sábado, dezembro 31, 2011

O Sagrado Masculino




Estamos em um momento decisivo para a nossa existência na terra, não somente do ponto de vista ambiental, e/ou místico, mas num sentido social, de relações. A humanidade a tempos vem se ferindo em nome da ganância, em nome do controle e motivada pela falsa imagem do poder, pela ilusão de controlar e governar.
                Violência, fome, pobreza, miséria, guerra, preconceito e muitas outras coisas, tudo são patologias sociais, conseqüências de uma desarmonia onde o maior conflito se originou no momento em que nos afastamos da natureza, no momento em que nos afastamos de nós mesmos.
                Esta distância no fez esquecer de quanto tudo ao nosso redor é sagrado, quando o mar era uma divindade, as praias não eram poluídas, quando as florestas eram divinas, as matas não eram destruídas de uma maneira desenfreada. Com isso esquecemos o quanto somos sagrados e perdemos o respeito uns com os outros. Os anciões não são mais respeitados, nossas mães e pais são obstáculos, nossos filhos mimados, as mulheres inferiorizadas, os homens supervalorizados, o sexo banalizado, o amor idealizado.
                Na 23ª hora re-surge uma religião antiga, onde a terra é viva, onde tudo ao nosso redor é divino e cada um carrega dentro de si uma centelha divina, um Deus, uma estrela, uma flor mística. Uma religião que re-liga cada um com o natural, uma religião que nos re-liga as nossas responsabilidades e nos re-liga uns aos outros, uma religião de relações e relacionamentos, a Religião da Grande Mãe.
                Denominar uma religião de Matriarcal não significa excluir o masculino, que é uma religião exclusiva das mulheres, muito além disto! Valoriza o poder criativo e transformador, a força de dar a luz e nutrir um mundo melhor, a Mãe Divina é adorada pois é através Dela que surgiu a criação, mas não sem a ajuda de um parceiro. É uma prática espiritual que vem justamente fazer um contraponto ao Patriarcado que com suas idéias e ideais de dominação e repressão nos trouxe até este momento,  é um olhar mais natural ao cotidiano.
                Não sem razão tem existido um movimento intenso e cura das mulheres, para sarar as feridas e resgatá-las dos porões sociais e libertá-las das correntes que lhes foram impostas por crenças que as consideravam impuras e as menosprezam, vistas apenas como um pedaço de carne, um tentador e luxurioso pedaço de carne.
                Mas não estou aqui para falar delas, pois isto já tem sido feito com sucesso e brilhantismo por várias pessoas fantásticas no Brasil e no mundo. Estou aqui para falar das feridas masculinas que muitas vezes são demonizadas e ignoradas.
                Os homens modernos não sabem o que é ser homem hoje em dia. Vivem as custas de um ideal imposto que os priva de desejos e necessidades, estabelece rotas seguras mas idealizadas de comportamento, objetivos vazios e frustrantes. Suas angustias reprimidas são expressas através da violência e do abuso. Refletem nos outros os abusos feitos pela sociedade, opressão, dor e violência.
                Os homens precisam ser curados, sua função divina seu potencial masculino foi reprimido e desviado, suas virtudes foram poluídas e desvirtuadas.
                A cura do homem vem através da Deusa, e o que ela nos mostra? O Deus! Os homens precisam encontrar o Deus, precisam de idéias, modelos, inspirações sadias e fortalecedoras para que ao encontrar a Deusa e seu potencial possa desabrochar e a harmonia possa ser restaurada, em cada um e num todo.
                Por isso em 2012 será um dedicado ao resgate do sagrado masculino, a idéia é preparar rituais e exercícios para conectar Deuses a Homens, para repensarmos a masculinidade num campo onde predominam as mulheres, esta idéia vem para mostrar aos homens uma forma de praticar uma espiritualidade focada no Sagrado Feminino sem que se perca a identidade masculina. 
                O Deus se manifesta através de ações, atitudes e auxilia em situações de conflitos internos e externos, fecundando escolhas e derrotando inimigos morais e reais. 

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