sexta-feira, junho 03, 2011

Maçonaria e Astrologia



Maçonaria e Astrologia


Carlos Galvão, João Paganelo e Eduardo Gennari,(*)
I - INTRODUÇÃO

A Astrologia (1) era na antiguidade considerada a chave de todas as
ciências humanas e naturais e não é de duvidar que algum dia descubra,
inúmeras razões para que volte a ocupar esta posição. A Astrologia
teve sua origem, por volta do ano 3000 a.C., provavelmente na cidade
de "Ur", supostamente a pátria de Abraão, fundada no 4º milênio a.C.,
por um povo do norte da mesopotâmia, os Sumérios. Este povo tinha um
grande interesse pela observação do céu. Para os Sumérios, este
parecia uma grande abóbada de veludo negro onde as estrelas estavam
fixas como enfeites de brilhantes. Notaram, entretanto que além do Sol
e da Lua, cinco estrelas apresentavam um movimento mais rápido que as
outras; eram os planetas: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

Mais tarde foram os Caldeus que introduziram a astrologia como hoje é
conhecida. As estrelas foram agrupadas em constelações, para servirem
como marcadores do movimento dos planetas. O Zodíaco, ou o Caminho de
Anu, era a rota seguida no céu pelo Sol, Lua e planetas, sempre pela
mesma massa de estrelas, as Constelações Zodiacais.
A divisão do Zodíaco em doze partes talvez tenha vindo da divisão em
doze partes de duas horas cada uma do dia dos Caldeus.

A maçonaria, com seus templos onde sempre são representados os signos
do zodíaco e a abóbada celeste, sempre serviram de veículo para a
difusão de ensinamentos da Astrologia e, com certeza, foram em lojas
que a Astrologia deve ter primeiro florescido em nosso país, em
especial no Rio de Janeiro.


I - AS ERAS DA ASTROLOGIA

Grande Ano, em Astrologia, é o período de 25.858 anos que a terra leva
para percorrer todos os signos do zodíaco.
Esse período é constituído por doze Grandes Meses, cada um dos quais
com uma duração aproximadamente de 2.000 anos. Um Grande Mês, assim,
corresponde a uma Era, regida por um dos doze signos, que se seguem,
em sentido decrescente.

ERA DE LEÃO (de 10.000 a.C. a 8.000 a.C)
Era mais antiga da qual é possível ter conhecimento. Governada pelo
signo de Leão, cujo astro regente é o Sol, e marcou um período
dominado pela criação: o homem começou a cultivar as plantas, a criar
os animais e a polir a pedra e adquirindo os meios para um rápido
progresso. Iniciava-se o Período Neolítico da Pré Historia, o inicio
da civilização estratificada.

ERA DE CANCER (de 8.000 a. C a 6.000 a.C)
Com o termino da Idade de Gelo, por volta de 9.000 AC, o homem deixou
as cavernas e começou a construir as suas habitações, abandonando o
nomadismo e tornando-se sedentário. Sob o governo de Câncer, signo da
maternidade e do lar-regido pela Lua, a "mãe universal", o princípio
feminino, que fertiliza todas as coisas – a humanidade começou a se
estruturar socialmente por meio da família.

ERA DE GÊMEOS (de 6.000 a. C a 4.000 a. C)
Esta Era foi caracterizada pelo dinamismo e pela elaboração dos
grandes projetos humanos. Governada por Gêmeos – regido por Mercúrio,
o representante do intelecto – uma Era de grande efervescência
intelectual e de muita curiosidade, um dos seus mais valiosos
tesouros: a escrita. O homem começou a fixar as suas idéias e a
registrar a sua própria memória. Começava, ai, a Historia.

ERA DE TOURO (de 4.000 a. C a 2.000 a. C)
Representando a força criativa de Áries, transformada nos poderes de
fecundação e procriação da natureza, o signo, através de sua
influência na Terra, com sua solidez e riqueza, significou o
florescimento de grandes civilizações humanas – e a egípcia. Período
de grandes progressos materiais, a Era de Touro legou, à humanidade,
cidades importantes, como por exemplo, Tebas e Mênfis, no Egito, onde
era cultuado Àpis, o touro sagrado.

ERA DE ÀRIES (de 2.000 a. C a 0)
Sendo regida por Marte, deus da guerra, na mitologia romana, foi
caracterizada por grande atividade bélica, com muitas invasões e
muitas lutas entre os povos. Um exemplo é o território antigo da
Grécia, que sofreu, durante esse período, diversas invasões; as mais
produtivas delas, foram as dos dórios e dos jônios, já que, dessa
miscigenação de povos, surgiu a magnífica cultura grega, que tanta
influência teve nos destinos da humanidade.

ERA DE PEIXES (de 0 a 2.000 d.C)
Regido por Peixes, signo da fé, da piedade, da compaixão, do espírito
de sacrifício e do misticismo, este período viu surgir o seu fato mais
marcante: o cristianismo, que, como religião, é o típico exemplo da
mentalidade de Peixes. O signo influenciou tanto este período, que o
seu símbolo – dois peixes, dispostos lado a lado, mas em sentindo
inverso, simbolizando o momento final da liberação do espírito das
malhas matérias – acabou se tornando o sinal secreto dos que aderiam à
fé cristã. Este é o período dos "pescadores de homens".

ERA DE AQUÁRIO (de 2.000 d.C a 4.000 d.C)
A Era de Aquário, a se iniciar no ano 2.000, terá, como mensagem
especial, o humanitarismo. Nela ocorrerá uma reconciliação entre a
'ciência e o homem', entre as mais fantásticas descobertas da mente
cientifica e as verdades eternas, que tem sido motor e dínamo da
humanidade. Sendo regido por Aquário – signo da originalidade, da
independência, da lealdade, da ação – à vontade de mudar e de criar,
além de uma grande preocupação com o futuro da humanidade. Nesse
período, os homens terão a oportunidade de transformar o mundo,
tornando-o feliz e próspero. Mas poderão, também, destruí-lo, mesmo
que a prudência seja uma característica de Aquário.


III - A INTERPRETAÇÃO ASTROLÓGICA (2)

A Igualdade é o símbolo de Libra ou Balança. Este signo é o símbolo
universal do equilíbrio, da legalidade e da justiça, concretizado pelo
senso da diplomacia e da cortesia. Libra significa, em última análise,
um caráter afável, um sentido de justiça, harmonia e sociabilidade,
que são todos atributos da igualdade.

A Fraternidade é perfeitamente ilustrada pelo signo de Gêmeos em sua
dualidade, que são os míticos Castor e Pólux, cada um desempenhando
seu papel sem nenhuma proeminência sobre o outro. O signo de Gêmeos é
dual, porque simboliza o momento em que a força criativa de Áries e
Touro dividem-se em duas correntes: uma tem sentido ascensional,
espiritual, e a outra é descendente, no sentido da multiplicidade das
formas e do mundo fenomênico. Considere-se, também que face a Gêmeos
está Sagitário, governado por Júpiter Zeus, Deus do qual todos os
homens emanam, o que os faz irmãos uns dos outros, com cada um
procurando-o, à sua maneira.

A Liberdade é apanágio de Aquário, simbolizado por Ganimedes, pelo
anjo derramando sobre a humanidade o cântaro do saber; saber que, se
for bem utilizado pode ser um meio de acesso à liberdade, com a
condição de que aceite a superioridade do iniciado. Só o iniciado, o
sábio, poderá reconhecer os limites além dos quais não poderá ir, pois
esta é a maneira dele chegar ao conhecimento dos mistérios divinos.
Essa ligação com o divino, da qual Moisés é um símbolo, o respeito às
leis divinas, fundamentais para uma existência pacífica e harmoniosa,
serão também assinalados pelo signo frontal a Aquário: Leão, cujo
símbolo é o Sol, símbolo do UM, símbolo de Deus.

Esses três signos: Libra, Gêmeos e Aquário são os signos do ar do
zodíaco. E os signos do ar são símbolos do espírito, são símbolos do
cosmos, que o iniciado deve procurar conhecer e compreender.


IV - AS PROVAS DOS QUATRO ELEMENTOS.

Uma das primeiras lições que aquele que receberá a Luz recebe é
justamente da simbologia e da importância da depuração pessoal ou
"limpeza" pelos quatro elementos: terra, água, ar e fogo. Estes são os
elementos básicos que formam toda a Criação no estudo da Astrologia.
Compreendendo as características destes elementos pode-se compreender
tudo, pois tudo o que existe foi criado com esta matéria prima básica.
Muitos IIr.'. restringem os estudos dos elementos às lições e
indicações do Ritual e assim deixam de compreender a amplitude deste
conhecimento.

Só para ilustrar, nas antigas tradições iniciáticas, aquele que
dominava os elementos tornava-se igual e semelhante ao Gr.'. Arq.'. do
Un.'. pois dominaria totalmente tudo o que foi criado. O iniciado
deveria dominar o elemento em seu universo particular. Deveria dominar
a terra e o medo do desmoronamento, a melancolia, a avareza, a falta
de horizontes em circunstâncias que elevariam ao máximo estas
tendências como, por exemplo, dentro de um buraco ou caverna estreita,
úmida e profunda. A água deveria ser dominada, por exemplo, dentro de
um rio caudaloso e com correnteza violenta, vencendo-se a incerteza, a
insegurança, a sensação de abandono e da falta de apoio. O elemento ar
deveria ser dominado nas alturas de um precipício ou montanha (hoje
uma montanha russa serviria), vencendo-se a vertigem, o desequilíbrio,
a dificuldade de respiração em função da apreensão. Finalmente o fogo
deveria ser dominado dentro de um salão incendiado, ou com o iniciado
circundado por três enormes fogueiras. Ele deveria controlar suas
reações quanto ao calor, à luz excessiva e à sensação de proximidade
com um poder terrível que pode destruir.


V - OS CARGOS EM LOJA E OS SETE PLANETAS ESOTÉRICOS.

Ven.'. M.'. - assimilado ao planeta Júpiter, (número 6) que no panteão
dos deuses babilônicos, simbolizava a sabedoria. Rege a visão, a
prosperidade, a misericórdia, a liturgia, o sacerdócio, o mestre e a
felicidade.

Ord.'. - está relacionado com Mercúrio (número 2) o planeta que rege a
expressão da Verdade, pois é o "enviado de Deus". Mercúrio tem asas
nos pés e é o porta-voz, aquele que dá as boas vindas e domina os
escritos. Associado ao Sol, pois dele emana a Luz, como guarda da lei
maçônica que é, além de responsável pelas peças de arquitetura.

1o Vig.'. - associado ao planeta Marte, que era o senhor da guerra,
simbolizando a força. Marte rege o início, a coragem, o pioneirismo e
o impulso.

2o Vig.'. - assimilado ao planeta Vênus, feminilizado na mitologia
babilônica e que, sendo a deusa mágica da fertilidade e do amor,
simboliza a beleza. Vênus rege a harmonia, o prazer, a alegria, e a
beleza como reflexo da manifestação do Gr.'. Arq.'. do Un.'..

Secr.'. - relaciona-se com o planeta Saturno (número 7). É ele o
responsável de gravar para a eternidade os fatos de forma fria e
exata. Ele é o controlador rígido da ordem dos processos e cioso pela
documentação dentro das normas. Assimilado à Lua, pois reflete as
conclusões legais do Orador.

Tes.'. associado a Cronos (Saturno, para os romanos), pai de Zeus e
filho de Urano, um dos deuses primordiais, que, com Géia (a Terra)
estava no início de todas as coisas, simboliza a riqueza. Recebe a
simbologia da Lua (número 1) em sua atividade. A atividade de receber
os metais e de organizar o movimento financeiro da Loja é considerada
---por lidar com a frieza dos números --- fria e calculista, além de
inflexível. . A Lua rege a família, a cidade, o lar e o corpo;
portanto rege o Templo.

M.'. de Cer.'. assimilado ao planeta Mercúrio, o deus veloz e astuto.
Está relacionado ao planeta Sol. O Sol (número 4) caminha diariamente
pelo Céu, levando e trazendo a existência, a verdade e a justiça. É
ele que anima a vida e que circula no oriente e no ocidente.

Notas:
(1) A palavra astrologia tem origem grega. É formado a partir de
"aster", astro e "logos", discurso, relato, razão, definição,
faculdade racional, proporção.

(2) A 1a. República conheceu bem a divisa "Liberdade, Igualdade, ou a
Morte", mas tal programa ideológico não foi jamais o da Maçonaria. Foi
somente sob a 2a. República que a "tríplice divisa" surgiu. Mas não
foi a República que tomou emprestada a divisa à Maçonaria, mas, sim, a
Maçonaria é que a tomou emprestada à República (in Dictionnaire de la
Franc-Maçonnerie et des Francs-Maçons" - Belfond - Paris - 1971) .
José Castellani


Bibliografia:
1.Maçonaria e Astrologia/ José Castellani – São Paulo: Landmark, 2002
Brasil 2a. Edição
2.Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom – Editora A Gazeta
Maçônica - 1a. edição - 1985 - 2a. Edição 1992.


MM'.MM.'. - A.'.R.'.L.'.S.'. Thomaz Idineu Galera, Gosp - São Paulo- Brasil
n� � e a ��� py� a, a
insegurança, a sensação de abandono e da falta de apoio. O elemento ar
deveria ser dominado nas alturas de um precipício ou montanha (hoje
uma montanha russa serviria), vencendo-se a vertigem, o desequilíbrio,
a dificuldade de respiração em função da apreensão. Finalmente o fogo
deveria ser dominado dentro de um salão incendiado, ou com o iniciado
circundado por três enormes fogueiras. Ele deveria controlar suas
reações quanto ao calor, à luz excessiva e à sensação de proximidade
com um poder terrível que pode destruir.


V - OS CARGOS EM LOJA E OS SETE PLANETAS ESOTÉRICOS.

Ven.'. M.'. - assimilado ao planeta Júpiter, (número 6) que no panteão
dos deuses babilônicos, simbolizava a sabedoria. Rege a visão, a
prosperidade, a misericórdia, a liturgia, o sacerdócio, o mestre e a
felicidade.

Ord.'. - está relacionado com Mercúrio (número 2) o planeta que rege a
expressão da Verdade, pois é o "enviado de Deus". Mercúrio tem asas
nos pés e é o porta-voz, aquele que dá as boas vindas e domina os
escritos. Associado ao Sol, pois dele emana a Luz, como guarda da lei
maçônica que é, além de responsável pelas peças de arquitetura.

1o Vig.'. - associado ao planeta Marte, que era o senhor da guerra,
simbolizando a força. Marte rege o início, a coragem, o pioneirismo e
o impulso.

2o Vig.'. - assimilado ao planeta Vênus, feminilizado na mitologia
babilônica e que, sendo a deusa mágica da fertilidade e do amor,
simboliza a beleza. Vênus rege a harmonia, o prazer, a alegria, e a
beleza como reflexo da manifestação do Gr.'. Arq.'. do Un.'..

Secr.'. - relaciona-se com o planeta Saturno (número 7). É ele o
responsável de gravar para a eternidade os fatos de forma fria e
exata. Ele é o controlador rígido da ordem dos processos e cioso pela
documentação dentro das normas. Assimilado à Lua, pois reflete as
conclusões legais do Orador.

Tes.'. associado a Cronos (Saturno, para os romanos), pai de Zeus e
filho de Urano, um dos deuses primordiais, que, com Géia (a Terra)
estava no início de todas as coisas, simboliza a riqueza. Recebe a
simbologia da Lua (número 1) em sua atividade. A atividade de receber
os metais e de organizar o movimento financeiro da Loja é considerada
---por lidar com a frieza dos números --- fria e calculista, além de
inflexível. . A Lua rege a família, a cidade, o lar e o corpo;
portanto rege o Templo.

M.'. de Cer.'. assimilado ao planeta Mercúrio, o deus veloz e astuto.
Está relacionado ao planeta Sol. O Sol (número 4) caminha diariamente
pelo Céu, levando e trazendo a existência, a verdade e a justiça. É
ele que anima a vida e que circula no oriente e no ocidente.

Notas:
(1) A palavra astrologia tem origem grega. É formado a partir de
"aster", astro e "logos", discurso, relato, razão, definição,
faculdade racional, proporção.

(2) A 1a. República conheceu bem a divisa "Liberdade, Igualdade, ou a
Morte", mas tal programa ideológico não foi jamais o da Maçonaria. Foi
somente sob a 2a. República que a "tríplice divisa" surgiu. Mas não
foi a República que tomou emprestada a divisa à Maçonaria, mas, sim, a
Maçonaria é que a tomou emprestada à República (in Dictionnaire de la
Franc-Maçonnerie et des Francs-Maçons" - Belfond - Paris - 1971) .
José Castellani


Bibliografia:
1.Maçonaria e Astrologia/ José Castellani – São Paulo: Landmark, 2002
Brasil 2a. Edição
2.Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom – Editora A Gazeta
Maçônica - 1a. edição - 1985 - 2a. Edição 1992.


MM'.MM.'. - A.'.R.'.L.'.S.'. Thomaz Idineu Galera, Gosp - São Paulo- Brasil

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