domingo, março 29, 2015



Loja e Templo


Não podemos confundir
LOJA E TEMPLO.
Com uma pequena frase já da explicar a diferença entre uma Loja e um Templo, porém Maçonaria não é como matemática onde 2 mais 2 são 4, e o resultado é apenas uma resposta. Nada se faz na Maçonaria que não tenha um propósito maior de fomentar o aprendizado e extrapolar o concreto. Por isto somos Maçons Especulativos. Há uma técnica de ensino chamada Técnica Expositiva que corresponde à aplicação do Método Dedutivo lógico, verbalizado ou uso de audiovisuais. Façamos então um exercício, vou escrever sete frases e os Irmãos vão especulando:
  • O Templo é um caderno, a Loja um lápis.
  • No Templo estamos parados, na Loja em movimento.
  • Do Templo falamos, da Loja ouvimos.
  • O Templo é pequeno, a Loja é grande.
  • O Templo tem um nível, a Loja um prumo.
  • O Templo tem forma limitada, a Loja ilimitada.
  • O Templo protegemos, a Loja nos protege.
Quais pensamentos o Irmão formulou? Como reagirá a frase abaixo?
O Templo é profano e a Loja sagrada.
Imagino o arrepio que alguns Irmãos tiveram. PORÉM atenção meus Irmãos, não se deve aplicar o conceito comum aos labores maçônicos. TEMPLO (do latim templum“local sagrado”) é uma estrutura arquitetônica dedicada ao serviço religioso. Cinco perguntas:
  • Já presenciaram profanos em nossos Templos?
  • Algum não iniciado freqüenta as Lojas?
  • Existe a frase: – Em Templo meus Irmãos?
  • Templos tem graus?
  • O que são abertos/fechados Lojas ou Templo?
Nossos Templos são lugares que merecem respeito, é o que chamamos de Kadosh (sacro e puro) O TEMPLO MAÇÔNICO é o resumo do macrocosmo e também a imagem do microcosmo. Mas não podemos prestar cultos em seu interior. Assim sendo posso então encerrar com três afirmações?
  • O Templo é o externo, a Loja o interno.
  • O Templo é o físico, a Loja o mental.
  • O TEMPLO é a MATÉRIA, a LOJA o ESPÍRITO.
Reflitam sobre esta frase: Combatemos os Vícios nos Templos e aprendemos a Virtude nas Lojas.
A intenção deste pequeno artigo é despertar em você a vontade de saber um pouco mais sobre o tema, pesquisar e fazer uma Prancha de Arquitetura para apresentá-la em sua Loja enriquecendo nosso Quarto de Hora de Estudos. Lembrem-se que todos nós, independente do Grau ou do Cargo, somos responsáveis pela qualidade das Sessões Maçônicas.
Autor: Ir:. Sérgio Quirino Guimarães


 
"O exercício do silêncio é tão importante quanto a prática da palavra”
 

sexta-feira, março 27, 2015

O uso da Palavra em Loja


Quem fala muito atrapalha a reunião! Mas por que isso acontece? Por dois motivos: vaidade e ingenuidade. 

A vaidade é, facilmente, notada quando o locutor coloca os verbos na primeira pessoa; suas manifestações parecem testemunhos. Ele julga que, em todos os assuntos da Loja, os Irmãos devem escutar sua opinião e tem a capacidade de ocupar mais tempo do que o ritualizado para o Quarto de Hora de Estudos. 

A ingenuidade é aparente naqueles que saúdam as autoridades, visitantes e, ainda, dão as conclusões sobre a Sessão (funções do Orador). Também, sempre, manifestam-se sobre as Instruções (função das Luzes ou daqueles que o Venerável indicar); após a leitura do Balaústre, pedem a palavra, saúdam, nominalmente, todos os presentes e questionam o Secretário sobre qualquer questiúncula, o que deveriam fazer após a Sessão. 

Devemos entender que qualquer reunião, ultrapassando duas horas, é cansativa e improdutiva; há Irmãos que trabalharam o dia inteiro e desejam, à noite, encontrar o grupo para serenar os ânimos e harmonizar-se com o Criador. Vivemos num tempo onde o perigo é uma constante e a abertura da porta de um lar após as 23h é um risco para toda a família.

Observemos que, quando o Irmão falador pede a palavra, toda a Oficina "trava" e, assim, há uma quebra do Egrégora da Sessão. Por outro lado, quando aquele Irmão, que pouco se manifesta, pede a palavra, todos se voltam para ele com atenção e respeito. 

Devemos nos conscientizar de que, se quisermos contribuir para a formação dos Irmãos, deveremos fazê-lo pelo Exemplo, e não pela palavra! A verborreia é uma deficiência, um vício, que avilta o homem! 

Quando formos visitar uma Loja, estaremos lá para aprender, e não para ensinar. O silêncio torna-se uma prece nas Sessões Magnas, compreensivelmente mais longas e, sempre, com a presença de outros visitantes; deixemos que o Orador nos apresente e fiquemos com o Sinal de Ordem, para dizer a toda a Oficina que somos o nominado e estamos de P∴ e à O∴. 

Dar os parabéns pelos trabalhos só é necessário para os que têm necessidade de lustro na vaidade. Se o Irmão quiser ocupar mais de três minutos (tempo mais que salutar), pode agendar com o Secretário sua participação no Quarto de Hora de Estudos ou na Ordem do Dia.

No período, destinado à Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular, devemos priorizar, trazendo notícias dos Irmãos ausentes (não vale justificar a falta, pois deve ser feito por escrito pelo mesmo, acompanhado obrigatoriamente do óbolo) e louvando os feitos da Ordem.

O Livro da Lei nos ensina: “Pois o Reino de Deus não consiste em palavras, mas na virtude" (I Coríntios: 4,20). Lembremo-nos de que todos nós, independente do Grau ou de Cargos, somos responsáveis pela qualidade das Sessões Maçônicas.

quarta-feira, março 25, 2015

O Tronco dos Templários e a Maçonaria


Quando eu dava meus primeiros passos na Maçonaria, assisti a uma instrução na qual um Mestre, com mais de trinta e três anos e seiscentos costados de Ordem, ensinou o seguinte sobre o TRONCO DE SOLIDARIEDADE (ou de beneficência):

- Chama-se tronco porque os antigos Templários escondiam seus dinheiros em troncos de árvores!

Lembro-me bem ‒ foi possível ouvir, naquela ocasião, todos os Templários mortos novecentos anos atrás darem ruidosas voltas em suas sepulturas e chacoalharem armaduras contra suas espadas enferrujadas.

A boa-vontade daquele instrutor fora, sem dúvida alguma, subsidiada por uma forte dose de criatividade. Certamente ele tivera excelente educação de berço, mas faltou-lhe o conhecimento dos fatos ou a lembrança do que aprendera na escola formal. Não o censuro; pois, de qualquer forma, ele me pôs com a pulga atrás da orelha. Corri atrás da explicação correta (dizem que é péssimo hábito meu) e encontrei não o tesouro dos templários, mas o sentido da palavra "tronco".

Tronco, em Maçonaria, apresenta duas interpretações, sendo a mais correta delas a que tem origem na língua francesa: tronc, aquela sacola (ou cofre) onde são depositadas as ofertas nas igrejas (Le tronc des pauvres, segundo o Robert Dictionnaire, pg. 1366).Tronc é também "le tronc d'un arbre" (o tronco de uma árvore); mas o bom senso nos faz optar pelo primeiro significado ‒ ESMOLA ‒ e não pelo temerário esconderijo de riquezas templárias, um tronco de pau podre no meio da floresta situada entre Bouy, Nuisement, Fresnoy e Beaulieu.

A segunda interpretação está no Dicionário Houaiss da língua portuguesa: tronco é a incumbência ou compromisso de alguém; um encargo, obrigação. Neste sentido, a esmola (o tronco dos órfãos e das viúvas) seria uma alusão ao compromisso de caridade para com aqueles que se tornam deserdados do sustento material. Esta é a derivação a que chamamos "sentido figurado".

Tronco maçônico é também compromisso para com as causas sociais. Por exemplo: do meio ambiente (ver anexo 2 abaixo) depende o sustento material de uma nação.

Os textos maçônicos em português preservaram as duas modalidades: tronco de solidariedade e tronco de beneficência (ou bolsa de beneficência) que, se analisados, significam:

1) esmola de solidariedade ou esmola de beneficência (pleonásticos);

2) incumbência de solidariedade ou compromisso de beneficência, o que é mais condizente com o significado maçônico.

Citei este exemplo do tronco para:

 1) tornar mais clara a necessidade de as instruções maçônicas serem aprimoradas e bem fundamentadas. O que for acrescentado no período de instrução ou quarto-de-hora de estudos tem que ser comprovado.

 É preferível apenas ler com correção o texto das instruções do que se aventurar em interpretações de improviso, no achismo e nos falsos cognatos (palavras normalmente derivadas de outras línguas, com grafia semelhante, mas que têm significados diferentes);

 2) incentivar os maçons mais jovens a desenvolverem, paralelamente ao processo iniciático, estudos complementares que os auxiliem na compreensão dos Graus simbólicos. Como escola, a Maçonaria só pode ser útil à sociedade na medida em que os maçons ENTENDAM de Maçonaria.

Ninguém é obrigado a saber tudo ou ter vastos conhecimentos; no entanto, ninguém deveria, por isso mesmo, inventar sobre coisas que não sabe.

Da mesma forma, deve-se exigir a máxima cautela quanto às imaginativas e sonhadoras "relações" entre os textos da Maçonaria e outras disciplinas, sejam elas científicas, históricas, ou mesmo ocultistas (metafísicas e/ou exotéricas): cabala, hermetismo, magia, etc. e as derivações do judaísmo (Torá, Tanakh, Talmud, Sefer Yetzirah...) dos Vedas, do Mahabharata, do Zend Avesta e outros. Todo conhecimento é necessário, útil e complementa nossos estudos desde que precedido e fundamentado em estudo comprovado dessas áreas, para que não sejam induzidos em erro nossos Aprendizes e Companheiros.

"O conhecimento incompleto é mais perigoso do que a ignorância: pau é pau; toco é toco, tronco é tronco."

Autor:  José Maurício Guimarães

sexta-feira, março 13, 2015

  Grande Loja da Rússia   Acredita-se que a maçonaria chegou à Rússia, no final do século XVII, quando em 1699, o Czar Russo, Pedro I “O Gra...