quinta-feira, abril 05, 2012


 A coragem de viver, acima das dificuldades
 "Você nunca realmente perde até parar de tentar".

 "Se me pedissem que desse um único conselho que fosse mais útil para a
 humanidade, seria este: espere alguma dificuldade como uma parte  inevitável da
 vida, e quando ela chegar fique com a cabeça erguida, olhe-a direto
 nos olhos e diga: - Eu vou ser maior do que você. Você não pode me derrotar". Ann
Landers

 A história costuma exaltar os indivíduos que chegaram ao topo ou  que, de alguma
forma, tornaram o mundo melhor. Seria um erro acreditar que nossos heróis  calcularam cada movimento, encaixando deliberadamente cada peça do quebra-cabeça da vida.
 Na realidade muitos deles enfrentaram mudanças - inesperadas ou indesejadas -  que exigiram muita coragem. Mesmo assim, eles não deixaram que as  circunstâncias os impedissem de atingir seus objetivos.
Enfrentar algumas das mais duras realidades da vida requer coragem. Winston Churchill via na coragem um ponto de partida. Ele disse: "A coragem é a primeira entre as qualidades humanas, porque é a qualidade que   garante todas as outras". Ele não estava falando apenas de coragem em termos épicos - aquela associada a personalidades famosas e grandes acontecimentos - mas da  coragem do dia-a-dia.
 "A vida é dura... e nem sempre é justa. Mas isso não quer dizer que ela não possa ser boa, gratificante e prazerosa."
 Mais do que qualquer outra coisa, coragem é uma decisão. É a decisão de ir  fundo e em busca do nosso próprio caráter, de achar a fonte de nossa força  quando a vida nos decepciona. É a decisão que temos de tomar,  se queremos nos  tornar plenamente humanos.

 Ludwig Van Beethoven é um dos nomes mais conhecidos da história da música. Nascido em 1770 em Bonn, na Alemanha, filho de um tenor e músico da corte, o  jovem Beethoven não levava uma vida luxuosa. Aos oito anos ele fez  sua primeira apresentação em público como pianista. Apesar do talento prodigioso,  Beethoven era maltratado pelo pai dominador, rabugento e bêbado, que o forçava a tocar  para divertimento de seus amigos.
 Quanto mais o velho Beethoven tentava conciliar o ciúme que sentia do talento  do filho com o desejo de que ele fosse bem sucedido, mais ele se tornava violento. Em 1787, Beethoven partiu rumo a Viena para estudar com os mestres.  Ignorante quanto aos costumes da alta sociedade e descuidado com a própria aparência, ele não se entrosava com os sofisticados músicos Vienenses.
Mesmo assim, logo ganhou fama de pianista brilhante. Quando sua estrela  começava a subir, a morte de sua mãe obrigou-o a voltar para Bonn,  onde assumiu a responsabilidade de ajudar a família. Ao retornar a Viena alguns anos mais tarde, Beethoven buscou orientação com Haydn e outros compositores  proeminentes da época, como Albrechtsberger e Salieri. Logo, ele estava criando  sinfonias e executando suas próprias composições ao piano.
 Quando tudo parecia dar certo, algo começou a dar muito errado: aos trinta e  poucos anos, Beethoven começou a ter problemas de audição. Um distúrbio inicialmente sutil foi piorando rapidamente até que, em poucos anos, ele ouvia apenas sons distorcidos e não conseguia distinguir qualquer som alto. A cruel ironia da situação - o músico que não podia mais ouvir a própria música – levou Beethoven ao desespero profundo.
Embora não pudesse continuar a tocar, Beethoven não dobrou suas partituras e  procurou isolar-se do mundo. Ele sabia que ainda podia compor. E dedicou-se a compor sob uma perspectiva ainda mais complexa e apaixonada. Esse fôlego renovado resultou na terceira sinfonia, a Heróica, que agitou o mundo da música.
Paradoxalmente à medida que sua audição se deteriorava, sua música florescia. Ele concluiu dois de seus maiores trabalhos - a Quinta e a Sexta  Sinfonia – em 1808, e em 1823 compôs a Nona Sinfonia. Inspirado no grande poema de  Schiller, Ode à Alegria, a Nona Sinfonia personificou os ideais do Iluminismo, desde a  declaração de independência até a ciência emergente da era  industrial. Escrita por um compositor quase completamente surdo é considerada uma das  maiores obras de arte já realizadas.
Se Beethoven tivesse se deixado subjugar pela perda auditiva, ele e o mundo  teriam perdido um importante marco para o progresso humano. Por sorte, a natureza concedeu-lhe uma dádiva tão preciosa quanto seu gênio musical: a coragem de enfrentar mudanças devastadoras, recusando-se a deixar seu talento  murchar por causa de um golpe do destino.

O teólogo Paul Tillich definiu este tipo de coragem como a  verdadeira coragem, que consistia em dizer sim à vida apesar da dor e de todas as  dificuldades que fazem parte da existência humana. Ele disse que era preciso  demonstrar coragem diariamente para encontrar algo definitivamente positivo e  significativo, tanto a respeito da vida como de nós mesmos.
A vida é dura... e nem sempre é justa. Mas isso não quer dizer que ela não  possa ser boa, gratificante e prazerosa. Ainda há muitas razões para  dizer sim à vida.

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