POVOS INDÍGENAS DO BRASILApós 500 anos do descobrimento do Brasil, ainda existe 215 nações e 170 línguas indígenas diferentes. Muitas delas preservam a riqueza de sua cultura e arte. AIMORÉ Grupo não-tupi, também chamado de botocudo, vivia do sul da Bahia ao norte do Espírito Santo. Grande corredores e guerreiros temíveis, foram os responsáveis pelo fracasso das capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo. Só foram vencidos no início do século 20. Eram apenas 30 mil APALAI Nomes alternativos: Aparai, Apalay Classificação lingüística: Carib População: 450 (1993 SIL) Local: Pará, principalmente no Rio Paru Leste, com remanescentes nos rios Jari e Citare. 20 aldeias APINAYÉ Nomes alternativos: Apinajé, Apinagé Classificação lingüística: Macro-Gê População: 800 (1994 SIL) Local: Tocantins, perto de Tocantinópolis, 6 aldeias APURINÃ Nomes alternativos: Ipurinãn, Kangite, Popengare Classificação lingüística: Arawak População: 2,000 (1994 SIL) Local: Amazonas, Acre; espalhados sobre 1600 kilômetros do Rio Purus, de Rio Branco até Manaus ARARA DO PARÁ Nomes alternativos: Ajujure Classificação lingüística: Caribe População: 110 (1994 SIL) Local: Pará em 2 aldeias ASURINI DO TOCANTINS Nomes alternativos: Assuriní, Akwaya Classificação lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Tenetehara (IV) População: 191 (1995 AMTB) Local: Trocará on the Tocantins River, Pará ASURINI DO XINGU Nomes alternativos: Awaté Classificação lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Kayabi-Arawete (V) População: 63 (1994 ALEM) Local: Pelo menos uma aldeia de tamanho razoável fica no Rio Piçava cerca do Rio Xingu, perto de Altamira, Pará ATROARI Nomes alternativos: Atruahí, Atroaí, Atrowari, Atroahy, Ki'nya Classificação lingüística: Caribe População: 350 (1995 SIL) Local: Nos rios Alalau e Camanau na fronteira entre o estado de Amazonas e o território de Roraima. Também nos rios Jatapu e Jauaperi AVÁ-CANOEIRO Povo de língua da família Tupi-Guarani que vivia entre os rios Formoso e Javarés, em Goiás. Em 1973, um grupo foi contatado. Foram pegos "a laço" por uma equipe chefiada por Apoena Meireles, e transferidos para o Parque Indígena do Araguaia (Iha do Bananal) e colocados ao lado de seus maiores inimigos históricos, os Javaé . Parte da área indígena Avá-Canoeiro, identificada em 1994 com 38.000 ha, nos municípios de Minaçu e Cavalcante em Goiás, está sendo alagada pela hidrelétrica Serra da Mesa, no rio Maranhão. BANAWÁ Nomes alternativos: Kitiya, Banavá, Banauá, Jafí Auto-denominação: Kitiya Classificação lingüística: Arawak População: 80 Local: Amazonas, rio acima bem distante dos Jamamadi. A metade mora no Rio Banawá, outros em riachos pequenos e em locais espalhados. 1 aldeia e 2 colonias de famílias extensas BORORO Classificação lingüística: Macro-Gê, Bororo População: 1000+ Local: Mato Grosso central, 7 aldeias Povo falante de língua do tronco macro-jê. Os Bororo atuais são os Bororo Orientais, também chamados Coroados ou Porrudos e autodenominados Boe. Os Bororo Ocidentais, extintos no fim do século passado, viviam na margem leste do rio Paraguai, onde, no início do séc. XVII, os jesuítas espanhois fundaram várias aldeias de missões. Muito amigáveis, serviam de guia aos brancos, trabalhavam nas fazendas da região e eram aliados dos bandeirantes. Desapareceram como povo tanto pelas moléstias contraídas quanto pelos casamentos com não-índios. CAETÉ Os deglutidores do bispo Sardinha viviam desde a ilha de Itamaracá até as margens do Rio São Francisco. Depois de comerem o bispo, foram considerados "inimigos da civilização". Em 1562, Men de Sá determinou que fossem "escravizados todos, sem exceção". Assim se fez. Seriam 75 mil CAIAPÓS Explorando a riqueza existente nos 3,3 milhões de hectares de sua reserva no sul do Pará - especialmente o mogno e o ouro -, os caiapós viraram os índios mais ricos do Brasil. Movimentam cerca de U$$15 milhões por ano, derrubando, em média, 20 árvores de mogno por dia e extraindo 6 mil litros anuais de óleo de castanha. Quem iniciou a expansão capitalista dos caiapós foi o controvertido cacique Tutu Pompo (morto em 1994). Para isso destitui o lendário Raoni e enfrentou a oposição de outro caiapó, Paulinho Paiakan. Ganhador do Prêmio Global 500 da ONU, espécie de Oscar ecológico, admirado pelo príncipe Charles e por Jimmy Carter, Paiakan foi acusado do estupro de uma jovem estudante branca, em junho de 1992. A absolvição, em novembro de 94, não parece tê-lo livrado do peso da suspeita. Paiakan - mitificado na Europa, criminoso no Brasil - é uma contradição viva e um símbolo da relação entre brancos e índios. CAIUÁ Nomes alternativos: Kaiwá, Kaajova, Kaiova, Kaiowá Auto-denominação: Te'yi Classificação lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Subgrupo I População: 27.000 Local: Mato Grosso do Sul CANELA Nomes alternativos: Kanela Classificação lingüística: Macro-Gê, Gê-Kaingang, Gê, Noroeste, Timbira População: 1,420 (1995 SIL), inclusive 950 Ramkokamekra, 470 Apanjekra Local: Maranhão, sudeste do Pará CARIJÓ Seu território ia de Cananéia (SP) até a Lagoa dos Patos (RS). Vistos como "o melhor gentio da costa", foram receptivos à catequese. Isso não impediu sua escravização em massa por parte dos colonos de São Vicente. Em 1554, participaram do ataque a São Paulo. Eram cerca de 100 mil CINTA LARGA Classificação lingüística: Tupi, Monde População: 1,000 (1995 SIL) Local: Oeste de Mato Grosso DENI Nomes alternativos: Dani Classificação lingüística: Arawak População: 600 (1986 SIL) Local: Amazonas FULNIÔ Nomes alternativos: Furniô, Fornió, Carnijó, Iatê, Yatê Classificação lingüística: Macro-Gê, Fulnio População: 2,788 (1995 SIL) Local: Pernambuco GUAJAJARA Nomes alternativos: Guazazara, Tenetehar, Tenetehára Classificação lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Tenetehara (IV) População: 13.000 - 14.000 Local: Maranhão, 81 aldeias GOITACÁ Ocupavam a foz do Rio Paraíba. Tidos como os índios mais selvagens e cruéis do Brasil, encheram os portugueses de terror. Grandes canibais e intrépidos pescadores de tubarão. Eram cerca de 12 mil. GUARANI MBYÁ Nomes alternativos: Mbyá, Guaraní Auto-denominação: Guarani Classificação lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Subgrupo I População: 15.000 no Brasil, no Paraguai e na Argentina Local: Sudoeste do Paraná, Sudeste de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais. 35 aldeias. Também na Argentina HIXKARYANA Nomes alternativos: Hixkariana, Hishkaryana, Parukoto-Charuma, Parucutu, Chawiyana, Kumiyana, Sokaka, Wabui, Faruaru, Sherewyana, Xerewyana, Xereu, Hichkaryana Classificação lingüística: Caribe População: 804 (censo de Maio, 2001) Local: Amazonas, Rio Nhamundá acima até os rios Mapuera e Jatapú HUPDA Nomes alternativos: Hupdé, Hupdá Makú, Jupdá Macú, Makú-Hupdá, Macú De Tucano, Ubdé Classificação lingüística: Maku (Puinave, Macro-Tucano) População: 1,208 no Brasil (1995 SIL); 150 na Colômbia (1991 SIL); 1,350 nos dois países Local: Rio Auari, noroeste de Amazonas IANOMÂMI ou YANOMÁMI WAICÁ CENTRAL Nomes alternativos: Yanomámi, Waicá, Waiká, Yanoam, Yanomam, anomamé, Surara, Xurima, Parahuri Classificação lingüística: Yanomam População: 4.500 Local: Posto Waicá, Rio Uraricuera, Roraima, Posto Toototobi, Amazonas, Rio Catrimani, Roraima Povo constituído por diversos grupos cujas línguas pertencem à mesma família, não classificada em troncos. Denominada anteriormente Xiriâna, Xirianá e Waiká, a família Yanomami abrange as línguas Yanomami, falada na maior extensão territorial, Yanomám ou Yanomá, Sanumá e Ninam ou Yanam, as quatro com vários dialetos. Os Yanomami vivem no oeste de Roraima, no norte do Amazonas e na Venezuela, num total de 20 mil índios. IKPENG Nomes alternativos: Txikão, Txikân, Chicao, Tunuli, Tonore Classificação lingüística: Carib População: 240 Local: Parque Xingu, Mato Grosso JAMAMADI Nomes alternativos: Yamamadí, Kanamanti, Canamanti Classificação lingüística: Arawak População: 250 Local: Amazonas, espalhados sobre 512.000 km2 JARAWARA Nomes alternativos: Jaruára, Yarawara Classificação lingüística: Arawá População: 160 Data do início do trabalho da SIL: 1987 Local: Seis aldeias dentro da area indígena Jamamadi-Jarawara, no município de Lábrea, Amazonas. A reserva fica perto do rio Purus, acima de Lábrea e no lado oposto do rio. JUMA Nomes alternativos: Yumá, Katauixi, Arara, Kagwahiva, Kagwahibm, Kagwahiv, Kawahip, Kavahiva, Kawaib, Kagwahiph Auto-denominação: Kagwahiva Classificação lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Kawahib (VI) População: Havia 300 em 1940 Local: Amazonas, Rio Açuã, tributário do Mucuim JURUNA Povo indígena cuja língua é a única representante viva da família Juruna, do tronco Tupi. Autodenominam-se Yudjá; o nome Juruna significa, em Tupi-Guarani, “bocas pretas”, porque a tatuagem características desses índios era uma linha que descia da raiz dos cabelos e circundava a boca. Na metade do século XIX tinham uma população estimada em 2.000 índios, que viviam no baixo rio Xingu. Um grupo migrou mais para o alto do rio, hoje em território compreendido pelo Parque do Xingu (MT). Segundo levantamento de médicos da Escola Paulista de Medicina, que prestam serviços de saúde aos índios do parque, em 1990 eram 132 pessoas. Alguns Juruna vivem dispersos na margem direita do médio e baixo rio Xingu, e há um grupo de 22 índios, segundo dados da Funai de 1990, que vive na Volta Grande do rio Xingu, numa pequena área indígena chamada Paquiçaba, no município de Senador José Porfírio, no sudeste do Pará. Suas terras serão atingidas pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. KAAPOR Nomes alternativos: Urubu-Kaapor Auto-denominação: Ka'apor Classificação lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Oyampi (VIII) População: 800 Local: Maranhão, 10 aldeias espalhadas sobre 7168 km2. Há quatro aldeias grandes, Zê Gurupi, Ximbo Renda, Gurupi-una e Água Preta. Os primeiros encontros de paz dos Kaapor com os brasileiros ocorreram em 1928 em Canindé no rio Gurupi. Em 1928 era conhecido como Posto Indígena Pedro Dantas. Naquela época, o Posto se encontrava na ilha na frente do local atual de Canindé, do lado do Pará. Veja as três perspectivas sobre estes encontros neste website do Kaapor. Com a chegada de civilização os Kaapor se retiraram para a selva até que a reserva presente foi demarcada. A população estava estável com cerca de quinhentas pessoas por muitos anos. Houve um censo feito pelo chefe do Posto Canindé em 1968 e a população foi enumerada em um pouco mais de quinhentas pessoas. Naquela época, o chefe do posto foi a quase todas as aldeias e fez um censo. Mais um censo foi feito pelo chefe do Posto Turiaçu no final dos anos 70. Mais uma vez, foram enumerados em pouco mais de quinhentas pessoas. Desde então a distribuição de medicamentos por vários grupos ajudou a combater a mortalidade infantil, e também ajudou aos adultos a sobreviverem epidemias de gripe forte. Atualmente (2002) os Kaapor estão enumerados em cerca de oitocentas pessoas. Uma característica interessante da língua Kaapor foi o desenvolvimento de uma língua de sinais entre eles. Existem vários surdos-mudos entre eles que são capazes de se comunicar com outros que não são surdos-mudos. O povo desenvolveu uma língua de sinais entre si (sistema de comunicação intra-tribal). Um surdo-mudo visitando uma aldeia distante tem capacidade de se comunicar com um membro de outra aldeia sem problema. (Um trabalho sobre a língua de sinais Kaapor será publicado neste web site no futuro.) Uma outra característica interessante é sua elaborada cerimônia de nomeação, com muitos enfeites de pena. No dia de nomear o(s) filho(s), esperam o nascimento do sol, e enfrentando o sol nascente o padrinho escolhido dançará com uma criança em seus braços, tocando um apito feito do osso do pé do gavião-real. Diversas crianças podem ser nomeadas durante esta cerimônia. O padrinho e o pai da criança têm ornamentos feitos de penas tais como um capacete feita das penas da cauda do pássaro japu, uma peça nos lábios decorada com a pena da cauda da arara como base, brincos, pulseiras, e às vezes faixas no braço também. Esta cerimônia está precedida por uma noite de bebedeira onde consomem quantidades grandes de cerveja feita de beiju (purê de mandioca tostada em bolinhos redondos) de banana ou de caju. A língua Kaapor tem 14 consoantes e 6 vogais que são orais e podem ser nasais. KADIWÉU Nomes alternativos: Mbaya-Guaikuru, Caduvéo, Ediu-Adig Classificação lingüística: Mataco-Guaicuru População: 2 mil Local: Mato Grosso do Sul, cerca da Serra da Bodoquena. 3 aldeias KAIAPÓ Ou Kayapó, ou Caiapó. Povo de língua da família Jê. Distribuem-se por 14 grupos, num vasto território que se estende do SE do Pará ao N do Mato Grosso, na região do rio Xingu. Os grupos são: Gorotire, Xikrin do Cateté, Xikrin do Bacajá, A’Ukre, Kararaô, Kikretum, Metuktire (Txucarramãe), Kokraimoro, Kubenkrankén e Mekragnoti. Há indicações de pelo menos três outros grupos ainda sem contato com a sociedade nacional. KAINGANG Nomes alternativos: Coroado, Coroados, Caingang, Bugre Classificação lingüística: Macro-Gê, Gê-Kaingang, Kaingang do norte População: 18,000 (1989 U. Wiesemann SIL) Local: São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul; 21 locais KAINGANG Ou Caingangue. Povo de língua da família Jê. Também conhecidos como Coroados, vivem em 26 pequenas áreas indígenas no interior dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. São aproximadamente 7.000 índios. KAMAYURÁ Nomes alternativos: Kamaiurá, Camaiura, Kamayirá Classificação lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Kamayura (VII) População: 279 (1995 AMTB) Local: Parque Xingu, Mato Grosso KARAJÁ Nomes alternativos: Xambioá, Chamboa, Ynã Classificação lingüística: Macro-Gê, Karaja População: 1,700 (1995 SIL) Local: Goiás, Pará, Mato Grosso, Rio Araguaia, Ilha Bananal, e Tocantins KARIPUNA DO AMAPÁ Nomes alternativos: Karipúna, Karipúna do Uaçá, Patuwa Classificação lingüística: Crioulo (francês) População: 672 (1995 SIL) Local: Amapá, na fronteira da Guiana Francesa KARITIANA Nomes alternativos: Caritiana Classificação lingüística: Tupi, Arikem População: 150 (1995 SIL) Local: Rondônia KAXARARI Nomes alternativos: Kaxariri Classificação lingüística: Pano População: 220 (1995 AMTB) Local: Alto Rio Marmelo, tributário do Rio Abuna, Acre, Rondônia, Amazonas KAYABI Nomes alternativos: Kajabí, Caiabi, Parua, Maquiri Classificação lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Kayabi-Arawete (V) População: 800 (1994 SIL) Local: Norte de Mato Grosso, Parque Xingu, e sul do Pará; Rio Teles Pires e Tatui, muitas aldeias KAYAPÓ Nomes alternativos: Xikrin, Txhukahamai Auto-denominação: Mebêngôkre Classificação lingüística: Macro-Gê, Gê, Kayapó População: 5.000 Local: Parque Xingu, Mato Grosso, sul do Pará. 9 aldeias Antigamente os Kayapó eram considerados uma tribo muito belicosa e agressiva morando no sul do Pará e norte de Mato Grosso, vagueando por um território vasto desde a margem leste do Xingu até o Tapajós. A parte oriental da tribo foi pacificada por volta de 1940, e a parte ocidental na década de 50, pelos irmãos Villas Boas. Eles guerreavam com tribos vizinhas como Karajá, Juruna, Xavante, Tapirapé, Kreen-Akorore e outras, como também ribeirinhos, seringueiros e outros no local. Eles matavam, tocavam fogo nas aldeias e vilarejos, roubavam e sequestravam. Alguns dos cativos ainda hoje estão vivos, integrados na sociedade Kayapó, casados com filhos e netos. Além de guerrear com não-Kayapó, eles também praticavam guerra interna, com aldeias diferentes atacando e se matando umas as outras. Hoje em dia não tem mais guerra interna, nem guerra contra outras tribos, porém eles insistem em sua natureza belicosa, pois atacam aqueles que invadem suas terras. Alguns aspectos distintivos da cultura Kayapó são os bodoques que os homens costumavam usar e ainda são usados por alguns, embora a nova geração não continue a praticar. Outro aspecto é a pintura corporal, uma coisa muito bonita, feita com linhas geométricas e intricadas. Crianças e adultos de ambos os sexos costumam usar. As primorosas festas constituem outro aspecto muito interessante. Estas festas chegam ao clímax, depois de um período de meses, durante o qual cada ritual se adere minuciosamente com suas canções, danças e cerimônias especiais próprias para aquela festa. A língua tem 17 vogais e 16 consoantes, e padrão distinto de entoação e vogal prolongada para dar ênfase. KRAHÔ Classificação lingüística: Macro-Gê População: 1,200 (1988 SIL) Local: Maranhão, sudeste do Pará, Tocantins, 5 aldeias KUIKURO Nomes alternativos: Kuikuru, Guicurú, Kurkuro, Cuicutl, Kalapalo, Apalakiri, Apalaquiri Classificação lingüística: Carib População: 526, inclusive 277 Kuikuro e 249 Kalapalo (1995 AMTB) Local: Parque Xingu, Mato Grosso KURÂ-BAKAIRI Nomes alternativos: Bakairí, Bacairí, Kura Classificação lingüística: Caribe População: 800 – 900 Local: Mato Grosso em 9 ou 10 aldeias MAMAINDÉ Nomes Alternativos: Nambikuára do Norte Auto-Denominação: Mamaindé Classificação lingüística: Nambikuára, Nambikuára do Norte, Mamaindé População: 170+ Local: Mato Grosso, na divisa de Rondônia MAXAKALI Nomes alternativos: Caposho, Cumanasho, Macuni, Monaxo, Monocho Classificação lingüística: Macro-Gê, Maxakali População: 728 (1994 SIL) Local: Minas Gerais, 160 km interior do litoral, 14 aldeias MUNDURUKU Nomes alternativos: Mundurucu, Weidyenye, Paiquize, Pari, Caras-Pretas Classificação lingüística: Tupi População: 7.000 ou mais Local: Pará, Amazonas. 22 aldeias Os Munduruku vivem em 32 aldeias, em três áreas no Pará e Amazonas. Eles vivem da caça, pesca, coleta e agricultura. O grau de bilingüismo dos Munduruku não é muito alto, sendo o dos homens maior do que o das mulheres e crianças. NADËB Nomes Alternativos: Makú-Nadëb, Makú Auto-Denominação: Nadëb Classificação lingüística: Makú, Nadëb População: 300 Local: 2 aldeias: Rio Uneiuxi e Rio Japurá, Amazonas NAMBIKUARA Nomes Alternativos: Nambikuara do Sul, Nambikwara, Nambiquara Classificação lingüística: Nambikuara, Nambikuara do Sul, Nambikuara População: 900 Local: Noroeste de Mato Grosso, espalhados na rodovia Porto Velho-Cuiabá por cerca de 300 km. 10 aldeias PALIKUR Classificação lingüística: Aruák, Aruák do Norte, Palikur População: 1600 no Brasil e na Guiana Francesa Local: Nos litorais do Norte às margens dos rios, Amapá PARAKANÃ Nomes alternativos: Parakanân, Parocana Classificação lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Tenetehara (IV) População: 451 (1995 AMTB) Local: Pará, Parque Xingu, parte inferior do Rio Xingu PARESI Nomes alternativos: Parecis, Paressí, Haliti Auto-denominação: Haliti Classificação lingüística: Arawak População: 1,200 (1994 SIL) Local: Mato Grosso, 6,000 km2. 15 a 20 aldeias PAUMARI Nomes alternativos: Paumarí, Palmari Auto-denominação: Pamoari Classificação lingüística: Arawá População: 700 Local: Amazonas. 4 aldeias PATAXÓ Povo de língua da família Maxacali, do tronco Macro-Jê. Abandonou sua língua original e expressa-se apenas em português. Vive no sul da Bahia, em Barra Velha, Coroa Vermelha e Monte Pascoal, em zona economicamente valorizada (cacau e turismo), nos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália e nas áreas indígenas Mata Medonha e Imbiriba. Em 1990, eram aproximadamente 1.600 índios. PIRAHÃ Nomes alternativos: Múra-Pirahã Classificação lingüística: Mura População: Cerca de 300 Local: Amazonas, nos rios Maici e Autaces POTIGUAR Senhoreavam a costa desde São Luís até as margens do Parnaíba, e das margens do Rio Acaraú, no Ceará, até a cidade de João Pessoa, na Paraíba. Exímios canoeiros, inimigos dos portugueses, seriam uns 90 mil RIKBAKTSA Nomes alternativos: Aripaktsa, Erikbatsa, Erikpatsa, Canoeiro Classificação lingüística: Macro-Gê População: 970 Local: Mato Grosso, confluência dos rios Sangue e Juruena, Japuira na beira do leste do Juruena entre os rios Arinos e Sangue, e Posto Escondido na beira do oeste do Juruena 700 kilómetros ao norte. 9 aldeias e 14 colônias. SATERÉ-MAWÉ Nomes alternativos: Maue, Mabue, Maragua, Sataré, Andira, Arapium Classificação lingüística: Tupi, Mawe-Satere População: 9,000 (1994 SIL) Local: Pará, Andirá e outros rios. Talvéz também em Amazonas. Mais de 14 aldeias SURUÍ DO PARÁ Nomes alternativos: Akewere, Akewara, "Mudjetíre", "Mudjetíre-Suruí", Suruí Classificação lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Tenetehara (IV) População: 140 (1995 A. Graham SIL) ocal: Pará, 110 km. de Marabá, no município de São João do Araguaia SURUI DE RONDÔNIA Nomes alternativos: Suruí Auto-denominação: Paíter, Paiter Classificação lingüística: Tupi, Mondé, Suruí População: 900 Local: Rondônia, na fronteira entre Rondônia e Mato Grosso SUYÁ Classificação lingüística: Macro-Gê População: 196, inclusive 31 Tapayuna (1995 AMTB) Local: Parque Xingu, Mato Grosso, fonte do Rio Culuen. TENHARIM Nomes alternativos: Tenharem, Tenharin Auto-denominação: Kagwahiva Classificação lingüística: Tupi População: 465 Local: Amazonas. Os Diahói moram no rio Marmelos, os Karipuna no Posto Rio Jaci Paraná em Rondônia, os Morerebi no Rio Preto e Marmelos. 2 aldeias TERENA Nomes alternativos: Terêna, Tereno, Etelena Classificação lingüística: Arawak População: 20.000 Local: Mato Grosso do Sul, em 20 aldeias e 2 cidades O povo Terena mora principalmente no estado de Mato Grosso do Sul, ocupando áreas entre Campo Grande, ao leste, e o Rio Miranda, ao oeste. Residem em mais ou menos vinte aldeias, havendo as maiores concentrações nas seguintes áreas: 1. Cachoeirinha/Moreira, na vizinhança de Miranda 2. Taunay-Bananal, entre Miranda e Aquidauana que fica uma hora de ônibus das duas cidades 3. Limão Verde, na área de Aquidauana 4. Buriti e outras aldeias perto, na vizinhança de Campo Grande População: aproximadamente 20,000. A SIL começou a trabalhar entre os terena em 1957. Naquela época, pensava-se que este grupo já tivesse sido bastante assimilado na sociedade brasileira. A sua antiga estrutura política tribal já não funcionava mais, e a maioria dos seus costumes e crenças tradicionais não estavam sendo praticados mais. Em ocasiões especiais como no Dia do Índio, 19 de abril, ainda fazem a Dança da Ema com as suas sete peças. Na região é conhecida como a dança do Bate-Pau. Embora os terenas sejam um povo basicamente agricultor, mudanças significantes têm ocorrido durante os últimos cinqüenta anos. Com maior ênfase agora em adquirir uma boa educação escolar, há maior diversidade hoje em dia na maneira que ganham a vida. TREMEMBÉ Grupo não-tupi, que vivia do sul do Maranhão ao norte do Ceará, entre os dois territórios potiguares. Grande nadadores e mergulhadores, foram, alternadamente, inimigos e aliados dos portugueses. Eram cerca de 20 mil TABAJARA Viviam entre a foz do Rio Paraíba e a ilha de Itamaracá. Aliaram-se aos portugueses. Deviam ser uns 40 mil TEMIMINÓ Ocupavam a ilha do Governador, na baía de Guanabara, e o sul do Espírito Santo. Inimigos dos tamoios, aliaram-se aos portugueses. Sob liderança de Araribóia, foram decisivos na conquista do Rio. Eram 8 mil na ilha e 10 mil no Espírito Santo. TAMOIO Os verdadeiros senhores da baía de Guanabara, aliados dos franceses e liderados pelos caciques Cunhambebe e Aimberê, lutaram até o último homem. Eram 70 mil. TUPINAMBÁ Constituíam o povo tupi por excelência. As demais tribos tupis eram, de certa forma, suas descendentes, embora o que de fato as unisse fosse a teia de uma inimizade crônica. Os tupinambás propriamente ditos ocupavam da margem direita do rio São Francisco até o Recôncavo Baiano. Seriam mais de 100 mil. TUPINIQUIM Foram os índios vistos por Cabral. Viviam no sul da Bahia e em São Paulo, entre Santos e Bertioga. Eram 85 mil. WAI-WAI Ou Waiwai, Uaiai. Povo de língua da família Karíb. Vivem na área indígena Nhamundá-Mapuera, na fronteira do Pará com o Amazonas, e Waiwai, em Roraima. A população é constituída por uma mistura de várias tribos atraídas e assimiladas por eles ao longo dos anos, entre as quais as dos Karafawyana, dos Kaxuyana e dos Hixkariana. Em 1990, segundo a Funai, somavam cerca de 1.250 índios. WAIÃPI Nomes alternativos: Wayampi, Wayãpi, Oyampi, Oiampi, Oyampik, Guayapi Auto-denominação: Waiãpi Classificação lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Subgrupo 8, Wayampi População: 1000+ Local: Várias aldeias nos tributários do rio Amapari na parte leste do Amapá e nos rios Oiapoque e Camopi na Guiana Francesa; há também uns poucos falantes no rio Paru Leste, na parte nordeste do Pará, Brazil WAURÁ Nomes alternativos: Uaura, Aura Classificação lingüística: Arawak População: 300 Local: Parque Xingu, Mato Grosso XAVANTE Nomes Alternativos: Xavánte, Shavante, Chavante Auto-Denominação: A’uw? Classificação lingüística: Macro-Gê, Gê, Agrupamento Akwén, Xavante População: 10.000+ Local: Na parte leste do Mato Grosso, 60 aldeias Os Xavante são um povo forte e orgulhoso, tendo a reputação de serem muito agressivos e guerreiros. A primeira tentativa de pacificar os Xavante ocorreu no século 19, quando o governador da província de Goiás arrebanhou muitos Xavantes naquela área e os instalou num grupo de aldeias oficiais com outros grupos tribais e não-indígenas. Eles não se conformaram com a perspectiva de ficarem ali por muito tempo, e eventualmente fugiram de volta para a selva. Eles permaneceram relativamente imperturbados e inatingíveis até à década dos ‘40 e ‘50. Até fins dos ‘50, todas as facções Xavante, que tinham migrado para o estado de Mato Grosso, tinham sido pacificados – o último dos grandes grupos tribais no Brasil a iniciar contato regular com o mundo de fora. A caraterística mais marcante da sociedade Xavante pode ser a sua feição dualista: a divisão da tribo inteira em dois clãs – âwaw? e po'reza'õno. Permite-se o casamento somente entre membros de clãs opostos. Algumas outras caraterísticas distintas da cultura Xavante incluem os longos e complexos ritos de iniciação para meninos, culminando na cerimônia de furar orelha – no qual pequenos paus são inseridos no lóbulo das orelhas dos iniciados. Estes paus são usados – e em tamanhos progressivamente maiores – durante o resto das vidas deles. Os Xavante são famosos também pelas suas corridas de troncos de árvore, onde os dois clãs competem numa espécie de corrida de revezamento, carregando por alguns kilômetros troncos de buriti que pesam até 80 kilogramas. As mulheres tecem um tipo de cesta incrivelmente forte, a qual elas usam para carregar os nenês recem-nascidos. A ampla alça da cesta passa pela testa da mulher, enquanto a cesta mesma fica deitada nas costas dela, livrando assim, as mãos da mulher para outros trabalhos. Uma aldeia tradicional é construída com as casas dispostas em forma de ferradura de cavalo, dando-se o seu lado aberto para o rio. O domínio da mulher é a casa, cujo abertura sempre dá para o centro da aldeia. O domínio do homem é o lugar de reuniões no centro da aldeia, onde são tomadas todas as decisões importantes no conselho diário dos homens. A língua Xavante contém 13 consoantes e 13 vogais – das quais quatro são nasais. Termos de honra e carinho são usados com referência a outros, como os parentes por afinidade e os netos. Muitos destes relacionamentos chaves são atualmente refletidos na gramática da língua. Por exemplo, ao falar diretamente ao genro, um homem usará a forma gramática indireta (terceira pessoa) em vez das formas da segunda pessoa. (Para mais sobre este assunto, veja a publicação neste site com o título Xavante Morphology and Respect/Intimacy Relationships (em Inglês, 312 kB).) XOKLENG Nomes alternativos: Aweikoma, Bugre, Botocudos Classificação lingüística: Macro-Gê, Gê-Kaingang, Kaingang do norte População: 250 falantes (1975) de um grupo étnico de 634 (1986 SIL) Local: Santa Catarina, no tributário do Rio Itajaí. YUHUP Nomes alternativos: Makú-yahup, Yëhup, Yahup, Yahup Makú, "Maku" Classificação lingüística: Maku População: 360 no Brasil (1995 MTB); 600 em total (1986 SIL) Local: Amazonas, num tributário do Rio Vaupés. Talvez também na Colômbia Fontes: Eduardo Bueno, in “Brasil 500 anos” e Summer Institute of Linguistics (Sil Brasil) |
Espaço oportunizado para aquele cuja a mente é inquieta e busca ir mais longe no conhecimento sem reservas de qualquer natureza. M. Aesculapius
terça-feira, março 06, 2012
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