A REALIDADE NÃO LOCAL
- as linhas tortas da realidade adaptadas à maçonaria -
É um fato que o ritual maçônico é um teatro psicológico que funcionando como um psicodrama pode influenciar a vida daqueles que o praticam. Entretanto, os céticos de plantão, não devem ser rápidos demais em descartar o funcionamento dos rituais em âmbitos muito mais sutis. Realmente, muito do sucesso dos rituais pode ser explicado por meios físicos diretos de causa e consequência, mas alguns poucos anos de prática revelarão alguns resultados que simplesmente não podem ser satisfatoriamente como Neuro-linguística. Algumas vezes o maçom se verá diante de casos em que a materialização dos desejos projetados acontece por vias aparentemente “não causais” e “não locais”.
É um fato que o ritual maçônico é um teatro psicológico que funcionando como um psicodrama pode influenciar a vida daqueles que o praticam. Entretanto, os céticos de plantão, não devem ser rápidos demais em descartar o funcionamento dos rituais em âmbitos muito mais sutis. Realmente, muito do sucesso dos rituais pode ser explicado por meios físicos diretos de causa e consequência, mas alguns poucos anos de prática revelarão alguns resultados que simplesmente não podem ser satisfatoriamente como Neuro-linguística. Algumas vezes o maçom se verá diante de casos em que a materialização dos desejos projetados acontece por vias aparentemente “não causais” e “não locais”.
A matemática
da Teoria do Caos já revelou que não podemos dar um soluço sem deixar de mexer
com as estrelas. Entretanto, as pessoas ainda pensam “pequeno” e se limitam a um
raciocínio linear de causa e efeito. O mundo a nossa volta, contudo, não é uma
fila na padaria com os fatos esperando sua vez para serem atendidos. Para cada
acontecimento temos incontáveis causas que colaboraram com sua existência e
para cada ação infinitas repercussões. Não é absurdo, portanto, supor que muitos destes caminhos possíveis
sejam ainda desconhecidos pelos atuais modelos de como o mundo funciona.
A cada ano o
modelo padrão da ciência se mostra mais convencido de que não existem sistemas
isolados. A física moderna estipula que cada partícula elementar do
universo está em comunicação instantânea com todas as outras partículas que
existem. Não estou dizendo que o mago, o maçom deve forçosamente acreditar em
qualquer teoria mágica que aparecer na sua frente. Mas sim que mantenha a mente
aberta para o fato de que o mundo é um lugar muito mais complexo do que jamais
poderemos entender. Citarei a seguir três exemplos de pesquisas científicas que
podem nos ajudar a entender que as forças, usadas em um ritual maçônico, vão
muito além da mera psicologia aplicada. Os exemplos seguem uma ordem de
complexidade crescente, revelando que a não localidade é uma realidade no mundo
físico (atômico), no mundo biológico (orgânico) e no mundo mental (humano).
O Teorema de Bell: A Física Não-Local
Uma das
implicações do desenvolvimento da física no início do século XX foi à
descoberta de que sob certas condições uma mudança feita em uma partícula se propaga
instantaneamente para outra, não importando a distância que as separam, como se
não fosse necessário "ir" para "chegar".
Era algo
tão perturbador que a opinião geral era de que isso se tratava de um problema
de medição, uma falha da observação humana. O físico irlandês John Bell foi o
primeiro a propor que essa comunicação não-local não era uma falha de
observação, mas parte da realidade. Ele expressou esta conclusão
matematicamente em 1964 no que ficou conhecido como o "Teorema de
Bell".
Poucos anos
depois surgiram experimentos capazes de comprovar empiricamente o teorema de
Bell. Em um deles é que pares de
'fotons' eram criados e enviados em direções opostas. Cada um deles encontrava
em seu caminho um polarizador que pode ser ajustado pelo cientista que conduz a
experiência. Os resultados podem ser de quatro tipos (++, --, +- ou -+) e cada
um deles é registrado por um 'contador de coincidências'. Os resultados
obtidos sempre superam em muito o mero acaso estatístico.
Estes
experimentos quânticos não provam que exista uma rede magica não local que
ligue todos os seres vivos. Entretanto eles provam matemática e
experimentalmente a existência da não localidade como um fato elementar na
estrutura da natureza.
Campos Morfogenéticos: A Vida Não-Local
Assim como a
gravidade afeta pedras e elefantes a realidade não local deveria se espelhar em
algum aspecto da vida orgânica assim como se manifesta na física nuclear. É
exatamente isso que o doutor em biologia Rupert Sheldrake da Universidade de Cambridge,
diz acontecer para explicar o surgimento de uma mesma função adaptativa em
populações biológicas não relacionadas. Em sua primeira experiência, proposta
em 1980, Sheldrake treinou a um grupo de ratos de uma dada espécie a escapar de
um labirinto, em um laboratório em Londres. A seguir observou o comportamento
dos ratos da mesma espécie e raça em outro laboratório em Nova York e conclui
que o segundo grupo resolvia o problema apresentado de forma muito mais rápida.
Experiências
semelhantes foram repetidas numerosas vezes depois, sempre confirmando que uma
adaptação uma vez aprendida por uma população específica torna-se
instantaneamente mais fácil de ser aprendida pelas populações da mesma espécie
separadas geograficamente.
Sheldrake
propôs a existência dos "Campos Morfogenéticos".
Campos que
unem os membros de uma mesma espécie e fornecem uma comunicação imediata de
suas adaptações evolutivas. Se os Campos Morfogenéticos forem uma realidade
então uma das consequências seria que é mais fácil aprender algo que
outras pessoas já aprenderam.
Sheldrake
organizou em 1983, outro experimento para falsear esta hipótese. Nele uma
figura oculta numa ilustração devia ser encontrada por voluntários separados, continentalmente,
na Europa, Américas e África. Os números revelaram no fim do
experimento que o índice e velocidade de acertos dos testes subiram medida que
mais pessoas encontravam a solução anteriormente.
Os
experimentos de Sheldrake não provam que telepatia funcione ou que você possa
perceber que alguém queira e esfaquear. Entretanto ele mostra que o fenômeno da
não localidade presente nas partículas subatômicas se manifesta nos seres
vivos, que afinal são feitos de partículas subatômicas.
O Experimento de Grinberg-Zylberbaum: A Mente Não-Local
Sendo o
cérebro humano fruto da evolução biológica podemos supor que ele também possua
sua parcela de não localidade. Não estou falando aqui dos milhares de casos de
experiências extracorpóreas relatadas durante a "morte clínica" e que
podem ser induzidas pelas técnicas do doutor Stanislav Groff ou por altas doses
de LSD. Estes são casos que colaboram para percepção do universo como um
sistema complexo, mas que infelizmente não podem ser testados em laboratório. O
neurologista mexicano Jacobo Grinberg-Zylberbaum, entretanto, executou em 1994,
um experimento que atende este requisito empírico.
Dois sujeitos
A e B interagem durante 30 minutos e então são isolados em duas Gaiolas de
Faraday (que bloqueia os sinais eletromagnéticos). Ambos são monitorados por um
equipamento de eletroencefalografia (EEG) e não possuem qualquer comunicação
entre si. Sem aviso prévio um sinal luminoso piscante é mostrado a um dos dois
voluntários. O sinal provoca uma resposta no eletroencefalograma do voluntário
exposto, como deveríamos esperar. Entretanto ao monitorar o outro voluntário
nota-se no mesmo período de tempo um sinal, de forma semelhante, mas de menor
intensidade, mesmo sem ele receber qualquer estímulo direto.
Devemos
destacar que o fenômeno não ocorre todas às vezes. Ele é registrado apenas
quando os voluntários passam por alguma interação emocional e com mais
frequência quando um dos dois relata algum grau de clarividência espontânea.
Talvez no futuro
tenhamos um "contador de coincidências" entre seres humanos que nos
dê alguns dados estatísticos interessantes. De qualquer forma este experimento
basta para mostrar que a não localidade é um fato observável no cérebro humano.
O experimento
de Grinberg-Zylberbaum mostrou que uma mesma informação pode fazer-se presente
entre duas mentes humanas simultaneamente, ainda que nenhuma das duas esteja
ciente deste fato. Os casos espontâneos desta comunicação são estudados pela
parapsicologia desde a década de 1930 e pelos ocultistas desde muitos séculos.
Quando essa informação é consciente podemos chamá-la de clarividência e
telepatia. Quando esta informação é recebida inconscientemente podemos chamar
de Sugestão.
Diante de tudo
isso, podemos conjeturar que os rituais
maçônicos podem trabalhar de maneiras muito mais sutis do que imaginaríamos em
um primeiro momento. Considere apenas que a psicologia moderna já mostrou o
imenso poder que o inconsciente tem na tomada de decisões e no comportamento
das pessoas, incluindo no comportamento psicossomático que determina sua saúde.
Assim, se
alguém realmente pode por meio de um ritual, atingir a Mente de alguém, então a
Lei Tríplice nos mostra, que também poderá influenciar sua realidade. Desta
forma quando dizemos que um maçom se faz em Loja, queremos afirmar que aquele
que mantem laços de interação com seus irmãos, profundamente, também se beneficiaram
de tudo que ocorre dentro de Loja mesmo estando longe dela, contudo estes laços
devem estar fundamentados não somente na fraternidade, mas num profundo vinculo
de amor e verdade.
Edson Couto
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