sábado, novembro 12, 2016


AS SESSÕES MAÇÔNICAS DESMOTIVADORAS

"Precisamos de novos conceitos sociais, morais, científicos e ecológicos, e serem determinados por novas condições de vida da humanidade, hoje e no futuro". I. T. Frolov.

Porque a baixa frequência dos II:. nas sessões maçônicas e as inúmeras desistências?
Há um princípio geral de Psicologia Educacional, de que toda conduta é motivada, entretanto nossas reuniões privam pela repetição monótona de uma ritualística cansativa e sem qualquer utilidade prática. Trabalhos escritos e copiados de outros repisando temas já anteriormente apresentados, e muitas vezes lidos de modo gaguejante, sem a devida acentuação tônica para criar um clima emocional. V:.M:. ou irmãos eruditos ou pseudo-eruditos a usarem e abusarem no uso da palavra para exporem seus conhecimentos de almanaques de farmácias, ou inoportunas críticas a opúsculos apresentados. Outros irmãos dedicam-se, aos erros ritualísticos, como: o uso de espadas e bastões; ou, ainda, os historiadores de ocasião que leem longas biografias endeusando personagens históricos, cujas reputações apresentadas como exemplares, não resistem a uma apreciação mais profunda e desapaixonada.
Toda semana durante duas ou mais horas seguidas, todos sentados com dorso do corpo apoiado no espaldar da cadeira, e as mãos postadas abertas sobre a coxa (posição ritualística?), como nos antigos colégios religiosos. Depois de horas de tédio e, porque não, de angústia esperando o fim daquela chatice semanal. Todos têm um ponto de saturação e, no momento, que ele é alcançado, o pobre sofredor vai procurar em outro lugar um lazer mais reconfortante, para aliviá-lo das tensões causadas pela dura luta do pão de cada dia.
A fim de se evitar divagações inconsequentes vamos tentar criar uma axiomática sobre Maçonaria:
  1. é uma sociedade cível, sujeita as leis da comunidade onde se instala;
  2. é uma agremiação iniciática, o que a diferencia dos clubes de serviço (Rotary e Lyons);
  3. tem por principal objetivo o conhecimento do homem e da natureza;
  4. os meios empregados por ela é da execução de atos simbólicos que formam os ritos, o ensino mútuo e o exemplo, a cultura intelectual, e a prática da fraternidade e solidariedade;
  5. a melhoria moral e material da humanidade, baseada na crença do progresso infinito dela;
  6. o cultivo da tolerância; e
  7. abstração de todas as distinções sociais.
Segundo J. Boucher: "a pátria do maçom é a terra inteira, e não só o local onde nasceu ou a coletividade em que se desenvolveu".
Pertencemos ao nosso ambiente social, pois em última instância somo regidos pelas mesmas leis, cuja essência encontramo-la na Declaração dos Direitos Humanos, a qual sofreu a influência segura das ideias do iluminismo, adotadas pelos maçons, principalmente, europeus. Logo não podemos continuar isolados dos graves problemas sociais, políticos, religiosos, filosóficos, científicos e, sobretudo, ecológicos. Afirmamos ser o aspecto mais importante da Maçonaria, o iniciático; herança conservada por nós dos primitivos rituais dos povos totêmicos, e tinham por finalidade a preparação do púbere (10 ou 12 anos) para ocupar o seu lugar na comunidade. Em síntese a iniciação arcaica tinha suas provas (atirar o menino no ar e surrá-lo), pintura dos símbolos totêmicos e mutilações. Depois de anos a cerimônia culminava, geralmente, com a "bênção do fogo".
Durante todos os anos, até a integração no grupo, não se descuidava da educação prática, imitando os adultos instrutores, tendo como tema a caça, a agricultura; o lazer dele (o menino) é dirigido num sentido pragmático.
Examinando as sete proposições axiomáticas concluímos ter a Maçonaria uma função educativa, ou seja, uma escola de vida.
Segundo conceitos modernos, como escola ela teria de ter objetivos, um currículo e um método de ensino.
Referente aos objetivos teríamos: o conhecimento do homem e da natureza, através das atuais conquistas científicas; a prática da tolerância, da fraternidade e da solidariedade; a igualdade de direitos de seus membros e, consequentemente, a melhoria moral, material e, por que não espiritual da humanidade.
Currículo é a forma aportuguesada e simplificada do latim: curriculum vitae. Porém no Brasil é usado como a relação de matérias de um curso. Ele deve apresentar ao maçom em forma idealizada; a vida presente com suas atividades sociais, aspirações éticas, e a apreciação no momento atual do valor cultural do passado. Logo implicaria não só as disciplinas obrigatórias da Maçonaria: Simbólica, Ritualística, Filosofia, e História mas, também, o estudo comparado com o acervo geral do conhecimento da sociedade e suas múltiplas consequências no presente, fazendo uma projeção para o futuro. Entretanto temos notado que vem predominando os trabalhos descritivos de História, enquanto as demais matérias, talvez mais importantes, são relegadas a um segundo plano com a repetição dos trabalhos de maçons dos séculos passados com todos os erros, crendices e superstições. Pode-se dizer que aproximadamente noventa por cento dos escritores maçons dedicam-se à historiografia, ou pelo menos predominantemente, enquanto as outras matérias de interesse não só maçônico, porém, sobretudo, biopsicossocial são tratadas raramente e com superficialidade.
Quanto ao método que é o processo de usar este material de cultura para chegarmos aos objetivos.
Continuamos a usar a antiga e cansativa "aula magistral" dos doutos catedráticos presos ainda Escolástica. São as preleções, a base de saliva e da personalidade carismática do sábio. As vezes a mensagem é recebida, entendida e esquecida, outras vezes o tema se prolonga indefinidamente, sem ligações lógicas com os argumentos apresentados, sobretudo, quando o expositor parece não saber como terminar.
Existe a necessidade de começarmos a usar os modernos recursos didáticos como a televisão, o computador, projeção de transparências, "slides" e outros meios em exposições curtas seguidas de debates. Também poderíamos trazer as técnicas de dinâmica de Grupos(grandes ou pequenos), simpósios, seminários, evitando sempre as conferências magistrais. Contudo teremos de sacrificar o velho costume das sessões ritualísticas; herança, possível, da missa dominical, fazendo-as, somente, nas iniciações, elevações e exaltações, ou como treinamento para elas, como faziam os maçons especulativos de 1717.
Caberá a toda a nossa geração reiniciar o trabalho especulativo, teórico da Grande Loja Unida de Londres, e não seguirmos os princípios retrógrados inspirados por Lawrence Delmotl à Grande Loja de York; que predominaram na fusão de 1813, representando um retrocesso às conquistas dos filósofos iluministas e deístas.
A tarefa é muito grande, mas é necessário ser iniciada com a máxima urgência, pois a evolução não espera.
Hodiernamente, está difícil encontrarmos na sociedade elementos com os predicados exigidos pela ordem e, é mais difícil mantê-los pelas lutas de grupinhos por um poder efêmero, bem como pela monotonia insossa de nossas inúteis sessões econômicas ritualísticas. Geralmente os mais evoluídos, mais dinâmicos, mais atuantes sentem a luta inglória de procurar uma nova mensagem na Maçonaria e nada encontram.
Também, a massa informe do povo maçônico cansa-se de ouvir e ver sempre as mesmas pantomima e depois de algum tempo já sabem de tudo e, portanto, nada mais têm a fazer ou aprender, e vão-se. Ficam os teimosos que não acreditam ser aquela mediocridade o resultado de séculos ou milênios; se considerarmos as corporações de ofício e a Maçonaria Teórica, duma entidade tão criticada ou endeusada, admirada e cultuada por grandes expoentes da humanidade, seja unicamente aquelas práticas e mensagens insípidas, e como verdadeiros homens partem em busca da verdade e acendem luzes que vão clareando novos conceitos fraternais e afastando as trevas da ignorância geradoras da crendices e superstições.
BIBLIOGRAFIA:
  1. CAPRA, Fritjof - A Teia da Vida - Editora Cultrix Ltda. - 1998 - São Paulo SP.
  2. HUISMAN, Denis e André Vergez - Curso Moderno de Filosofia - 2 Volumes: Introdução À Filosofia das Ciências e A Ação - Livraria Freitas Bastos S.A. - 1966 - Rio de Janeiro RJ.
  3. HUTIN, Serge - As Sociedades Secretas - Editorial Inquérito Ltda - Lisboa - Portugal.
  4. MONROE, Paul - História da Educação - Companhia Editora Nacional - 1954 - São Paulo SP.
  5. SALZANO, Francisco M. - 1) Evolução do Mundo e do Homem. 2) Biologia Cultura e Evolução - 1995 e 1998 - Editora da Universidade de Porto Alegre - Porto Alegre RS.

terça-feira, novembro 08, 2016

"Palavra Maçônica"

A “palavra maçônica” é um compromisso de honra efetuado pelo neófito quando tem contacto com os Mistérios da Arte Real. No qual ele se compromete a honrar e dignificar a Maçonaria, bem como em guardar segredo do que vir ou tomar conhecimento em sessão ritualista maçônica.


E como tal, nada mais é importante para o maçom do que respeitar a sua palavra, a sua palavra dada, a sua palavra de honra.
Sendo por isso, que uma das suas obrigações é a de ser um homem de bons costumes. Alguém que é honrado e vive sob bons preceitos morais.

Quando um maçom se compromete com algo, ele o cumpre ou o faz por cumprir, porque é a sua palavra que fica em questão. Se não o fizer, a sua credibilidade perante os seus irmãos e porventura demais profanos, será posta em causa, correndo o sério risco de ficar descredibilizado, e assim não poder viver da forma honrada como assim o deve fazer.

Essa palavra, vale mais que “mil assinaturas”, pois jamais poderá ser rasurada ou apagada. Quando ela é assumida, ela torna-se um compromisso para a vida do maçom. Tanto que a sua palavra deverá ser “eterna e imutável”. Logo será sempre um dever a ser cumprido!
Por isso, um maçom quando assume um compromisso ou quando opina sobre determinado tema ou matéria, tem de ter o cuidado e a parcimónia necessária. Pois com a sua opinião também pode ele pôr em causa a Maçonaria na sua generalidade.

Normalmente quando alguém opina publicamente, apenas essa opinião o vincula a ele próprio. Mas em Maçonaria isso é diferente. E diferente porque, quando um maçom opina na via pública, as suas afirmações encontram um eco desproporcionado por vezes em relação ao que afirma. E tudo fruto do que a sua imagem enquanto maçom suscitar. 
A curiosidade sobre o que se passa no interior da Maçonaria é tão grande por parte dos profanos, que isso origina um excesso de “ruído” que maioritariamente causa um impacto negativo na Ordem em si. E é por isso que um maçom deve ser reservado quanto ao que opina, como opina e onde exerce a sua opinião. 
Aliás, se existe alguém que falará pela Obediência em si, serão apenas o Grão-Mestre e o Grande Orador, os restantes Irmãos apenas poderão opinar, mas vinculando-se apenas a si próprios nas afirmações proferidas.

Já na vida interna das Obediências Maçônicas, as palavras dos irmãos são muito bem-vindas, isto é, cada um (excepto se em sessão litúrgica, os Aprendizes e Companheiros se abstêm de falar) é livre de opinar sobre o que quiser, respeitando apenas as regras impostas pela Obediência, seja no cumprimento dos Landmarks (no caso de Obediências Regulares) seja no cumprimento do seu Regulamento Geral.

Resumindo, o segredo que existe na palavra de um maçom, encontra-se à vista de todos. É apenas se tomar atenção ao que diz e como o diz.

terça-feira, novembro 01, 2016



Queridos e Estimados Irmãos

                Faz algum tempo que não escrevo a todos os irmãos vinculados à Grande Loja Regular do Rio Grande do Sul, por entender que cada um vem cumprindo seu papel na Ordem dentro dos parâmetros estabelecidos pelas nossas Leis e Regulamentos. No entanto, estamos em um processo evolutivo crescente o que de certa forma provoca mudanças de comportamento e alguns atritos extremamente necessários a formação da mentalidade e da postura maçônica.
                É bem sabido que a evolução maçônica ocorre individualmente a partir das percepções que cada maçom faz dentro do seu espectro de conhecimento, patrimônio cultural, vivência e convivência na Ordem. A socialização maçônica é sempre mais complexa do que qualquer outra no mundo, visto que é a única Instituição Global que reúne pessoas completamente distintas umas das outras, seja em relação a religião, cultura, posição social e política, e tenta fazer destas uma coisa harmônica.
                O fermento alquímico que permite esta possibilidade é o amalgama de três princípios básicos e insubstituíveis que norteiam a atividade e compromissos maçônicos: amor fraterno, verdade e socorro. O que implica na configuração clássica do Iluminismo assentada nos valores de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Ressalte-se que estas afirmações estão embasadas na teoria e que na prática as vezes isto não acontece.
                Não acontece pelo motivo mais simples e fácil de compreender: - tudo na vida tem uma segunda versão, ou um outro lado, ou uma oposição, assim como o Sol é o inimigo da escuridão, mas ao mesmo tempo o provocador da escuridão quando se ausenta. O Amor é o mesmo sentimento que o ódio visto de polos opostos. A falta de amor leva ao ódio, a ausência de ódio implica em sentimentos amorosos.
                Portanto em oposição aos princípios aglutinantes da Ordem, se oferecem os inimigos da maçonaria que como se sabe, estão dentro e não fora dela. São eles a ganância (ou sede de poder egóico), a ignorância, mãe da intolerância e da desconfiança e por fim o fanatismo, a crença exacerbada em uma verdade dogmática, capaz de cegar a mente e o espírito, provando o ódio.
                Lembre-se que são os maçons, os seres contaminados por estes inimigos, não a Loja, ou a Potência. A Loja não precisa de cargos, ela os oferece, a Potência não precisa de cargos ela os investe. O Grão-mestre não precisa de cargos ou funções, ele já os tem por força do ofício e do voto. Então quem briga pela Veneraria, pelos tronos dos Vigilantes, pelos cargos de loja? –Os Irmãos da própria Loja. Quem desconfia do Venerável, do Tesoureiro, do Secretário ou Orador, dos Vigilantes aliados do Venerável? -Os irmãos da Loja.
                Isto sempre foi assim na Ordem mesmo antes de nos tornamos maçons, por que isto é o que de mais humano existe nas pessoas. Sempre disse aos irmãos que Lojas grandes aumentam os atritos, pois são poucos cargos de grande relevância e todo maçom os deseja. Todavia isto não significa que as Lojas devem se dividir, quando encontram harmonia e estão funcionando pela felicidade de todos.
                A Maçonaria é o melhor lugar do mundo para experiência humana, somos testados hodiernamente, muitas vezes reprovados nestes testes, e mesmo assim os repetimos. Amar um irmão acima de todas as coisas implica abrir mão de seus próprios desejos. Socorrer e guardar segredos não é privilégio, é obrigação formal e absoluta. Quando um irmão te pedir segredo sobre algo, guarde. Caso contrário não há diferença entre você e um profano. Sem aprofundamento nos estudos maçônicos, não há compreensão. Um irmão que odeia e prejudica seu irmão ou irmã, que conceito deve ter entre nós? A maledicência, a fofoca, a intriga, a mentira, são venenos para alma, que uma vez contaminada, vai destruir tudo a sua volta.
                Não esqueçam seus juramentos, mestres. Não esqueçam os cinco pontos da fraternidade. Não esqueçam  seus juramentos companheiros que é de acompanhar o mestre na execução da bela obra e orientar o aprendiz. Não olvidem seus juramentos, aprendizes. Ame seus irmãos, cumpram vossas obrigações, sejam retos e justos e guardem segredo sobre tudo que ouvirem e saberem dentro e fora de uma Loja ao que se refere a teu irmão. Isto é ética maçônica. Valor impenetrável, imaculável e indelével. Quem de nós os cumpre?
                As divisões nas Lojas ocorrem não por culpa da Loja, da Potência, da vontade de quem quer seja, ocorrem porque os inimigos da Loja estão dentro da Loja, estão juntos aos maçons contaminados, influenciados pela maldade, pela ignorância de fatos e normas, pelo caráter egoísta e mesquinho, de que alguém se achar  melhor de que outro. A Soberba, a vaidade, o orgulho torpe, o pseudo-poder, a inveja, o ciúme, devem ser alijados dos nossos Templos por todo irmão.
                Cada um é responsável por chamar atenção de um irmão quando estiver motivado por qualquer circunstância acima citada. Quando um irmão vier falar de outro, pergunte-lhe: se é para o bem deste irmão a fala? E alerte-o sobre seus juramentos caso contrário.
                As Lojas podem se separar? Sim podem, mas pelos motivos certos. Preconceitos, juízos sem prova e sem processo, acusações infundadas ou fundadas na vergonha das más intenções devem ser reprimidas a todo custo, ou não restará Lojas e nem irmãos.
                Somos uma elite privilegiada com acesso ao melhor conhecimento existente e ainda assim nossa atenção está voltada para o supérfluo, para o inócuo, o para o mal. Estes são os verdadeiros demônios que nos assombram e que muitas vezes referi em minhas falas.
                Apesar destes revezes a maçonaria é o lugar onde as coisas se consertam, o caos recebe ordem, e a vida se permite brilhar. Fundamentado no amor pelo seu irmão ou irmã, nosso coração se enche de luz, e a paz retorna ao reino. Não somos perfeitos mas buscamos a perfeição, somos filhos da fagulha divinizante que abre nosso peito e nos enche de glória e de graça do G.A.D.U. Nascemos com altos propósitos e que nos diferenciam do resto do mundo, somos a última cartada, a luz no fim do túnel, o farol que resgata os barqueiros. Somos viajantes das estrelas que pairam neste planeta para uma experiência hermético-alquímica. Somos ao mesmo tempo alquimista e atanor, artista e obra, o templo e o construtor. Mas somos melhor que tudo isto quando estamos juntos, sem desconfiança, vivendo o amor que nos é permitido viver, sem ciúmes, inveja, cobiça. Sou grato por conviver com vocês e experimentar todos estes processos, por que também sou uno com o pai. Edson Couto – GM

segunda-feira, outubro 31, 2016

Posted: 31 Oct 2016 05:00 AM PDT

Em inglês, "Land" significa "terra" e "mark" traduz-se por "marca", "alvo". "Landmark" é, assim, a marca, o sinal, na terra, e, mais especificamente, os sinais colocados nos terrenos para assinalar a sua delimitação em relação aos terrenos vizinhos. Em suma, "landmark" é, em português, o marco, no sentido de marco delimitador de terreno.

Fazendo a transposição para a Ordem Maçónica, Landmarks são, correspondentemente, os princípios delimitadores da Maçonaria, isto é, os princípios que têm em absoluto de ser intransigentemente seguidos para que se possa considerar estar-se perante Maçonaria Regular.

Ou seja, os Landmarks são o conjunto de princípios definidores do que é Maçonaria. Só se pode verdadeiramente considerar maçom quem, tendo sido regularmente iniciado, seja reconhecido como tal pelos outros maçons e observe os princípios definidores da Maçonaria constantes dos Landmarks.

Porque definidores do que é Maçonaria Regular, os Landmarks fixados são imutáveis.

Porém, existe um problema: não existe uma lista “oficial” de Landmarks comum a todo o mundo maçónico! São conhecidas várias listas de Landmarks, elaboradas por maçons estudiosos e ilustres, mas… por muito estudiosos e ilustres que foram, nenhum tinha mandato específico para fazer essa definição!

Há listas de Landmarks elaboradas por Albert G. Mackey (25) , George Oliver (31), J. G. Findel (9), Albert Pike (5), H. G. Grant (54), A. S. Mac Bride (12), Robert Morris (17), John W. Simons (15), Luke A. Lockwood (19), Henrique Lecerff (29).

Estas listas de Landmarks, repito, não vinculam senão os seus autores e espelham, além dos seus conhecimentos, também os seus preconceitos e os das suas épocas. É célebre, por exemplo, o Landmark 18 de Mackey que, além de afirmar a masculinidade da Maçonaria, impõe que nem escravo nem aleijado possa ser admitido maçom. Perante o evidente preconceito de Mackey, fruto da época e ambiente em que vivia, modernamente faz-se uma interpretação “habilidosa” do Landmark e postula-se que o maçom deve ser “livre de vícios” e não deve ser “aleijado de caráter”. Mas, meus caros, não foi isso que Mackey quis dizer e disse: Mackey escreveu que “os candidatos à Iniciação devem ser “isentos de defeitos ou mutilações, livres de nascimento e maiores”. Manifestamente que se referia a defeitos e mutilações físicas, não morais. Evidentemente que, para ele, ser “livre de nascimento” não tinha nada a ver com ser nascido livre de vícios (pois todos nascemos sem vícios – quem os tem, adquire-os mais tarde), antes se referia a não ter nascido escravo. Repare-se que nem sequer os escravos libertos, segundo Mackey, podiam ser maçons… Percebe-se talvez assim porque é que algumas Grandes Lojas do Sul dos EUA, ainda eivadas de muito racismo, continuam a defender que Prince Hall não foi validamente iniciado maçom, pois o homem foi escravo liberto…

Nos tempos de hoje, com a evolução de mentalidade que (felizmente) houve no último século, esta postura preconceituosa não pode ser admitida. Daí a interpretação “habilidosa” a que me referi. Mas, se os Landmarks são imutáveis, então tem igualmente de o ser a sua interpretação! Logo, não há que interpretar habilidosamente o Landmark 18 de Mackey. Há que, pura e simplesmente afirmar, alto e bom som e de cabeça levantada, que aquilo não é Landmark nenhum, e ponto final!

Algumas Grandes Lojas optaram por criar listas de Landmarks próprias. É o caso, por exemplo, das Grandes Lojas de New Jersey (10), do Tennessee (os 15 de John W. Simons), do Connecticut (os 19 de Luke A. Lockwood), do Minnesota (26), do Massachussets (8), do Kentucky (os 54 de H. G. Grant) e a Grande Loja Ocidental de Colômbia (20).

Na Europa, a Grande Loja Nacional Francesa codificou o que designou de “Regra em 12 pontos”, pela qual definiu o que se contém dentro do conceito de Maçonaria Regular – ou seja, definiu os seus Landmarks da Maçonaria Regular (http://www.glnf.fr/fr/Regle-en-douze-points-franc-maconnerie-238).

Que tem isso de diferente ou especial, uma vez que, como acima referi, várias outras Grandes Lojas fizeram o mesmo? A diferença – de que o tempo se encarregará de nos mostrar a sua real relevância – é que, enquanto cada uma das Grandes Lojas da América que fixaram Landmarks o fizeram por si e sem preocupações de alinhamento ou partilha com as demais, a iniciativa da GLNF tem conduzido a um movimento de expansão da Regra dos 12 Pontos, de aceitação desta codificação de Landmarks por outras Obediências.

A Grande Loja Legal de Portugal/GLRP adotou também a Regra em 12 Pontos (https://www.gllp.pt/index.php/as-doze-regras-da-maconaria-regular). A Grande Loja de Espanha assim o fez também (http://gle.org/la-regla-en-12-puntos/). Mas o movimento não é só europeu. Várias Grandes Lojas africanas de países de expressão francesa também adotaram a Regra em 12 pontos, designadamente a Grande Loja Nacional Togolesa (http://glnt.tg/e aí ir a Les principes fondamentaux/ La règle en 12 points). Também a Grande Loja de Moçambique adotou a Regra em 12 pontos (a GL de Moçambique não tem ainda sítio na Internet; têm de acreditar na minha palavra…).

A Regra em 12 pontos, verdadeiros Landmarks da Maçonaria Regular, vai sendo progressivamente adotada por Obediências Regulares da Europa e de África. É tempo de a divulgar junto dos Irmãos da América Latina – talvez no âmbito da Confederação Maçónica Interamericana.

Rui Bandeira
VALOR TRADICIONAL E MÍSTICO DA INICIAÇÃO MAÇÔNICA
 
A Iniciação Maçônica é completa em si mesma, quando o Maçom, depois de ter galgado sucessivamente os degraus do Aprendiz e do Companheiro, chega ao grau de Mestre. Mas o iniciado deve poder romper a casca mental, isto é, fugir do racionalismo esterilizante, para atingir a transcendência; somente depois de romper essa casca é que se torna possível o acesso à verdadeira iniciação. Todos os símbolos abrem portas, sob a condição de não nos atermos apenas — como geralmente acontece — às definições morais.
São muitos os que se declaram "racionalistas" e que qualificam de "simbolistas" — com uma nuança
pejorativa — aqueles que tomaram consciência do valor iniciático da Maçonaria. Convém analisar o
vocábulo "racionalismo" e examinar os limites por ele impostos. O racionalista (de ratio, razão) recusa-se a levar em consideração tudo o que vai além dos limites de seu entendimento. Sua concepção e seu conhecimento do mundo arriscam-se, por isso, a ser consideravelmente amesquinhados, à medida de sua inteligência e de seu saber. E essa posição intelectual prova ser realmente lamentável. Tal atitude de limitação, para ser lógica, suporia uma vasta cultura; desse modo, o racionalista comum só pode confiar naqueles que professam sua fé — pois existe uma fé — e que considera mais "sábios" do que ele próprio.
Ele pode, portanto, ater-se às leis físicas e psicológicas conhecidas e deve rejeitar — como manchado de erro — tudo o que vai além dessas leis. Estranho amesquinhamento de sua concepção do Universo! O racionalista faz alarde de ser "científico" e de que não passa de um "cientista"; ele admite que a "Ciência" faz conhecer as coisas tais como elas são, que ela resolve todos os problemas e que ela basta para satisfazer todos os desejos da inteligência humana. Para admitir um fato, a ciência exige que ele possa ser repetido à vontade; ela exige também que ele se enquadre em suas leis gerais. Ora, existe uma série de fenômenos que não satisfaz essas condições e cuja realidade não é, absolutamente, objetiva. O racionalista fixa-se em sua concepção e dela faz um dogma, agindo assim como um fanático, exatamente como os fiéis de não importa que religião, de não importa qual Igreja, para os quais não existe salvação fora dos dados teológicos que lhes são próprios. A Ciência não passa de uma crença que se apoia em hipóteses continuamente renovadas; é inútil e ilusório pedir a ela o que ela não pode dar: o conhecimento
espiritual. "O conhecimento ou a inteligência do divino, diz Jambiique (De mysteriis, II, 11), não basta para unir os fiéis a Deus; se assim fosse, os filósofos, por suas especulações, realizariam a união com os deuses.
Esta  execução perfeita e superior à inteligência de atos inefáveis, é a força inexplicável dos símbolos que fornece o conhecimento das coisas divinas." Ora, a Franco-Maçonaria é uma verdadeira escola de
iniciação e não, como a julgam comumente, uma associação fraterna com finalidades mais ou menos
políticas. A iniciação, tal como a concebiam as antigas "Sociedades de Mistérios" e tal como a praticam ainda as seitas mais ou menos evoluídas da África negra ou da Ásia misteriosa, a iniciação "abre portas" até então proibidas ao recipiendário. Além do mais, a transmissão ininterrupta dos "poderes" integra o impetrante à Egrégora do grupo e o faz participar, apesar dele, da vida mística e profunda da própria essência dos símbolos. Essa "iniciação" verdadeira é Una no tempo, no espaço, nos ritos, embora os costumes sociais ou étnicos daqueles que a praticam sejam diferentes. A Iniciação Maçônica torna palpável essa Unidade do Conhecimento através das seitas e dos ritos. Será possível provar a filiação maçônica iniciática mediante fatos precisos? Será possível afirmar que essa filiação é inexistente? René Guénon é muito categórico a respeito: "Não existem mais no mundo ocidental organizações iniciáticas capazes de reivindicar para si uma filiação tradicional autêntica senão as Associações de Obreiros e a Maçonaria". Contudo, ele não fornece nenhum argumento, a não ser especulativo, para apoiar sua tese.
Albert Lantoine, o erudito historiador da Maçonaria, pouco suspeito de misticismo, diz a respeito da
influência dos Rosacruzes sobre a Maçonaria: "Para nós há mais do que pontos de contacto: há uma
interpenetração que fez da velha maçonaria uma nova franco-maçonaria. Aliás, não podemos explicar por outro modo todo esse simbolismo místico... Portanto — e esse ponto é extremamente importante para os decifradores de símbolos — nós veríamos aı ́a explicação muito natural, muito simples desse ritualismo que, em lugar de se ter transmitido por sucessivas associações misteriosas, teria sido implantado por inovadores curiosos de reminiscências iniciáticas". Seja como for, assim como o movimento se prova
caminhando, a Maçonaria prova seu valor iniciático com todo esse aparato simbólico que ela conserva e de que se utiliza. Ir.·. Jules Boucher Editora Pensamento.
VALOR TRADICIONAL E MÍSTICO DA INICIAÇÃO MAÇÔNICA

segunda-feira, outubro 24, 2016

O lugar do Aprendiz
O local onde uma Loja maçônica se reúne é pelos maçons designado de Templo. Dentro do Templo, e no decorrer de uma reunião de Loja, tudo existe segundo uma ordem determinada e todos têm assento em locais definidos. O sentido de ordem, a segurança que psicologicamente é transmitida a quem se encontra num local ordenado, onde tudo e todos estão no seu lugar, ajudam à criação de uma atmosfera de confiança, descontração e concentração que é preciosa, quer para o bom desenrolar da sessão, quer para o conforto de todos, quer para a predisposição para atender aos assuntos do espírito, deixando-se efetivamente os metais à porta do Templo.

Como todos os outros obreiros, o Aprendiz tem o seu lugar determinado. Ou, melhor dizendo, uma zona da sala destinada a que ele ali se coloque e assista a tudo o que se passa. Esse lugar, essa zona, situa-se nas cadeiras traseiras do lado Norte da sala.

O lado Norte aqui em causa é, como quase tudo em Maçonaria, simbólico. Pode, portanto, corresponder ou não ao Norte geográfico. Normalmente, as salas onde decorrem as reuniões de Lojas têm a forma retangular, com a entrada colocada num dos lados mais pequenos. E quando não tem essa forma, utilizam-se os adereços necessários para que o local onde decorre a reunião tenha essa disposição. O lado onde se situa a entrada é, por convenção, designado de Ocidente. Logo, o lado oposto, onde se coloca a Cadeira de Salomão, é o Oriente. A generalidade dos obreiros toma assento nos lados direito e esquerdo da entrada. Convencionado que está que a entrada se situa no Ocidente, o lado direito de quem entra é, portanto, o Sul e o lado esquerdo de quem entra é o Norte.

Portanto, o Aprendiz toma assento na segunda fila do lado esquerdo de quem entra. Como sempre, esta disposição tem um significado simbólico. Para ser entendido, há que ter presente que a Maçonaria nasceu no hemisfério Norte. Neste hemisfério, o que está situado a Norte é menos ensolarado, menos iluminado. Em termos de Maçonaria, o Aprendiz ainda está na fase de transição da vida profana para a vivência maçônica. Está em processo de aprendizagem dos símbolos, dos princípios, da vivência, da Maçonaria. Está no início do percurso que todos os maçons procuram fazer, do seu aperfeiçoamento, da busca do Conhecimento do significado da Vida e da Morte, da Criação, do Universo, do Material e do Imaterial. Está, como os maçons dizem, no início do caminho para a Luz. O Sol nasce a Oriente. Simbolicamente a Luz que o maçom busca encontra-se a Oriente. Daí que seja no lado que simboliza o Oriente que se encontra a Cadeira de Salomão, onde toma assento o Venerável Mestre, que conduz a Loja e os seus Obreiros na busca, individual e coletiva, do aperfeiçoamento e do Conhecimento, na busca da Luz. O Conhecimento, para quem não está preparado, pode ser nefasto, pode ser incompreendido ou mal compreendido e, logo, recusado, afastado, distorcido. Portanto, o acesso à Luz deve ser gradual, em função da capacidade, da preparação, do Caminhante. Consequentemente, aquele que está ainda menos preparado, aquele que está ainda na fase inicial da sua Jornada, deve ser protegido do excesso de Luz, para que nele se não torne nefasto o que deve ser benfazejo. Assim, deve tomar assento na zona mais protegida da Luz, ou seja, no Norte.

Quanto ao facto de tomar assento nas cadeiras traseiras, e não na primeira fila, tal deve-se, quer ao facto de, quanto mais ao Norte estiver, mais protegido estar da Luz em excesso, quer, muito mais prosaicamente, ao facto de o Aprendiz ainda ter uma reduzida intervenção nos trabalhos e ser conveniente deixar a primeira fila ser ocupada por quem pode intervir ou necessita de circular pela sala...

Esta regra só tem uma exceção: no dia da Iniciação, finda a respectiva cerimônia, o novo Aprendiz toma assento, até ao final da sessão (e só nessa sessão), na primeira fila do Norte. Também por uma razão muito prática: não faz sentido ser colocado mais atrás, porventura obrigando outros obreiros a desviarem-se para lhe dar passagem, para o que resta da sessão. Dá muito mais jeito manter reservado um lugar na primeira fila que, a seu tempo, será então ocupado pelo recém-iniciado. Afinal, depois do turbilhão de emoções que constitui a Iniciação, sabe bem sentar-se pertinho, pertinho, no primeiro lugar disponível e facilmente acessível...

A partir da´sessão seguinte, e durante todo o tempo em que for Aprendiz, tomará, então assento na zona que lhe está destinada, os assentos traseiros do lado Norte. Protegido na sua zona, subtraído a movimentações, o Aprendiz está sossegado, em plenas condições de se concentrar, de tudo observar, de tudo apreender. Em Maçonaria, o Aprendiz é um Homem do Norte...

Rui Bandeira"

terça-feira, outubro 11, 2016


O Ágape ritual é uma das componentes mais belas do próprio ritual maçônico. Nele se vive e prolonga a fraternidade vivida na Cadeia de União.
Ele é um prólogo da vivência em Loja e onde todos, também ao mesmo nível, podem falar, sem estarem a violar qualquer preceito maçônico ou até mesmo por estarem subscritos ao "silêncio" referente ao grau a que alguns dos elementos da Loja possam estar remetidos durante a execução de uma sessão maçônica e ao mesmo tempo para aproveitar para tomar uma refeição em conjunto.
Assim, depois desta pequena introdução ao tema de hoje, deixo-Vos com o texto na íntegra:

"Léxico Maçônico: Ágape

Nos vários textos anteriores, foi várias vezes mencionado o termo "ágape", aliás num deles definido como refeição tomada em conjunto por maçons, em regra depois, ou imediatamente antes, das reuniões de Loja.
Em circunstâncias ideais, as instalações onde decorrem reuniões de Lojas devem estar preparadas para ter uma sala, de tamanho adequado e devidamente mobilada, onde possa ser servida e consumida a refeição, e ainda local para a confecção desta.
Durante um ágape, são efectuados pelo menos sete brindes, dedicados ao Presidente da República, a todos os Chefes de Estado que protegem a Maçonaria, ao Grão-Mestre, ao Venerável Mestre da Loja, aos demais Oficiais da Loja, aos Visitantes (ou, nos ágapes brancos, às senhoras presentes) e a todos os Maçons, onde quer que se encontrem.
O ágape branco é um ágape em que estão presentes não maçons, em regra familiares e amigos. No ágape branco, o cerimonial é aligeirado ao mínimo, mantendo-se apenas os brindes.
O ágape ritual é considerado o prolongamento dos trabalhos em Loja. Nele, os Aprendizes e Companheiros têm oportunidade de exprimir as suas opiniões, relativamente aos assuntos debatidos em Loja (já que, em sessão de Loja, os Aprendizes e Companheiros devem observar a regra do silêncio, para mais concentradamente poderem dedicar a sua atenção ao que vêm e ouvem) ou colocados em discussão no próprio ágape.
Quando existem condições de privacidade que o permitam, o Venerável Mestre, no início do ágape, informa qual o tema sobre o qual todos os elementos presentes devem emitir as suas considerações, pela forma que entenderem. Seguidamente, cada um dos elementos presentes deve, à vez, levantar-se, apresentar-se e proferir uma alocução breve sobre o tema indicado. Esta rotina possibilita o melhor conhecimento mútuo de todos os membros de uma Loja (pois cada um expõe, em plena liberdade e perante a atenção silenciosa dos demais os seus pontos de vista), facilita a integração dos membros mais recentes (que verificam a prática da igualdade entre maçons e a aceitação das diferenças de opinião entre eles) e contribui para a superação do receio de falar em público de que sofrem algumas pessoas.
Quando existem condições para a refeição ser preparada e consumida nas instalações da Loja, por regra é nomeado um elemento da Loja, que fica com a responsabilidade de dirigir a preparação da refeição e do local onde a mesma vai ser consumida.
Quando não existem as condições de privacidade entendidas necessárias, o ritual do ágape reduz-se aos brindes ou é, mesmo, eliminado, servindo a refeição apenas (e já é bom!) para possibilitar a sã convivência entre os elementos da Loja.
Os ágapes em muito contribuem para a criação e o fortalecimento dos laços de amizade e solidariedade entre os maçons.

Rui Bandeira"

  Grande Loja da Rússia   Acredita-se que a maçonaria chegou à Rússia, no final do século XVII, quando em 1699, o Czar Russo, Pedro I “O Gra...