Os símbolos e os ritos sempre
foram recursos para as diversas formas que o homem encontrou para organizar-se.
Vejam-se os rituais dentro de uma igreja, dentro de um tribunal, no sistema de
colação de grau de formandos, de união entre casais, o significado da cruz para
alguns cristãos, etc. Para cada caso um sentimento, emoção ou sentido é
associado e tem com isso funções específicas de causar impressões e respostas
de nossa consciência. A Maçonaria preserva em seus ritos e símbolos a bagagem
dos séculos de aprendizado do ser humano e para que não sejam profanados e
perdidos, seu sentido deve ser interiorizado. Ou seja, para cada texto que
pretende revelar algum dos segredos da Maçonaria apenas se cria mais confusão e
se afasta de seu real significado.
A Maçonaria é uma organização
mundial e, portanto, compreende diversas crenças de diversos povos. É por esta
razão que aceitam diversos nomes para Deus, conforme a crença predominante,
embora prefiram chamá-lo de "Grande Arquiteto do Universo" (G.A.D.U.
- forma única para representar o nome escolhido de cada religião), nome pelo
qual se refere, na Maçonaria, para cada caso ou país onde se encontra, Allah, Brahma, Jeová, etc..., partindo do
pressuposto de que se trata do mesmo deus com o nome variando conforme o povo.
Pra ficar mais claro, uma Loja Maçônica muçulmana teria por
denominação o nome utilizado por seus integrantes, ou seja, Allah. Isto fica evidenciado pelo fato de
que em outros países se adotam outros livros considerados sagrados para abrir
as sessões. Conforme a crença da região em questão, o livro adotado pode ser o
Alcorão, a Tripitaka, os Vedas, O Livro de Mórmon, etc.
Mito
Há grande confusão de conceitos
para se definir quem é o deus da Maçonaria, alegando que o problema está mais
na falta de espiritualidade do homem que no nome de Deus em si. Repete-se em
livros e sites que "no grau do Real Arco do Rito de York, o
maçom tem a lição de que o verdadeiro nome de Deus é Jabulon, onde cada sílaba
da palavra representaria um deus. Já teve até quem associou ao nome da bola
usada na copa da África: Jo'bulani que é uma palavra do idioma
Bantu. Segundo Henry Wilson Coil (Coil's Masonic Encyclopedia,
pág. 516), seria uma associação de Javeh, Baal ou Bel e Om (Osíris, o deus-sol
do Egito). Ja, representa Javé; Bul ou Baal representa o antigo deus cananita,
deus nacional dos fenícios, terra de Hirão, rei de Tiro (conf. II Rs 1:2-4);
On representaria Osíris, o misterioso deus egípcio. Nesse mesmo grau a
Maçonaria uniria Yahweh, nome que consta na Bíblia, com divindades pagãs como
Baal, On e Osíris, que, segundo a própria Bíblia, tratam-se de abominações
pagãs repudiadas totalmente por Deus". É falso! A palavra
Jahbulon apareceu pela primeira vez na literatura maçônica em 1700 e referia-se
a lenda do explorador que teria encontrado uma placa de ouro no templo de
Salomão, contendo gravado, o nome de Deus. Ainda assim, trata-se de uma
simbologia como as demais lendas que os iniciados devem refletir e meditar.
Não cabe aqui discutir
interpretações e traduções equivocadas de textos sagrados ou não. Mas uma
explicação ao equívoco da trindade é pertinente. Muito da simbologia maçônica
remete-se a geometria e o número três tem seu próprio significado, assim como os
demais. Na literatura maçônica existem várias lendas, ritos e símbolos para que
o iniciado contemple os significados desses sinais. Nada de mal ou anticristão
há nisso como desejam alguns que amam as supostas conspirações! Os judeus foram
sábios em não grafar o nome de Deus, referindo-se a ele de maneira sempre a
exaltar sua presença e não seu nome. Preferiam formas como Adonai,
ou Altíssimo, Senhor. O Tetragrama formado pelas letras
hebraicas YOD-HEY-VAV-HEY, se pronunciado fosse, em acordo com a fonética hebraica,
seria "Iaurrú", presente em quase todos os sobrenomes de judeus e
nomes bíblicos alterados para maior conforto de nossas línguas:
Benjamin NetanYAOHU (Primeiro Ministro de Israel), ULYAOHU (Elias), YARMIYAOHU
(Jeremias), YASHUAYAOHU (Izaías), e assim por diante. Se
houve, no passado, intenções para distorcer o nome, isso ocorreu devido a
influências do paganismo na época e nomes foram alterados para se aproximarem
da cultura romana.
Inúmeras obras antimaçônicas
foram escritas no passado. Algumas com consequências mortais, instigando a
perseguição de parte dos fundamentalistas políticos e religiosos. São exemplos:
a perseguição na Alemanha, por Adolf Hitler; na Espanha, Francisco
Franco; diversos papas católicos e líderes de outras miríades de religiões
fundamentalistas. Milhares de maçons foram assassinados em consequência destas
obras escritas apenas para público profano desejoso de conhecer os
"terríveis segredos da Maçonaria". Outros tinham por alvo disseminar
mentira e instigar à discriminação racial, guerras ideológicas e sanguinárias,
como no caso de "Os Protocolos dos Sábios de Sião".
Existem também obras de autores
maçons que causaram danos graves porque foram escritas por pessoas de pouco ou
nenhum conhecimento técnico e histórico. Inventaram estórias e dados
inconsistentes que, de tanto serem replicadas, alcançaram o status de verdade e
acabaram alimentando os caluniadores. Existem casos onde os fatos relatados têm
mínima chance diante de uma pesquisa superficial porque são pura ficção de
pouco ou nenhum suporte. Nestes casos um leitor deduz que os piores inimigos
estão dentro da Maçonaria, constituída de "irmãos" oportunistas e
astutos na preparação de ardis revelando sórdidos objetivos comerciais. Estes
textos, sim, expuseram a Maçonaria a ridículo e perigo, mas que à luz de
uma justa pesquisa não prosperam.
"Apenas, um ano após a aparição da primeira
constituição maçônica, quando, em 1724, foi escrito o Livro das Constituições
de James Anderson, surgiu em Londres, de autor anônimo e edição de Willian
Wilmont, um pequeno impresso com o título "Revelado o Grande Mistério
dos Maçons". Tudo leva a crer que o autor foi um covarde maçom, cujo único
objetivo foi vender informações maçônicas ao maior número de pessoas. Depois
surgiu "Toda a Instituição Maçônica", revelando até sinais e
palavras. Foram muitos os textos que surgiram na época, alguns até
plágio dos primeiros, mas todos com o objetivo de fazer dinheiro à custa da
curiosidade profana. A partir de 1730 surgiram obras antimaçônicas de
vulto e impacto: "A Maçonaria Dissecada" de Samuel Prichard.
Em 1744, o abade Perau publicou o livro: "A Ordem dos
Franco-maçons Traída e Seus Segredos Revelados". Neste mesmo ano, Luiz
Traveno publicou diversos livros versando sobre Maçonaria, sempre
expondo assuntos internos, no claro objetivo de apenas vender livros e fazer
dinheiro. Em 1760 foi editado um livro de autor desconhecido, "As Três
Batidas Distintas". Em 1762 apareceu o livro "Jaquim e Boaz".
Depois surgiu "Memórias do Jacobismo", do padre Augustinho Barruel,
o qual é considerado, de fato, o pai da antimaçonaria, pois sua criatividade
criou fábulas tão verossímeis que estas ainda hoje prejudicam os maçons.
De todos estes autores podemos
aceitar até motivação por ódio e oportunismo comercial contra a Maçonaria, pois
não eram maçons. Entretanto, o maior mestre do engodo, de todos os tempos, foi
o aprendiz maçom Leo Taxil, este causou estragos terríveis à ordem
maçônica. Depois deste "irmão" surgiu frei Boaventura em seu livro
"A Maçonaria no Brasil", também pretendia contar os
"segredos" dos homens que se reuniam a portas fechadas em confrarias
fraternas.
O supremo campeão é sem dúvidas: "Os Protocolos dos Sábios de Sião",
obra ficcional na qual foram baseadas as invenções de alguns detratores e
principalmente de parte do padre Barruel, dando conta de uma suposta
"Conspiração Maçônica", e onde foram dramatizadas situações sem
fundamento que muitos males causaram aos maçons ao longo do tempo; nem as
dramatizações de Leo Taxil e todos os anteriores ao padre Barruel causaram
tanto mal. Mesmo escrevendo diversos livros dos dramas e problemas
proporcionados, não se esgota o assunto da antimaçonaria".
Pior! Os que se dedicam a criar
tais teorias conspiratórias (alguns porque rendem muito dinheiro!), ainda
afirmam o absurdo de que são conhecedores de um segredo que só seria revelado
aos que atingiram um último grau na ordem! Vi centenas de sites que se
proclamam reveladores detalhando os "mistérios" e os
"sinais" utilizados pelos maçons. Outro mito perverso! Inventam até
justificativas sobre os rituais que os maçons não forneceram!
A maioria do que se lê contra a
Maçonaria é oriunda destes livros como plataforma da calúnia e raciocínio
falso. Felizmente a instituição maçônica provê abertura para debate de
amplo leque. Maçonaria não se faz com templos, livros, grandes lojas, grandes
orientes, sinais, palavras de passe ou palavras sagradas! Estas são apenas
ferramentas, utensílios que facilitam o raciocínio, abrem o entendimento. Maçonaria
se faz dentro da mente e no coração! Todo o resto é ilusão! Tentar revelar
os "segredos" da ordem maçônica é seguramente um vão esforço dos
caluniadores de alcançarem o vento na corrida! Grandes pensadores já intuíram
em tempos remotos que, onde existirem pessoas que se tratam como irmãos e
demonstram profundo amor entre si, com certeza ali estará o espírito do Grande
Arquiteto do Universo e se pratica a verdadeira Maçonaria; independente
se as pessoas forem ou não iniciadas. A iniciação verdadeira ocorre no coração.
É dádiva divina! Resultado de sã racionalidade, lógica e espiritualidade,
equilibrados.
O maçom sequer discute ou gera
Deuses à sua imagem e semelhança, porque seres desta magnitude não cabem dentro
da lógica e isso apenas gera separação e ranger de dentes, daí usar apenas o
conceito de um Princípio Criador, ao qual se denomina Grande Arquiteto do
Universo. É a razão da paz encontrada entre as colunas das lojas dos maçons em
todos os países. Aliás, em minha cidade é grande o número de maçons evangélicos,
inclusive de altíssimos graus, que entendem que nada há de verdade nessas
teorias.
Na cidade de Birigui houve muitas
manifestações porque se supõe que um dos candidatos seria maçom, mas ignoravam
que do outro lado também havia. Qual o problema? Então numa democracia, maçons
não podem concorrer a um cargo público como qualquer outro? Pegam tanto no
pé da Maçonaria porque é uma organização reservada e evita se expor em demasia,
mas não entendo a perseguição a ela, sobretudo por cristãos que sabem muito bem
o que é ser perseguido e estigmatizado. Estou convicto de que há na ordem maus
maçons como nos mais diversos meios de organização em grupo do ser humano, mas,
atribuir a Maçonaria as milhares de teorias de conspiração que existem no globo
e são repetidas a exaustão por puro medo daquilo que desconhecem não me parece
correto e justo. Ainda mais, quando partindo de pessoas muito comprometidas e
dedicadas a uma obra justa e perfeita que é a aproximação do ser com seu
criador.
Fato: se religião é o
ato de religar o ser a seu princípio criador, então a Maçonaria trabalha para
que todas as religiões obtenham sucesso nesse objetivo. Não sendo a Maçonaria
uma religião, mas tendo entre suas colunas irmãos de todas as correntes
religiosas e primando pela evolução do indivíduo para que alcance sua
plenitude, ela não é religiosa, mas dotada de religiosidade e ajuda na causa
das religiões, desde que sem fanatismo.
Para quem deseja entender melhor
de que se trata a Maçonaria, pergunte a um Maçom, visite uma sessão
branca, investigue diretamente na Ordem, não recorra a especulações. Não há
nada de misterioso na Maçonaria e nada de absolutamente secreto, salvo e de
direito, a maneira como os maçons se reconhecem. É perfeitamente compreensível
que seja deste modo, pois equivaleria ao ato de emprestar um cartão de crédito
com as senhas e o saldo informado.
Perguntas e respostas
O que é a Maçonaria? -
A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica,
educativa e progressista.
Por que é Filosófica? -
É filosófica porque em seus atos e cerimônias ela trata da essência,
propriedades e efeitos das causas naturais. Investiga as leis da natureza e
relaciona as primeiras bases da moral e da ética pura.
Por que é Filantrópica? -
É filantrópica porque não está constituída para obter lucro pessoal de nenhuma
classe, senão, pelo contrário, suas arrecadações e seus recursos se destinam ao
bem-estar do gênero humano, sem distinção de nacionalidade, sexo, religião ou
raça. Procura conseguir a felicidade dos homens por meio da elevação espiritual
e pela tranquilidade da consciência.
Por que é Progressista? -
É progressista porque partindo do princípio da imortalidade e da crença em um
princípio criador regular e infinito, não se aferra a dogmas, prevenções ou superstições.
E não põe nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos na busca da verdade,
nem reconhece outro limite nessa busca senão o da razão com base na ciência.
Quais são os seus princípios? -
A liberdade dos indivíduos e dos grupos humanos, sejam eles instituições,
raças, nações; a igualdade de direitos e obrigações dos seres e grupos sem
distinguir a religião, a raça ou nacionalidade; a fraternidade de todos os
homens, já que somos todos filhos do mesmo CRIADOR e, portanto, humanos e como
consequência, a fraternidade entre todas as nações.
Qual o seu lema? -
Ciência - Justiça - Trabalho: Ciência, para esclarecer os espíritos e
elevá-los; Justiça, para equilibrar e enaltecer as relações humanas; e Trabalho
por meio do qual os homens se dignificam e se tornam independentes
economicamente. Em uma palavra, a Maçonaria trabalha para o melhoramento
intelectual, moral e social da humanidade.
Qual é seu objetivo? -
Seu objetivo é a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das
virtudes.
O que entende a Maçonaria por
moral? - Moral é para a Maçonaria uma ciência com base no entendimento
humano. É a lei natural e universal que rege todos os seres racionais e livres.
É a demonstração científica da consciência. E essa maravilhosa ciência nos ensina
nossos deveres e a razão do uso dos nossos direitos. Ao penetrar a moral no
mais profundo da nossa alma sentimos o triunfo da verdade e da justiça.
O que entende a Maçonaria por
virtude? - A Maçonaria entende que virtude é a força de fazer o bem em
seu mais amplo sentido; é o cumprimento de nossos deveres para com a sociedade
e para com a nossa família sem interesse pessoal. Em resumo: a virtude não
retrocede nem ante o sacrifício e nem mesmo ante a morte, quando se trata do
cumprimento do dever.
O que entende a Maçonaria por
dever? - A Maçonaria entende por dever o respeito e os direitos dos
indivíduos e da sociedade. Porém não basta respeitar a propriedade apenas, mas,
também, devemos proteger e servir aos nossos semelhantes. A Maçonaria resume o
dever do homem assim: "Respeito a Deus, amor ao próximo e dedicação à
família". Em verdade, essa é a maior síntese da fraternidade universal.
A Maçonaria é religiosa? -
Sim, é religiosa, porque reconhece a existência de um único princípio criador,
regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual se dá, o nome de GRANDE
ARQUITETO DO UNIVERSO, porque é uma entidade espiritualista em contra posição
ao predomínio do materialismo. Estes fatores que são essenciais e
indispensáveis para a interpretação verdadeiramente religiosa e lógica do
UNIVERSO, formam a base de sustentação e as grandes diretrizes de toda
ideologia e atividade maçônicas.
A Maçonaria é uma religião? -
Não. A Maçonaria não é uma religião. É uma sociedade que tem por objetivo unir
os homens entre si. União recíproca no
sentido mais amplo e elevado do termo. E nesse seu esforço de união dos homens,
admite em seu seio pessoas de todos os credos religiosos sem nenhuma distinção.
Para ser Maçom é necessário
renunciar à religião a qual se pertence? - Não, porque a Maçonaria
abriga em seu seio homens de qualquer religião, desde que acredite em um só
Criador, o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, que é Deus. Geralmente existe essa
crença entre os católicos, mas ilustres prelados têm pertencido à Ordem Maçônica;
entre outros, o Cura Hidalgo, Paladino da Liberdade Mexicana; o Padre Calvo,
fundador da Maçonaria na América Central; o Arcebispo da Venezuela, Don Ramon
Ignácio Mendez; Padre Diogo Antonio Feijó; Cônegos Luiz Vieira, José da Silva
de Oliveira Rolin, da Inconfidência Mineira, Frei Miguelino, Frei Caneca e
muitos outros.
Quais outros homens ilustres
que foram Maçons? - Filósofos como Voltaire, Goethe e Lessing; Músicos
como Beethoven, Haydn e Mozart; Militares como Frederico o Grande, Napoleão e
Garibaldi; Poetas como Byron, Lamartine e Hugo; Escritores como Castellar,
Mazzini e Espling.
Somente na Europa houve Maçons
ilustres? - Não. Também na América existiram. Os libertadores da
América foram todos maçons. Washington nos Estados Unidos; Miranda, o Padre da
Liberdade sul-americana; San Martin e O'Higgins, na Argentina; Bolivar, no
Norte da América do Sul; Marti, em Cuba; Benito Juarez, no México e o Imperador
Dom Pedro I no Brasil.
Quais os nomes de destaque no
Brasil que foram Maçons? - D. Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Ledo,
Luis Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Deodoro da Fonseca, Floriano
Peixoto, Prudente de Morais, Campos Salles, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha,
Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Washington Luiz, Rui Barbosa e muitos
outros.
Então a Maçonaria é tolerante? -
A Maçonaria é eminentemente tolerante e exige dos seus membros a mais ampla
tolerância. Respeita as Opiniões políticas e crenças religiosas de todos os
homens, reconhecendo que todas as religiões e ideais políticos são igualmente
respeitáveis e rechaça toda pretensão de outorgar situações de privilégio a
qualquer uma delas em particular.
O que a Maçonaria combate? -
A ignorância, a superstição, o fanatismo. O orgulho, a intemperança, o vício, a
discórdia, a dominação e os privilégios.
A Maçonaria é uma sociedade
secreta? - Não, pela simples razão de que sua existência é amplamente
conhecida. As autoridades de vários países lhe concedem personalidade jurídica.
Seus fins são amplamente difundidos em dicionários, enciclopédias, livros de
história etc. O único segredo que existe e não se conhece senão por meio do
ingresso na instituição, são os meios para se reconhecer os maçons entre si, em
qualquer parte do mundo e o modo de interpretar seus símbolos e os ensinamentos
neles contidos.
Quais as principais obras da
Maçonaria no Brasil? - A Independência, a Abolição e a República. Isto
para citar somente os três maiores feitos da nossa história, em que os maçons
tomaram parte ativa.
Quais as condições individuais
indispensáveis para poder pertencer a Maçonaria? - Crer na existência
de um princípio Criador; ser homem livre e de bons costumes; ser consciente de
seus deveres para com a Pátria, seus semelhantes e consigo mesmo; ter uma
profissão ou ofício lícito e honrado que lhe permita prover suas necessidades
pessoais e de sua família e a sustentação das obras da Instituição.
O que se exige dos Maçons? -
Em princípio, tudo aquilo que se exige ao ingresso em qualquer outra
instituição: respeito aos seus estatutos, regulamentos e acatamento às
resoluções da maioria, tomadas de acordo com os princípios que as regem; amor à
Pátria; respeito aos governos legalmente constituídos; acatamento às leis do
país em que viva, etc. E em particular: a guarda do sigilo dos rituais
maçônicos; conduta correta e digna dentro e fora da Maçonaria; a dedicação de
parte do seu tempo para assistir às reuniões maçônicas; a prática da moral, da
igualdade e da solidariedade humana e da justiça em toda a sua plenitude.
Ademais, se proíbe terminantemente dentro da instituição, as discussões
políticas e religiosas, porque prefere uma ampla base de entendimento entre os
homens a fim de evitar que sejam divididos por pequenas questões da vida civil.
O que é um Templo Maçônico? -
É um lugar onde se reúnem os maçons periodicamente para praticar as cerimônias
ritualísticas que lhes são permitidas, em um ambiente fraternal e propício para
concentrar sua atenção e esforços, para
melhorar seu caráter, sua vida espiritual e desenvolver seu sentimento de
responsabilidade, fazendo-lhes meditar tranquilamente sobre a missão do homem
na vida, recordando-lhes constantemente os valores eternos cujo cultivo lhes
possibilitará acercar-se da verdade.
O que se obtêm sendo Maçom? -
A possibilidade de aperfeiçoar-se, de instruir-se, de disciplinar-se, de
conviver com pessoas que, por suas palavras, por suas obras, podem
constituir-se em exemplos; encontrar afetos fraternais em qualquer lugar em que
se esteja dentro ou fora do país. Finalmente, a enorme satisfação de haver
contribuído, mesmo em pequena parcela, para a obra moral e grandiosa levada a
efeito pelos homens. A Maçonaria não considera possível o progresso senão na
base de respeito à personalidade, à justiça social e a mais estreita
solidariedade entre os homens. Ostenta o seu lema "Liberdade, Igualdade e
Fraternidade" com a abstenção das bandeiras políticas e religiosas. O segredo
maçônico, que de má fé e caluniosamente tem se servido os seus inimigos para
fazê-la suspeita entre os espíritos cândidos ou em decadência. Não é um dogma
senão um procedimento, uma garantia, uma defesa necessária e legítima, porém
como inevitavelmente tem sucedido com todo direito e seu dever correlativo, o
preceito das reservas maçônicas já tem experimentado sua evolução nos tempos e
segundo os países. A Maçonaria não tem preconceito de poderes, e nem admite em
seu seio, pessoas que não tenham um mínimo de cultura que lhes permitam
praticar os seus sentimentos e tenham uma profissão ou renda com que possam
atender às necessidades dos seus familiares, fazer face às despesas da
sociedade e socorros aos necessitados.
Biografia:
Augustin Barruel ou Abbé
Augustin Barruel, jesuita francês. Nasceu em 2 de outubro de 1741. Faleceu,
em 5 de outubro de 1820, com 78 anos de idade. Escreveu que a revolução
francesa foi planejada e executada por sociedades secretas;
Francisco Franco ou Francisco
Bahamonde Franco, escultor, militar e político espanhol e português. Nasceu
em El Ferrol, Galícia em 4 de dezembro de 1892. Faleceu em Lisboa, em 20 de
novembro de 1975, com 82 anos de idade. Caudilho do povo espanhol;
Hitler ou Adolf Hitler,
estadista, militar e político alemão. Nasceu em Braunau, Áustria em 20 de abril
de 1889. Faleceu em Berlim, Alemanha, em 30 de abril de 1945, com 56 anos de
idade, suicídio. Fundador do Partido Nacional Socialista Alemão;
James Anderson, escritor,
maçom e ministro religioso inglês. Nasceu em Aberdeen, Escócia em 1679.
Faleceu, em 1739, com 59 anos de idade. Conhecido pela autoria da Constitutição
dos Maçons Livres ou a Constituição de Anderson;
Luiz Travenol, escritor e
maçom francês. Também conhecido por Leonardo Gabanon. Em 1743, Publicação de
Catechismes des Franc-maçons, revelando segredos, de autoria de Travenol;
Marie Joseph Gabriel Antoine
Jogand-Pagès, falsário francês. Também conhecido por Léo Taxil. Nasceu em
21 de março de 1854. Faleceu, em 31 de março de 1907, com 53 anos de idade;
PRICHARD, Samuel escritor
e maçom inglês. Em 1730, Publicação do livro Maçonaria Dissecada de Samuel
Prichard, que divulgou Segredos Maçônicos e provocou alterações nos Rituais dos
Modernos. Inglaterra. Em 1738, Publicação de Recepção Misteriosa, tradução mal
feita de Maçonaria Dissecada de Samuel Prichard.
BAYARD, Jean-Pierre, A
Espiritualidade na Maçonaria, Da Ordem Iniciática Tradicional às Obediências,
tradução: Julia Vidili, ISBN 85-7374-790-0,
primeira edição, Madras Editora Ltda., 368 páginas, São Paulo, 2004;
BOUCHER, Jules, A
Simbólica Maçônica, Editora Pensamento, 1979;
CARVALHO, Francisco de Assis,
O Avental Maçônico e Outros Estudos, Nº 6, primeira edição, Editora Maçônica a
Trolha Ltda., 160 páginas, Londrina, 1989;
FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio
de, Dicionário de Maçonaria, Seus Mistérios, seus Ritos, sua Filosofia, sua
História, quarta edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 550 páginas, São
Paulo, 1989;
PROBER, Kurt, História do
Supremo Conselho do Grau 33 do Brasil, Volume 1, 1832 a 1927, primeira edição,
Kosmos, 405 páginas, Rio de Janeiro, 1981;
WESTCOTT, William Wynn,
Maçonaria e Magia, título original: Tha Magical Mason, tradução: Joaquim
Palácios, ISBN 85-315-0384-1,
primeira edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 240 páginas, São Paulo,
1983.
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