segunda-feira, setembro 03, 2012

DERRUBANDO MITOS - Grande Loja Unida da Inglaterra

VATICANO MAÇÔNICO
     Para muitos maçons mal informados, a Grande Loja Unida da
Inglaterra        exerce função de “xerife” do mundo maçônico, sendo a
legítima guardiã da regularidade maçônica, devendo ditar as regras a
serem seguidas pelas demais Potências Maçônicas.

Para esses, se a Maçonaria fosse uma religião, a GLUI seria uma
espécie de Vaticano Maçônico. É importante esclarecer que a GLUI não
tem essa autoridade e que isso é totalmente contrário a todos os
princípios maçônicos de autonomia, soberania e igualdade entre
Obediências.

A quase submissão das Grandes Lojas da Escócia, Irlanda, Índia e de
algumas Grandes Lojas da Austrália e Canadá é até tolerável,
considerando terem esses países pertencido ao Império Britânico e a
GLUI ter sido a provedora de tais Grandes Lojas.

Porém, a submissão presenciada por outras Obediências no restante do
mundo, e até mesmo no Brasil, é inaceitável e demonstra que o
“complexo de vira-lata” alcança até as fileiras maçônicas.

Para quem não está familiarizado com o termo, o complexo de vira-lata
é uma expressão de autoria de Nelson Rodrigues para se referir à
inferioridade e submissão que muitas vezes o brasileiro se impõe
voluntariamente. E, infelizmente, essa postura foi historicamente
institucionalizada na Maçonaria brasileira em relação à Inglaterra.

O desavisado que visitar a Maçonaria Regular nos chamados países
desenvolvidos descobrirá que essa idolatria à GLUI não é compartilhada
pelos mesmos. Muito pelo contrário: verdade é que a GLUI não faz parte
da vanguarda maçônica, seguindo várias vezes a tendência impulsionada
por outras Grandes Lojas, quase que pressionada pelas mesmas a sair da
inércia.

Antes de elevar a GLUI ao posto de “rainha do mundo maçônico”, posto
esse que os britânicos já estão familiarizados pelo modelo de Estado,
reflita um pouco sobre isso: A Maçonaria está diretamente ligada ao
princípio de Liberdade, considerado direito natural dos homens. E
enquanto o mundo ocidental ainda experimentava o gosto amargo das
monarquias absolutistas, a Maçonaria já sentia o doce sabor da
democracia em suas Lojas e Grandes Lojas.

Sendo precursora dos ideais libertários e democráticos, a Maçonaria
participou ativamente e de forma determinante da Revolução Francesa e
da libertação de praticamente todos os países do continente americano.
Atualmente, até mesmo em países como Cuba, que vive uma Ditadura
Castrista há mais de 50 anos, a Maçonaria mantém intacta a chama da
democracia em seu interior, elegendo periodicamente seu Grão-Mestre.

No entanto, eu pergunto:
Qual é a única Grande Loja do mundo que traiu esse princípio de
democracia, tirando do povo maçônico o direito sagrado de escolher
entre os seus membros um Grão-Mestre?
Resposta: A Grande Loja Unida da Inglaterra.

O Príncipe Eduardo, Duque de Kent, é Grão-Mestre da GLUI desde 1967,
ou seja, uma “ditadura maçônica” que dura 45 anos.

Alguns podem questionar essa afirmação, dizendo que ele é
constantemente “reeleito”. Porém, não devemos nos esquecer que Fidel
Castro também era. Ambos, por motivos óbvios, sempre foram candidatos
únicos.

Se a Maçonaria Regular Mundial acha por bem tolerar tal situação
proveniente da GLUI, entendendo que é uma questão de cultura dos
maçons ingleses que, assim como os cidadãos daquele país, ainda se
sujeitam em dividir os homens (e os maçons) entre nobres e plebeus, e
favorecer esse primeiro grupo em detrimento do segundo, isso é
fraternalmente compreensível. Afinal de contas, a tolerância é um dos
belos ensinamentos transmitidos pela Maçonaria.

Mas que fique claro ao Maçom que lê estas palavras:

A Grande Loja Unida da Inglaterra não é um modelo a ser seguido,
quanto mais uma autoridade a ser obedecida.

Fonte: Jornal do Aprendiz
Publicado pela ARLS AMPARO DA VIRTUDE 0276-GOB-PE
14-02-2012

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