O Ágape ritual é uma das componentes mais belas do próprio ritual maçônico. Nele se vive e prolonga a fraternidade vivida na Cadeia de União.
Ele é um prólogo da vivência em Loja e onde todos, também ao mesmo nível, podem falar, sem estarem a violar qualquer preceito maçônico ou até mesmo por estarem subscritos ao "silêncio" referente ao grau a que alguns dos elementos da Loja possam estar remetidos durante a execução de uma sessão maçônica e ao mesmo tempo para aproveitar para tomar uma refeição em conjunto.
Assim, depois desta pequena introdução ao tema de hoje, deixo-Vos com o texto na íntegra:
"Léxico Maçônico: Ágape
Nos vários textos anteriores, foi várias vezes mencionado o termo "ágape", aliás num deles definido como refeição tomada em conjunto por maçons, em regra depois, ou imediatamente antes, das reuniões de Loja.
Em
circunstâncias ideais, as instalações onde decorrem reuniões de Lojas
devem estar preparadas para ter uma sala, de tamanho adequado e
devidamente mobilada, onde possa ser servida e consumida a refeição, e
ainda local para a confecção desta.
Durante
um ágape, são efectuados pelo menos sete brindes, dedicados ao
Presidente da República, a todos os Chefes de Estado que protegem a
Maçonaria, ao Grão-Mestre, ao Venerável Mestre da Loja, aos demais
Oficiais da Loja, aos Visitantes (ou, nos ágapes brancos, às senhoras
presentes) e a todos os Maçons, onde quer que se encontrem.
O
ágape branco é um ágape em que estão presentes não maçons, em regra
familiares e amigos. No ágape branco, o cerimonial é aligeirado ao
mínimo, mantendo-se apenas os brindes.
O
ágape ritual é considerado o prolongamento dos trabalhos em Loja. Nele,
os Aprendizes e Companheiros têm oportunidade de exprimir as suas
opiniões, relativamente aos assuntos debatidos em Loja (já que, em
sessão de Loja, os Aprendizes e Companheiros devem observar a regra do
silêncio, para mais concentradamente poderem dedicar a sua atenção ao
que vêm e ouvem) ou colocados em discussão no próprio ágape.
Quando
existem condições de privacidade que o permitam, o Venerável Mestre, no
início do ágape, informa qual o tema sobre o qual todos os elementos
presentes devem emitir as suas considerações, pela forma que entenderem.
Seguidamente, cada um dos elementos presentes deve, à vez, levantar-se,
apresentar-se e proferir uma alocução breve sobre o tema indicado. Esta
rotina possibilita o melhor conhecimento mútuo de todos os membros de
uma Loja (pois cada um expõe, em plena liberdade e perante a atenção
silenciosa dos demais os seus pontos de vista), facilita a integração
dos membros mais recentes (que verificam a prática da igualdade entre
maçons e a aceitação das diferenças de opinião entre eles) e contribui
para a superação do receio de falar em público de que sofrem algumas
pessoas.
Quando
existem condições para a refeição ser preparada e consumida nas
instalações da Loja, por regra é nomeado um elemento da Loja, que fica
com a responsabilidade de dirigir a preparação da refeição e do local
onde a mesma vai ser consumida.
Quando
não existem as condições de privacidade entendidas necessárias, o
ritual do ágape reduz-se aos brindes ou é, mesmo, eliminado, servindo a
refeição apenas (e já é bom!) para possibilitar a sã convivência entre
os elementos da Loja.
Os ágapes em muito contribuem para a criação e o fortalecimento dos laços de amizade e solidariedade entre os maçons.
Rui Bandeira"
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