antigos quanto a existência do mundo. Vejo que qualquer outro significado Maçônico para estas datas não passam de um desejo dos primeiros maçons escritores de criar uma linhagem antiga para a Maçonaria, nos moldes de suas imaginações.
No Brasil há registros de que o GOB utilizava, nos primórdios da maçonaria Nacional, um calendário equinocial muito próximo do calendário hebraico, situando o início do ano maçônico não em 01 de março como sugere Anderson, mas no dia 21 de março (equinócio de outono, no hemisfério Sul) e acrescentando 4000 aos anos da Era Vulgar, datando seus documentos com o ano da V.´.L.´.(A.´.L.´.). Desta maneira, o 6° mês Maçônico tinha início a 21 de agosto (primeiro dia do sexto mês) e o 20° dia era, portanto, 09 de setembro da E.´.V.´., como situa um Boletim do GOB de 1874, isto segundo o Irm\ José Castellani, em sua obra “Do pó aos arquivos”. Outro bom exemplo é a imagem do topo deste artigo, retirado da Ata de Iniciação de D. Pedro I :
O fato é que datar pranchas e documentos maçônicos com o ano da V.´.L.´. caiu em desuso, talvez porque hoje saibamos que nosso sistema solar existe há mais de 4,5 bilhões de anos. Utilizar o calendário Gregoriano e referir-se a ele como E.´.V.´., é a pratica mais comum nos dias atuais.
domingo, julho 13, 2014
"A filosofia é a totalidade do conhecimento".
Aristóteles
A Maçonaria buscou sua essência filosófica, nas mais diversas escolas do pensamento humano.
É possível descobri-la entre os filósofos gregos, dos períodos romano e helenístico. Sua identificação fica mais clara ainda, quase que em sua totalidade, junto às escolas filosóficas modernas: Renascimento, Racionalismo e Iluminismo.
O grande objetivo das escolas modernas, era a liberação da consciência humana.
Além da prática do livre pensamento, a filosofia moderna traz impregnada em sua estrutura, um programa que vai desde a valorização da vida natural, passando pela ciência e investigação científica, até o reconhecimento dos valores e direitos individuais.
ESCOLA DO FILOSOFAR |
A Maçonaria é uma instituição universal, fundamentalmente filosófica, trabalha pelo advento da justiça, da solidariedade e da paz entre os homens.
De acordo com o grande professor, Irmão Moisés Mussa Battal, da Grande Loja Maçônica do Chile, a Maçonaria não é uma escola filosófica, mas uma escola do filosofar.
"A tarefa essencial da filosofia maçônica é irradiar a luz de nossos princípios e de nossos hábitos para melhorar a condição humana. Mais que monovalente, ou seja, de uma só linha, de uma só raiz, ela é polivalente. Tem vertentes, então, que a alimentam e ela se reparte como um delta no mundo profano. É tradicionalista e às vezes progressista; isto parece um paradoxo, mas não o é; tradição é conservar o melhor do passado para utiliza-lo em compreender mais o presente e preparar um porvir melhor que o presente. Ela não é o ensinamento de um conjunto de normas e princípios; nem um pensar exclusivo e excludente; é uma reflexão da vida e para a vida".
A FILOSOFIA MAÇÔNICA |
Em "Lições de Filosofia e Maçônica" o Irmão Moisés Mussa Battal, traz diversas e importantes definições sobre o tema.
"A filosofia maçônica separa o valioso do sem valor nas doutrinas e sistemas que a História conheceu; o permanente, constante, do arcaico, e o proveitoso para o homem e a sociedade do inútil para ele.
A filosofia maçônica coloca o homem no centro de sua preocupação e trabalha pela crescente melhora de suas condições vitais.
A filosofia maçônica nos incita a procurar para o homem a dignidade, o decoro, a consideração e o respeito `a sua personalidade, cinzelada nas contingências da vida, enquanto ela se desenrola em torno de um temperamento, de uma vontade, uma inteligência e uma vocação.
A filosofia maçônica deseja que o ser e a existência do homem girem em torno de três valores superiores que a História destacou como as maiores conquistas da humanidade: liberdade, igualdade e fraternidade. Ela pondera mais que nenhuma outra, dentre as três, a fraternidade, pela transcendência e os benefícios que implica e abarca tanto na esfera do individual como no coletivo.
A filosofia maçônica quer defender o homem da ignorância e da incultura, dos temores e das necessidades, da exploração e das injustiças, do fanatismo do dogma, dos tabus sobretudo da opressão e das tiranias interiores e exteriores de qualquer classe.
A filosofia maçônica deseja situar o homem numa sociedade onde reine a ordem e o trabalho, a igualdade de possibilidades e de oportunidades, a paz e o progresso, a competência não bastarda, mas que desenvolva as capacidades e as iniciativas, e a cooperação e a solidariedade contidas em seu ser. Quer prepara-lo para viver e atuar inteligente e construtivamente num regime democrático e conseguir a melhora e o aperfeiçoamento deste seu regime, de maneira que alcance o que ele ofereça nos campos econômico, social, cultural e político. E defende o regime democrático porque, até agora, é o que melhor se apresentou. E o quer total e não parcial.
A filosofia maçônica quer faze-lo sentir e segurar e incorporar a seu ser e existência esta noção da independência, da interação, da intercomunicação dos indivíduos e dos grupos e dos povos da humanidade. Ao procurar-lhe esta consciência está fundamentando a fraternidade humana, a paz e a solidariedade.
A filosofia maçônica mostra ao homem o incalculável valor da arte de pensar bem e do domínio humano, pelo saber, sobre a natureza e a sociedade. Ela lhe mostra, também, o valor incalculável do livre exame e da dúvida metódica e o domínio sobre os meios e instrumentos que reclamam uma ação sábia, prudente e eficaz. Evidencia e demonstra-lhe que a ciência e a lógica, em que pese sua eficiência e utilidade, não satisfazem toda a ânsia humana de saber nem sobrepujam nem superpassam as contingências na existência humana. Demonstra a ele que o concerto harmônico de cérebro, mão e coração é superior a todo intelectualismo enfermiço, a todo falso ou aparatoso romantismo, a todo predomínio controlado da técnica desumanizada. Procura fazer que sua vida se deslize dentro do triângulo áureo da verdade, do bem e da beleza. E que uma vez organizada e afinada sua vida, ela se ponha ao serviço do bem comum. Forma homens, forma dirigentes, forma combatentes pela verdade e o bem. Acende no homem sua fé e seu entusiasmo em torno das possibilidades de superação que há em todos os indivíduos e em todos os povos. Consolida sua crença em que o superior emerge do inferior e em que um transformismo meliorativo, que melhora a condição humana, é factível não somente na condição humana, mas em toda ordem de coisas. Trata de dissipar nele toda burla e perda do sentido de universalidade, todo resto de cepticismo infecundo e sobretudo toda mostra de dúvida constante e cega, pirrônica. Sustenta no homem sua adesão insubornável aos poderes do entendimento e da razão, mas sem menosprezar os aportamentos empíricos da experiência. Leva-o a apoiar-se num positivismo científico e não estacar-se no exercício da meditação e das lucubrações nos campos metafísicos da ontologia, da gnoseologia e da axiologia. Reforça suas preocupações e seus estudos comparados em torno das religiões para retemperar nela a tolerância; respeitar a inata religiosidade e abraçar um deísmo ou um gnosticismo equidistante do ateísmo estéril e do teísmo anticientífico e antirracional, sempre eivado de sectarismo e de proselitismo anacrônicos. Ele é levado a assumir uma atitude tolerante frente ao magismo, ou seja, à magia e à parapsicologia; mas também evitar que se entregue com entusiasmo infundado estas ocupações; logo verá, diz, a luz pelo caminho da investigação nestes casos em particular.
A filosofia maçônica está ao lado do espiritualismo, sem deixar de considerar e ponderar o que houver de valioso e provado nas correntes materialistas. Adere ao postulado que está acima do individualismo e do coletivismo obcecado e segundo o qual o indivíduo existe em, por e para a sociedade e esta, ou seja, a sociedade, existe por e para o indivíduo. Exalta a preocupação pela existência humana, seus problemas, suas preocupações, suas esperanças, mas sem cair nas garras do existencialismo, sobretudo do pessimista tétrico e aniquilador.
Confirma no homem a necessidade da organização e da hierarquia, da direção, da subordinação, dos regulamentos; da conseqüente seleção no ingresso e na ascensão, até a formação de um agrupamento humano de elite. Da disciplina consciente e aceita; da divisão do trabalho e da cooperação e da solidariedade institucionais.
Recorre aos continentes constantes, símbolos, números, alegorias, rituais etc. (ver simbolismo na maçonaria ), para moldar neles os conteúdos circunstanciais das épocas históricas e manter assim a persistência das doutrinas e dos costumes, conforme à lei de constante mudança e do vaivém ideológico e das modas imperantes. Reforça o caráter prospectivo do homem e a vantagem de que se fixem metas e fins preestabelecidos em sua existência, objetivos e fins que possa alcançar, utilizando o poder, o saber, a estabilidade emocional e a serenidade.
Aproxima-se a filosofia maçônica do socratismo e do aristotelismo e mais, ainda, do estoicismo e do senequismo, às posições renascentistas e racionalistas; inviolavelmente adicta a Ilustração ou Iluminismo; ligada estreitamente ao criticismo kantiano; ao espiritualismo; ao positivismo e, particularmente, ao evolucionismo e à filosofia da vida; ela se retira certa e efetivamente da órbita de Nietzsche e de Marx, de Sartre e de Camus que atentam contra a personalidade humana; e tem contatos, em compensação, à distância, com o intuicionismo e os movimentos fenomenológicos prospectivos e axiológicos.
Esta é, numa síntese abreviada, muito reduzida e quase esquemática, a relação de como a filosofia maçônica enquadrou-se na filosofia geral e extraiu estas posições e destas tendências".
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS |
A Maçonaria é uma Ordem Universal, formada por homens de todas as raças, credos e nacionalidades, acolhidos por iniciação e congregados em Lojas, nas quais, por métodos ou meios racionais, auxiliados por símbolos e alegorias, estudam e trabalham para a construção da Sociedade Humana.
É fundada no Amor Fraternal, na esperança de que com Amor a Deus, à Pátria, à Família e ao Próximo, com Tolerância, Virtude e Sabedoria,com a constante e livre investigação da Verdade, com o progresso do Conhecimento Humano, das Ciências e das Artes, sob a tríade - Liberdade, Igualdade e Fraternidade - dentro dos princípios da Razão e da Justiça, o mundo alcance a Felicidade Geral e a Paz Universal.
Desse enunciado, deduzem-se os seguintes corolários:
- a. A Maçonaria proclama, desde a sua origem, a existência de um PRINCÍPIO CRIADOR, ao qual, em respeito a todas a religiões, denomina Grande Arquiteto do Universo;
b. A Maçonaria não impõe limites à livre investigação da Verdade e, para garantir essa liberdade, exige de todos a maior tolerância;
c. A Maçonaria é acessível aos homens de todas as classes, crenças religiosas e opiniões políticas, excetuando aquelas que privem o homem da liberdade de consciência, restrinjam os direitos e a dignidade da pessoa humana, ou que exijam submissão incondicional aos seus chefes, ou façam deles - direta ou indiretamente - instrumento de destruição, ou ainda, privem o homem da liberdade de manifestação do pensamento;
d. A Maçonaria Simbólica se divide em três Graus, universalmente Reconhecidos e adotados: Aprendiz, Companheiro e Mestre;
e. A Maçonaria, cujo objetivo é combater a ignorância em todas as suas Modalidades, constitui-se numa escola mútua, impondo o seguinte Programa:
- obedecer às leis democráticas do País;
- viver segundo os ditames da Honra;
- praticar a Justiça;
- amar ao Próximo;
- trabalhar pela felicidade do Gênero Humano, até conseguir sua emancipação progressiva e pacífica.
- obedecer às leis democráticas do País;
- viver segundo os ditames da Honra;
- praticar a Justiça;
- amar ao Próximo;
- trabalhar pela felicidade do Gênero Humano, até conseguir sua emancipação progressiva e pacífica.
f. A Maçonaria proíbe, expressamente, toda discussão religiosa-sectária ou político-partidária em seus Templos;
g. A Maçonaria adota o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso, como suas Três Grandes Luzes Emblemáticas. Durante os trabalhos, em Loja, deverão estar sempre sobre o Altar dos Juramentos, na forma determinada nos Rituais;
A par desta Definição de Princípios Fundamentais, e da declaração formal de aceitação dos Landmarks, codificados por Albert Gallatin Mackey, a Maçonaria proclama, também, os seguintes postulados:
- I - Amar a Deus, à Pátria, à Família e à Humanidade;
II - Exigir de seus membros boa reputação moral, cívica, social e familiar, pugnando pelo aperfeiçoamento dos costumes;
III - Lutar pelo princípio da Equidade, dando a cada um o que for justo, de acordo com sua capacidade, obras e méritos; IV - Combater o fanatismo e as paixões que acarretam o obscurantismo; V - Praticar a Caridade e a Benemerência de modo sigiloso, sem humilhar o necessitado, incentivando o Solidarismo, o Mutualismo, o Cooperativismo, o Seguro Social e outros meios de Ação Social; VI - Combater todos os vícios;VII - Considerar o trabalho lícito e digno como dever primordial do Homem;
VIII - Defender os direitos e as garantias individuais;
IX - Exigir tolerância para com toda e qualquer forma de manifestação de consciência, de religião ou de filosofia, cujos objetivos sejam os de conquistar a Verdade, a Moral, a Paz e o Bem Estar Social;
X - Os ensinamentos maçônicos induzem seus adeptos a se dedicarem à felicidade de seus semelhantes, não somente porque a Razão e a Moral lhes impõem tal obrigação, mas porque esse sentimento de solidariedade os fez Filhos Comuns do Universo e amigos de todos os Seres Humanos.
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