A Importância do
MESTRE de Harmonia em Sessões Maçônicas”
Mas quero ressaltar um cargo, embora todos os cargos de uma Loja, são
importantes por natureza, pois são comparados a uma orquestra, em que todos
trabalham cada qual com a sua função, mas sem poder desafinar, sob pena
de ter um resultado desastroso. Estou falando do cargo de Mestre de
Harmonia.
Esse cargo, cuja joia é uma LIRA, tem a responsabilidade
pelo “equilíbrio vibracional da Loja, propiciando o momento fértil para as
manifestações do Grande Arquiteto do Universo”.
Isso me chamou atenção. E se refletirmos bem, veremos a profundeza dessa
afirmação. Ele é que, com as músicas devidas, dará o verdadeiro equilíbrio em
que irá vibrar os nossos sentimentos em direção ao espiritual. A importância
desse equilíbrio é que vai facilitar a egrégora que se formará dentro de Loja.
É colocando no devido tempo as músicas, em seu equilíbrio de tom,
suavidade e momentos especiais em que se faz necessário a música. E sabemos que
a música realmente vibra dentro do nosso ser enlevando para um patamar especial
de encontro com o superior.
Ser Mestre de Harmonia é ser uma pessoa de uma sensibilidade musical com
capacidade de sentir, de emocionar e se comover. E, lógico, tem que gostar de
música. Ser um apaixonado.
No passado, a Coluna da Harmonia era composta por Irmãos músicos que
tocavam, buscando propiciar a harmonia que deve reinar entre os Obreiros e
equilibrar as emoções durante os rituais maçônicos. Hoje, os músicos foram
substituídos por aparelhagem eletrônica, operada pelo Mestre de Harmonia.
A música é uma das sete artes liberais. Tem o dom de preparar o ambiente
para a meditação, para o culto espiritual, não só acalma, ameniza, conforta,
como pode curar certos tipos nervosos e ajudar na cura de processos orgânicos.
Esotericamente, os sons penetram de tal forma no íntimo dos seres humanos que
lhes dão Harmonia e Paz.
Em função do ritmo, da melodia e da mensagem, o inverso é possível, ou
seja, a desestabilização emocional, a afloração de sentimentos menos nobres. A
Harmonia, em seu sentido mais amplo, é a ciência da combinação dos sons, o que
forma os acordes musicais e tem por finalidade a formatação de uma das expressões
na criação da Beleza.
Os discípulos de Pitágoras estudavam a música como disciplina moral,
pois ela atuava no controle dos ímpetos das paixões agressivas e no afloramento
dos sentimentos nobres e elevados; por meio da música buscavam desenvolver a
união, pois entendiam que ela instruía e purificava a mente, desse modo
eliminando, pela audição de melodias suaves e agradáveis, a angústia, anseios
frustrados, agressões verbais e stress mental.
Portanto, em uma reunião Maçônica deve-se tocar a música que melhor
traduza os sentimentos dos Irmãos em cada momento do ritual.
Correntes de Irmãos defendem a não programação de músicas de caráter
religioso nas sessões ritualísticas, visto o caráter universal da nossa Ordem,
evitando assim algum constrangimento de Irmãos que adotam outra religião.
Corrente outra, sugere a não execução de músicas cantadas, salvo algumas
entoadas por Coral, ou seja, na maioria das vezes deve se utilizar a música
instrumental.
Outra corrente orienta que o fundo musical deve ser ouvido desde o
início, quando da sala dos Passos Perdidos, com melodias que elevem os Irmãos
aos mais nobres sentimentos, preparando-os para o início dos trabalhos, lugar
onde devem estar paramentados e com as suas insígnias. A melodia pode ser de
cunho religioso, de câmara, por ser um local onde todos se limpam mental e
espiritualmente, deixando para trás as coisas do mundo profano, momentos de
introspecção e a conscientização para a entrada no Templo, onde se desenrolará
a reunião de grande elevação espiritual.
Compreendem normas na Maçonaria que suas reuniões se realizem com
músicas adequadas e propícias. As músicas são invariavelmente colocadas por
hábito, por gosto ou por imitação, dificilmente associando o profundo trabalho
de introspecção que é a litúrgica Maçônica a uma trilha sonora que estimule nos
instantes de euforia, acalme nos momentos de meditação, espiritualize
profundamente nos momentos de abertura e fechamento do Livro da Lei, que seja
melodiosa e nos leve à profunda meditação do ato que fazemos quando os Irmãos
Mestre de Cerimônias e Hospitaleiro circulam com o Saco de Propostas e o Tronco
de Beneficência e, viva alegre e, no momento do encerramento.
A música utilizada tem que ser analisada, em razão da mensagem que se
pretende transmitir, como exemplo, deverá causar impressões inesquecíveis na
mente do iniciado, pois nestas sessões se transmite a síntese filosófica da
Instituição em que se ingressa, pois os ensinamentos seculares que são
transmitidos, quando associados a uma música adequada, serão sempre recordados
quando da audição de tal melodia. Em função do discorrido, o Mestre de Harmonia
deverá desenvolver o entendimento da psicologia da Harmonia na Maçonaria, pois
assim auxiliará, influenciando na manutenção do estado de consciência
espiritualmente limpa dos Irmãos que adentram ao Templo Sagrado colocando
músicas melodiosas e suaves, convidativas à meditação.
Programando músicas cantadas, porque acha que são bonitas, muitas das vezes não está contribuindo para a Harmonia da sessão e a formação da concentração necessária, pois induz sentimentos outros que levam os Irmãos a fazerem imagens mentais que os tirem da manutenção da egrégora pelo efeito dos sons e do ritmo.
Programando músicas cantadas, porque acha que são bonitas, muitas das vezes não está contribuindo para a Harmonia da sessão e a formação da concentração necessária, pois induz sentimentos outros que levam os Irmãos a fazerem imagens mentais que os tirem da manutenção da egrégora pelo efeito dos sons e do ritmo.
Por esse motivo, as músicas devem ser de caráter neutro, pois a melodia
maçônica deve ser aquela que induza o Irmão a entrar em Si, elevando-se à
reflexão do seu Eu, e não propiciando o desvio dos pensamentos de Irmãos para
ir ao ambiente externo no qual costumeiramente “aquela” melodia é ouvida.
Com idade de Três Anos e ainda não sabendo falar, concluo mui
primariamente que muito há o que desvendar e de ser entendido numa preparação
de Harmonia para um Templo Maçônico, pois os sons são energias que nos
aproximam do G.’.A.’.D.’.U.’., estimulam-nos os sentidos e que devem ser
conduzidas pelo Espírito com mãos hábeis e sensíveis para a devida sustentação
do ambiente favorável ao trabalho dos Irmãos, mantendo o livre fluxo de energia
que deverá circular, provendo-nos da Sabedoria, da Força e da Beleza, tríade
que compõe as colunas que sustentam nossos intuitos de tornando-nos Homens de
Bem, Harmoniosos, Justos e Perfeitos no nosso dizer e com os nossos passos do
dia a dia.
Como podemos ver, existe uma variedade muito grande de músicas para
serem colocadas em uma Sessão maçônica, e vai depender, única e exclusivamente
do Mestre de Harmonia de saber escolher e atingir o objetivo de sua função:
fazer o “equilíbrio vibracional da
Loja, propiciando o momento fértil para as manifestações do Grande Arquiteto do
Universo”.
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