A
forma habitual de tratamento entre maçons é por "Irmãos". Irmão porque a
Maçonaria é uma fraternidade, logo traduzido literalmente
"fraternidade" por "irmandade", sendo os "fraters", "irmãos" entre si.
Todavia, mesmo não sendo irmãos de sangue -
que os há! - e inclusive de não fazerem parte da mesma família
sanguínea ou por adoção, os maçons sentem-se como tal, como membros
integrantes e plenos de uma "família universal". E daqui vem o seu espírito de corpo (de corporação, de corporativismo).
E
aproveitando este termo também, porque a Maçonaria atual tem as suas
origens nas corporações medievais de pedreiros e artificies que
trabalhavam na construção civil à época onde nas quais os seus membros
se sentiam também como irmãos por partilharem o mesmo ofício e os seus mistérios...
Enquanto
os "construtores de catedrais" trabalhavam efetivamente a pedra em si,
os atuais maçons laboram a "pedra" de uma forma espiritual, ou seja,
trabalham no sentido de aprimorar a sua conduta e forma de estar,
tentando modificar o seu "íntimo", por forma a que consigam honrar o seu
templo interno, o seu corpo, a sua "alma", tentando ao mesmo tempo e
através da sua ação na sociedade, promover a evolução desta.
Este
tipo de tratamento "de irmãos" feito pelos maçons, facilita o
relacionamento e o seu contato entre si, porque como a Maçonaria está
presente por todo o globo terrestre, esta forma de tratamento quebra "barreiras" que não têm de existir entre irmãos, membros de uma mesma "família/grêmio/fraternidade".
Este sentimento fraterno que é sentido pelos membros da Maçonaria é uma espécie de cimento que os une, independentemente da sua idade, das suas origens, estratos sociais e econômicos.
O facto de se considerarem como "irmãos" menospreza determinados
pormenores, mesmo que profanos, que habitualmente poderiam suscitar
algum tipo de divisão ou de querela entre pessoas de bem, no que toca a
temas fraturantes na Sociedade, nomeadamente no que à Política e à
Religião dizem respeito.
Cada
um respeita e faz por respeitar as ideias e convicções do seu
semelhante, mesmo que adversas ou contrárias às suas ideias pessoais.
A
própria Maçonaria Regular no seio das suas sessões proíbe a discussão
de temas onde a política partidária ou o proselitismo religioso sejam
por demais evidentes.
No
entanto e importa ressalvar que, mesmo apesar de se considerarem
Irmãos, infelizmente nem sempre as coisas decorrem às "mil maravilhas",
pois se até nas "melhores famílias" existem desavenças, a Maçonaria
também não é imune a tal.
Por
mais que se tentem dar todos bem, por vezes o ego de alguns se
sobrepõe ao sentido de fraternidade e ao espírito de corpo que abordei
anteriormente, e quando isso acontece, na maioria das vezes acontece uma
separação, uma divisão, que não trará nada de bom para ninguém. Porque
uns rumarão a "novas paragens" com as dificuldades que se sabem existir
quando se tenta recomeçar do zero, e os que ficam, acabam por ter de
"limpar os cacos" e prosseguir no seu labor constante, de forma
perseverante e altruísta.
Quando existem cisões na Maçonaria, elas deixam marcas por muito tempo, cabendo ao Tempo as sanar, porque aquilo que deve estar junto, nunca deveria estar disperso...
-Um Irmão será sempre um irmão, independentemente do caminho que decida seguir...-.
Concluindo,
quando existe um sentimento de amor fraternal que una alguém a alguém,
esta sensação modifica os seus interlocutores, amenizando a maioria dos
potenciais conflitos que poderão existir, facilitando o seu
relacionamento (entre iguais) e impele a um auxílio ao próximo que de outra forma não seria, porventura, feito.
Enfim,
tudo aquilo que se espera sentir e vivenciar entre irmãos "normais" é
sentido e vivido entre maçons; mesmo que se tenham conhecido no próprio
dia ou que já tenham uma relação de vários anos.
- Um mano é sempre um mano ! -
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