segunda-feira, maio 09, 2016

Kali


 


Kali
Kali, (do sanscrito Kālī काली) é  uma das mais importantes divindades da mitologia na Índia, era conhecida, entre outras características, pela sua sede de sangue. 
Esta deusa apareceu pela primeira vez nos escritos indianos por volta do século VI em invocações pedindo sua ajuda nas guerras. Nesses primeiros textos foi descrita como tendo presas, usando uma guirlanda de cadáveres e morando no local de cremações.
Kali fez sua aparição mais famosa no Devi-mahatmya, onde se juntou à deusa Durga para lutar contra o espírito demoníaco Raktabija, que tinha a habilidade de se reproduzir com cada gota de sangue derramado; assim, ao lutar com ele, Durga se viu sobrepujada pelos clones de Raktabija. Kali resgatou Durga ao vampirizar Raktabija e ao comer suas duplicatas. Kali foi vista por alguns como o aspecto irado de Durga.

A Deusa da Morte


Diversos séculos mais tarde, no Bhagavat-purana, ela e seus seguidores, os dakinis, avançaram sobre um bando de ladrões, decaptaram-nos, embebedaram-se em seu sangue e divertiram-se num jogo de atirar suas cabeças de um lado para outro. Outros escritos registraram que seus templos deveriam ser construídos longe das vilas e perto dos locais de cremação.
Kali tem um relacionamento ambíguo com o mundo. Por um lado destruía os espíritos malignos e se estabelecia a ordem. Entretanto também servia como representante das forças que ameaçavam a ordem social e a estabilidade por sua embriaguez de sangue e subseqüente atividade frenética.
Por seu relacionamento com os aspectos da morte foi rapidamente identíficada como uma manifestação do diabo pelos primeiros missionários cristãos a chegarem no Vale do Indo e po muitos orientalistas desinformados até meados do século XIX.

A Deusa do Sexo


Kali também apareceu como uma consorte do deus Shiva. Engajaram-se numa dança feroz. Pictoricamente, Kali geralmente era vista sobre o corpo inclinado de Shiva numa posição dominante enquanto se engajavam em relações sexuais.
Assim, Kali se tornou a divindade dominante no hinduísmo tântrico, onde era louvada como a forma original das coisas e a origem de tudo o que existe. Foi chamada de Criadora, Protetora e Destruidora. No tantra o caminho da salvação se dava através das delícias sensuais do mundo – as coisas geralmente proibidas a um indiano devoto – tais como álcool e sexo. Kali representava as últimas realidades proibidas e dessa forma deveria ser abrigada no íntimo e sobrepujada no que seria o ritual da salvação. Ensinava que a vida se alimentava da morte, que a morte era inevitável para todos os seres e que, na aceitação dessas verdades – confrontando Kali nos campos de cremação, demonstrando dessa forma coragem igual à sua terrível natureza –, haveria libertação. Kali, como muitas divindades, simbolizava a desordem que aparecia continuamente entre todas as tentativas de se criar a ordem. A vida era, em última instância, indomável e imprevisível.

Santa Sara Kali


Kali sobreviveu entre os ciganos, que tinham migrado da Índia para a Europa na Idade Média, como Sara, a Deusa Negra. De acordo com a história as três Marias do novo testamento viajaram para a França onde deveriam encontrar com Sara, uma cigana que as ajudou na chegada. Batizaram Sara e pregaram o evangélio ao seu povo. Os ciganos celebram os dias 24 e 25 de maio todos os anos em Saint-Maries-de-la-Mer, uma pequena vila francesa onde se acredita que os eventos ocorreram. Uma estátua de Sara foi colocada na cripta da igreja onde os ciganos mantêm sua vigília anual.

Kaliyuga


De acordo com as escrituras hindus, o universo passa por fases divididas em enormes períodos de tempo, chamados yuga, coerêntes com o conceito thelemico de aeons. Atualmente vivemos a Kaliyuga, a era de Kali, ou a Era do Ferro. Um período de conflito, desastres, desordem, incerteza espiritual e descrenças. É uma era gigantesca de situações difíceis, períodos de transição abrupta, guerras e catastrófes de todso os tipos. A crise espiritual e material são a norma. 
Kali Yuga começou no instante em que Krishna parte do mundo material a aproximadamente 5 mil anos e durará exatamente 432 000 anos - findando no ano 428 899.  quando este momento chegar Kalki, o último avatar de Vishnu, chegará montado em um cavalo branco e manejando uma espada flamejante com a qual irá derrotar todo o mal.

A Essência de Kali


Eu sou as trevas por trás e por baixo das sombras.
Eu sou a ausência de ar que espera no inicio de cada respiração.
Eu sou o fim antes que a vida recomece, a deterioração que fertiliza o que vive.
Eu sou o poço sem fundo, o esforço sem fim para reivindicar o que é negado.
Eu sou a chave que destranca todas as portas.
Eu sou a glória da descoberta, pois eu sou o que está escondido, segregado e proibido.Venha a mim na Lua Negra e veja o que não pode ser visto, encare o terror que é só seu.
Nade até mim através dos mais negros oceanos, até o centro de seus maiores medos.
Eu e o Deus das trevas o manteremos em segurança.
Grite para nós em terror e seu será o poder de suportar o insuportável.
Pense em mim quando sentir prazer e eu o intensificarei. Até o dia em que terei o maior prazer de encontra-lo na encruzilhada entre os mundos.
Sabedoria e a capacidade de dar poderes são os meus presentes.
Ouça-me, criança, e conheça-me por quem eu sou. Eu tenho estado com você desde o seu nascimento e ficarei com você ate que você retorne a mim no crepúsculo final.
Eu sou a amante apaixonada e sedutora que inspira o poeta a sonhar.
Eu sou aquela que te chama ao fim de sua jornada. Quando o dia se vai, minhas crianças encontram seu descanso abençoado em meus braços.
Eu sou o útero do qual todas as coisas nascem.
Eu sou o sombrio, silencioso túmulo; todas as coisas devem vir a mim e suportar a morte e o renascer para o todo.
Eu sou a Bruxa que não será governada, a tecelã do tempo, a professora dos mistérios.
Eu corto as linhas que trazem minhas crianças ate mim. Eu corto as gargantas dos cruéis e bebo o sangue daqueles sem coração. Engula seu medo e venha ate mim, e você descobrira verdadeira beleza, forca e coragem.
Eu sou a fúria que dilacera a carne da injustiça.
Eu sou a forja incandescente que transforma seus demônios internos em ferramentas de poder. Abra-se a meu abraço e domínio.
Eu sou a espada resplandecente que te protege do mal.
Eu sou o cadinho no qual todos os seus aspectos se misturam em um arco-íris de união.
Eu sou as profundezas aveludadas do céu noturno, as brumas rodopiantes da meia-noite, coberta de mistério.
Eu sou a crisálida na qual você ira encarar o que te apavora e da qual você ira florescer vibrante e renovada.
Procure por mim nas encruzilhadas e você será transformada, pois uma vez que você olhe para meu rosto não existe volta.
Eu sou o fogo que beija as algemas e as leva embora.
Eu sou o caldeirão no qual todos os opostos crescem para se conhecer de verdade. Eu sou a teia que conecta todas as coisas.
Eu sou a curadora de todas as feridas, a guerreira que corrige todos os erros a seu tempo.
Eu faço o fraco forte. Eu faço humilde o arrogante. Eu ergo o oprimido e dou poderes ao desprivilegiado. Eu sou a justiça temperada com compaixão.
Eu sou você, eu sou parte de você, estou dentro de você.
Procure-me dentro e fora e você será forte. Conheça-me, aventure-se nas trevas para que você possa acordar com equilíbrio, iluminação e plenitude. Leve meu amor consigo a toda parte e encontre o poder interior para ser quem você quiser.

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