Filosofia da vida
As teorias sobre a origem da vida não se encontram nos limites do conhecimento, mas sim nos limites da filosofia. O significado e conceito da vida é o desafio mais difícil e direto que se pode colocar a qualquer corrente filosófica.
Quando pensei na explicação da Teoria Geral da Evolução Condicionada da Vida com maior detalhe pensei, ao princípio, em não entrar em temas filosóficos, porque não era o objetivo principal. Contudo, mudei de opinião, pelo menos em parte, porque poderia ficar um pouco no ar a concepção global da teoria evolutiva e porque, no fundo, é um prazer e é difícil resistir quando o guião o requer. E a filosofia da vida e as teorias da origem da vida são um tema apaixonante.
No tema da filosofia da vida, cabem, pelo menos, duas aproximações complementares de caráter filosófico: a lógica e a metafísica ou mística.
A primeira é a utilização da lógica a partir da definição de vida do dicionário e a análise do seu conteúdo e a sua relação com o ser humano e os seres vivos; tratando de procurar a origem da vida ou o que se poderia chamar a essência da vida ou Vida com maiúsculas.
É interessante recordar que as teorias sobre a origem da vida e a própria definição de vida, do ponto de vista da ciência, foram mudando com o desenvolvimento da mesma e, portanto, convém distanciar-se um pouco do momento científico concreto para chegar a um conceito mais permanente no tempo.
Depois, uma aproximação direta, desde o interior de si mesmo, onde as palavras não contam, onde o pensamento é tão rápido que o percebemos só como sentimentos, aqueles sentimentos puros que não necessitam da lógica porque são coerentes em si mesmos.
II.2.a) Aproximação lógica e conceito amplo da vida
O Dicionário Geral da Língua Portuguesa proporciona-nos numerosas acepções da palavra vida, em justa correspondência com os múltiplos usos da mesma. Seria excessivo comentá-las todas, pelo que nos ficaremos pelas mais relevantes:
- f. Força interna substancial mediante a qual obra o ser que a possui.
- Caráter que distingue os animais e os vegetais dos restantes seres e se manifesta pelo metabolismo, crescimento e adaptação ao meio ambiente.
- União da alma e do corpo.
- Existência da alma depois da morte.
Dado que a palavra ser aparece nas duas definições, em seguida apontam-se as duas principias acepções da mesma:
- m. Essência ou natureza.
- Ente (que existe).
A primeira definição de vida, como o próprio dicionário indica, é de caráter filosófico e parece-nos praticamente perfeita. Deste ponto de vista, como não se pode saber a ciência certa que seres têm essa força interna e que seres não têm, limita-se a assinalar “... o ser que a possui”.
Na segunda, desde a óptica da ciência, o conceito restringe-se a animais e plantas, estes são os únicos seres que o homem conhece pela sua percepção, tanto direta como através de instrumentos, que possuem essa força. A ciência, se não tem provas, restringe os conceitos; pelo contrário, a filosofia necessita de provas para poder reduzi-los.
Esta segunda acepção do dicionário mostra-nos a clássica definição de “Caráter que distingue os animais e os vegetais... e adaptação ao meio ambiente”, na qual voltamos a encontrar a influência da teoria da seleção natural. No fim de contas, se não estamos já, acabaremos por estar super adaptados!
Esta filosofia da adaptação “como verdade científica” da evolução da vida é verdadeiramente muito conveniente para o Sistema; em definitivo, o que têm que fazer os indivíduos é adaptar-se ao mesmo, não faz sentido tentar mudá-lo. Mais ainda, as outras correntes de pensamento sobre a evolução genética são acusadas de se sustentarem em ideologias pouco menos que detestáveis: racistas, xenófobas, etc. Realmente, é difícil fazê-lo melhor do ponto de vista de um sistema estabelecido!
Talvez fosse mais bonito e acertado é dizer, simplesmente, que “os animais e as plantas se desenvolvem e tentam melhorar”. Neste desenvolvimento e tentativa de melhoria estariam implícitas as ideias de “... em função do meio ambiente...” e a de “... para ampliar a independência em relação às restrições do meio ambiente”.
Na segunda, desde a óptica da ciência, o conceito restringe-se a animais e plantas, estes são os únicos seres que o homem conhece pela sua percepção, tanto direta como através de instrumentos, que possuem essa força. A ciência, se não tem provas, restringe os conceitos; pelo contrário, a filosofia necessita de provas para poder reduzi-los.
Esta segunda acepção do dicionário mostra-nos a clássica definição de “Caráter que distingue os animais e os vegetais... e adaptação ao meio ambiente”, na qual voltamos a encontrar a influência da teoria da seleção natural. No fim de contas, se não estamos já, acabaremos por estar super adaptados!
Esta filosofia da adaptação “como verdade científica” da evolução da vida é verdadeiramente muito conveniente para o Sistema; em definitivo, o que têm que fazer os indivíduos é adaptar-se ao mesmo, não faz sentido tentar mudá-lo. Mais ainda, as outras correntes de pensamento sobre a evolução genética são acusadas de se sustentarem em ideologias pouco menos que detestáveis: racistas, xenófobas, etc. Realmente, é difícil fazê-lo melhor do ponto de vista de um sistema estabelecido!
Talvez fosse mais bonito e acertado é dizer, simplesmente, que “os animais e as plantas se desenvolvem e tentam melhorar”. Neste desenvolvimento e tentativa de melhoria estariam implícitas as ideias de “... em função do meio ambiente...” e a de “... para ampliar a independência em relação às restrições do meio ambiente”.
Se se examina este ponto com atenção, num primeiro momento parece que “evolução por adaptação ao meio ambiente” e “evolução condicionada” -pelo meio ambiente- são equivalentes. Apesar da aparência, a diferença é importante, ainda que tenham elementos em comum, a primeira incide na adaptação para sobreviver, e essa é a causa da evolução; pelo contrário, a segunda incide em viver e melhorar para ser independente de ou reduzir e superar as restrições que impõe o meio ambiente. Além disso, a segunda refere-se também a outro tipo de condicionamentos lógicos.
"Descoberta uma colônia de micróbios que vivem sem carbono. ...vivem a 200 metros de profundidade em águas termais, é o primeiro exemplo encontrado na Terra do que poderia ser a vida sob a superfície de outros planetas, em ambientes totalmente inóspitos, aonde não chega a luz solar nem existe carbono orgânico" El País 2001 Nature. |
Por outro lado, penso que se poderia delimitar mais o conceito mediante a enumeração de características associadas à Vida como condições necessárias e suficientes da sua existência. Estas, segundo todas as teorias da origem da vida, deveriam estar presentes na origem da vida.
As definições terceira e quarta falam-nos dos conceitos relativos à vida neste mundo “corpo e alma” e a vida do mais além “Existência da alma depois da morte” Sendo, portanto, de caráter religioso. Agora, a vida manifesta-se em animais e plantas mas não conseguimos localizá-la materialmente neles.
Seria muito mais plausível que tenha uma natureza semelhante à força, à energia e, como sabemos, a energia também se encontra em lugares diferentes aos animais e plantas. E a destruição do corpo não significa a destruição da energia que tinha!
As definições terceira e quarta falam-nos dos conceitos relativos à vida neste mundo “corpo e alma” e a vida do mais além “Existência da alma depois da morte” Sendo, portanto, de caráter religioso. Agora, a vida manifesta-se em animais e plantas mas não conseguimos localizá-la materialmente neles.
Seria muito mais plausível que tenha uma natureza semelhante à força, à energia e, como sabemos, a energia também se encontra em lugares diferentes aos animais e plantas. E a destruição do corpo não significa a destruição da energia que tinha!
Esta última consideração da vida como energia corresponde ao conceito amplo da vida. Consequentemente, é uma consideração de tipo filosófico porque não pode fornecer provas, em certa medida, partilhe a consideraçãoreligiosa, mas o seu suporte fundamental è científico porque, do ponto de vista estritamente lógico, parece-me o mais provável.
II.2.b) Metafísica e filosofia do amor
A segunda aproximação ao conceito de vida e às teorias sobre a origem da vida é dada pela filosofia e pelas reflexões de carácter pessoal.
Quando nos perguntamos O que somos? Damo-nos conta de que não temos palavras adequadas porque as palavras como alma, espírito, etc. têm conotações externas de diversa índole, entram no campo da metafísica e da filosofia do amor. De fato, ao seria uma pergunta interior se fossem outros a responder. Então vamos aprendendo pouco a pouco no que pensa e no que escreve até que, por fim, de forma natural, surgem palavras, palavras que são só palavras mas sim poesia. Significando unicamente o que alguém sente nesse momento.
Assim, começamos a devagar, a sentir a proximidade dos que viajam conosco no espaço e no tempo.. e tenta imaginar a Vida sem essas memórias, e dá-se conta que não teria sentido; a Vida sem inteligência e comprova que não teria sentido. A vida sem Amor ou sem esperança de Amor, e volta a sentir a falta de lógica.
Todas elas, pois, parecem condições internas, necessárias e suficientes para a Vida e, portanto, qualquer teoria sobre a origem da vida deveria ter em conta que esses elementos ou características estarão presentes desde o início.
Por outro lado, a origem de todas as características citadas escapam à explicação científica e recordam-nos isso a que se chama metafísica e filosofia, especialmente a filosofia do amor.
Incluiu a memória porque a memória sem um sistema interno que permita recuperar a informação não é memória mas sim arquivo. A inteligência porque é precisamente esse sistema interno que opera, entre outros, com conceitos arquivados na memória interior. E o Amor porque...
... características necessárias e suficientes como a existência do espaço, do tempo... Em qualquer caso, cada uma delas implica as outras, mas sempre me volta a aparecer outra, refiro-me à liberdade interna, à Liberdade.
É um tema típico de metafísica, mas isso não significa que não se possa argumentar e aproximar-nos dos conceitos. Para poder exercitar a Liberdade é necessário dispor de opções, estas opções têm de estar retidas na memória e deve dispor-se de um sistema de decisão, finalmente, decidir sem Amor...
A Liberdade e o Amor estão a um nível poético superior ao da memória e da inteligência, o Amor, sendo o principal, soa demasiado poético para uma caracterização da vida. Por isso prefiro resumir o conceito como: “A característica essencial da Vida é a Liberdade.”
Não obstante, da perspectiva da metafísica e da filosofia do amor, ou melhor, de um ponto de vista poético poderia dizer: “O primeiro conceito incluído na informação genética é o Amor”.
E porque não? Fazendo um pouco de poesia científica ou de metafísica pura dizer que “estivemos a falar da existência científica da Alma”.
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