segunda-feira, novembro 11, 2013

A importância da Leitura nos dias de sempre
Edson de Souza Couto
Professor de História, Filosofia e Ciência das Religiões.

          Vivemos em mundo tecnológico, onde a informação rápida e globalizada nos alcança em qualquer lugar, a qualquer tempo. Nosso mundo é visual, portanto nossa percepção da vida se dá muito pelo uso dos sentidos, principalmente da visão. Muitas vezes esquecemos que foi graças a uma invenção da renascença que o livro se popularizou entre as pessoas saindo dos recônditos mosteiros, das bibliotecas das Igrejas, das mãos dos copistas e glosadores, indo parar numa prensa de tipos móveis criada por Gutemberg.
        O livro mudou a vida das pessoas, mudou suas crenças, veja a Reforma proposta por Lutero e a tradução da Bíblia para a língua alemã, gerando um trauma na Igreja Católica Romana. Diderot e D’Alembert com sua enciclopédia encantaram os nobres, transformando déspotas em esclarecidos reis.
       Shakespeare e Voltaire, com seus contos e fábulas alimentaram os sonhos de verão, e as noites de inverno. Como não ser livre lendo? Tudo é possível nas linhas, nos parágrafos, nas frases, no ponto e vírgula e na interrogação. 
      Como não lembrar Mário Quintana: “Todos estes que aí estão atravancando o meu caminho, eles passarão. Eu passarinho”.  
      Destas poucas palavras que não são minhas, mas inspiração de algo que li em algum momento, reflito sobre o tempo, sobre o pós-moderno, sobre tablets, Ipads, epubs, laptops, e não encontro o cheiro das folhas de papel, movidas pelos dedos umedecidos na língua, não sinto gosto da paixão da página seguinte, do próximo volume, do novo livro.
      Entre as linhas de Sparks, Brown, Rowling ou Duda Falcão, Martha Medeiros, Machado de Assis, Jorge Amado, vou desvendando os mistérios de mim mesmo, nos devaneios da ficção ou da dura realidade cotidiana das ruas da Bahia. Entre dragões, lençóis, intrigas e paixões ardentes, parte minha navega em mares desconhecidos, outra ancora da diletante vertente de meus medos. Somente o livro me permite voar sem ter asas, me refaz da queima como a Fênix, renascida das próprias cinzas.  Hoje quando sair de casa para ir à Feira do Livro em Torres, meu coração vai palpitar, em sobressaltos como se estivesse apaixonadamente indo ao encontro da namorada, mãos suando, peito apertado,  mas com a alegria incontida  da minha primeira vez...         

                                                                   Torres (RS) 11 de novembro de 2013.

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