segunda-feira, dezembro 03, 2012



R.E.R. - RITO ESCOCÊS RETIFICADO.
 
   Desde o inicio do século XVIII se celebra em Londres, o dia de São João (24 de Junho de 1.717), uma assembleia chamada de Franco-maçons especulativos,  que rapidamente se conhecerá na historia sob o nome de Grande Loja de Londres. Também nessa mesma data existiam outras lojas que se reuniam desde tempos remotos, algumas das quais continuaram trabalhando de forma independente. Em 1.751 elas formam uma Grande Loja rival: “A mais antiga e honorável Sociedade de Maçons aceitos e livres”. Os esforços para reconciliá-las, normalmente com encarniçadas rivalidades, culminaram em 1.813, quando as duas Grandes Lojas se uniram para formar a “Grande Loja Unida de Inglaterra”.
   Enquanto se desenvolvia esta jovem maçonaria especulativa e intelectualista, que tomava dos construtores medievais os três graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre e seu simbolismo do Templo de Salomão, nascia na Alemanha, talvez pelo contato da sobrevivência das cavalarias teutônicas que estiveram tão ligadas aos Templários, uma maçonaria que ia dar todo seu sentido cavalheiresco a franco-maçonaria espiritualista: A Estrita Observância Templaria (S.O.T.), do barão Karl Gotthelf von Hund und Altengrokau, de Silesia (1.722-1.776). A esta Ordem pertenceram, entre outros, Mozart, Goethe e Haydin.
    O barão Hund , admitido franco-maçom em janeiro de 1.742 numa loja de Frankfurt, se encontrava em Paris em 1.752 . Um dignitário maçom conhecido sob o nome de Eques e Penna Rubra (Cavaleiro da Pena Vermelha), lhe confere os segredos da maçonaria chamada templária. Este cavaleiro poderia ter sido o rei de Escócia no exilio, Carlos Eduardo Stuart, e os segredos os haveria conservado de seu distante antepassado Robert Bruce, que em 1.314 acolheu os templários que fugiam da França e das perseguições de Felipe, o Belo.
  Até 1.760 Von Hund funda uma loja regular em Unwerden e um capítulo em Droysich; chega a ser o responsável da VII “Província” da ordem maçônica templária. Desde então se faz chamar Carolus Eques ab Ense (Carlos, o cavaleiro da espada). Sobre esta base vai-se estruturando por etapas o sistema maçônico e cavalheiresco que se converterá na Estrita Observância Templária,  qual se desenvolverá até  o convento das lojas de Kholo em 1.764.
   A franco-maçonaria saída da S.O.T. estava constituída por quatro graus simbólicos: Aprendiz, Companheiro, Mestre e Mestre de Santo André, seguidos pela Ordem Interna que tinha dois graus a mais: Escudeiro, Noviço e Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa (C.B.C.S.) A estes se lhe agregaram no século XVIII, por vontade do mesmo barão Hund, dois graus mais que foram muito secretos: Eques Profesus (Cavaleiros Professos) e Grandes Professos, reunidos num colégio metropolitano. Estes, ainda que comprometidos de maneira total com a Ordem, não exerciam, entretanto como componentes desta “classe secreta”, função de responsabilidade ou direção administrativa alguma, já que estas últimas eram competência unicamente da Ordem Interior. Os Professos e Grandes Professos se dedicavam, mediante o estudo e a meditação, a aprofundar-se na doutrina exposta nos textos (“instruções secretas”) conservados pelo Colégio Metropolitano, estando encarregados de vivificar a Ordem, tanto por seus conhecimentos, como por seu exemplo de vida.

   Implantados na França a partir de 1.773, sob a ação do barão de Weiler (que constituiu os Diretórios escoceses das províncias de Borgonha, Estrasburgo, Auvernia, Lion, Septimania, Montpellier e de Aquitânia, Bordeaux), estes Diretórios ficaram unidos ao Grande Oriente por uns tratados concluídos entre 1.776 e 1.781. O centro de radiação mais importante foi Lion, graças ao ardor desprendido por um dos maçons mais ativos da época, Jean-Baptiste Willermoz, que introduziu nos rituais, sobretudo os de Professos e Grandes Professos, as ideias teosóficas de Martinez de Pasqually.
   O barão Hund morreu em 1.776. O novo Grão Mestre, o duque Ferdinand de Brunswik, em união com Willermoz, se esforçou em investigar e precisar as origens reais da Franco-maçonaria. Este desejo havia ficado já manifestado no convento de Kholo.
    Entre 1.774 e 1.782, dois grupos de maçons de Lion e Estrasburgo, entre os quais podemos citar a Jean e Bernard de Turkheim e Rodolphe Saltzman (Estrasburgo) e sobretudo a Jean-Baptiste Willermoz (Lion) quem foi a alma pensante, trabalham intensamente na França para gestar o que hoje em dia conhecemos por Regime Escocês Retificado. Podemos dizer que a arquitetura do Regime foi obra de Willermoz, dando forma a doutrina que este Rito comporta.
     Willermoz parte de três origens históricas e de duas fontes espirituais para dar forma a este Regime. Em quanto à estrutura e simbolismo, tanto maçônico como cavalheiresco, as três origens históricas são:
1.     A Maçonaria francesa da época com sua proliferação dos graus mais diversos (Willermoz os conhecia todos e praticou muitos deles) e que uma vez depurada, seria estruturada até 1.786 - 1.787 num sistema que levaria mais tarde o nome de “Rito Francês”, com seus três graus e quatro ordens; sem esquecer os diversos graus cuja combinação constitui o que se veio a denominar o “escocismo”.
2.     O sistema próprio de Martinez de Pasqually (ver Apêndice), personagem enigmático ainda que inspirado, o mesmo que Willermoz como Louis Claude de São Martim reconheceram sempre como seu Mestre, denominado “Ordem dos Cavaleiros Maçons Eleitos Cohens do Universo”. A “reintegração martinista” está refletida no R.E.R. desde seus primeiros graus simbólicos, assumindo seu máximo desenvolvimento nas “Instruções secretas” para os Professos e Grandes Professos.
3.     A Estrita Observância Templária, também chamada “maçonaria retificada” ou “Reformada de Dresde”, sistema alemão na qual o aspecto cavalheiresco primava absolutamente sobre o aspecto maçônico e que pretendia ser herdeira da antiga Ordem do Templo.
 
As duas fontes espirituais são:
 
1.     A doutrina “esotérica” de Martinez de Pasqually cujo conteúdo essencial versa sobre a origem primeira, a condição atual e o destino final do homem e do Universo.
2.     A tradição cristã indivisível, nutrida pelos pais da Igreja.
Partindo daqui, Willermoz deu a seu Sistema ou Regime uma arquitetura concêntrica, organizando-a em três classes sucessivas cada vez mais interiores, o mesmo que mais secretas, sendo desconhecida cada classe interior pela que lhe era exterior.
Por outra parte, dotou o caminho iniciático desenvolvido de grau em grau, de um ensinamento doutrinário progressivamente mais preciso e explícito, graças à “instruções” que formam parte integrante do ritual de cada grau.
Esta concepção de conjunto (arquitetura do Regime e Doutrina), foi oficialmente aprovada em duas etapas. Primeiramente a nível francês, pelo Convento das Galias, ocorrido em Lion (novembro-dezembro de 1.778) no qual se decretou, entre outros, o Código Maçônico das Lojas reunidas e retificadas e o Código da Ordem dos Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa, de onde provem os textos constitucionais particulares ainda em vigor. Logo a nível europeu, pelo Convento de Wilhelmsab, na Alemanha (agosto-setembro de 1.782), havido sob a presidência do duque Ferdinando de Brunswik-Lunebourg e do príncipe Charles de Hesse, e na ocasião principais dirigentes da Estrita Observância, os quais aderiram ao que nessa época veio se chamar a “Reforma de Lion”.
De acordo com as decisões adotadas no Convento das Galias e logo confirmadas pelo Convento de Wilhelmsab, o Regime Escocês Retificado (separando-se assim da Estrita Observância), renuncia a uma filiação histórica com a Ordem do Templo, ainda que retire dela uma filiação espiritual, refletida na adoção neste mesmo Convento, da denominação de “Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa”, fazendo com isso referencia aos “Pobres Cavaleiros de Cristo” das origens da Ordem do Templo, e não a Ordem rica e poderosa em que seus sucessores a converteram ao longo do tempo até a sua dissolução.
Depois da tormenta revolucionaria o R.E.R. não ressurgiu na França, se não de forma modesta, atuando especialmente em Paris, com a Loja “O Centro dos Amigos” e em Besanson com a “A Sinceridade e Perfeita União”; em 1.840 estava adormecido. Porém na Suíça sobreviveu de forma duradoura, constituindo-se o Diretório e Grão Priorado Independente de Helvetia.
No entanto, no interior da maçonaria não estava morto o velho sonho cavalheiresco. Assim, em 1.910 despertou o R.E.R. no mesmo seio do agnóstico Grande Oriente de França da época, a impulsos de Camille Savoire e Eduardo de Ribaoucourt. Este último, ante as dificuldades que suscitava a vida de uma Ordem que queria ser cristã, esotérica e templária no seio de uma maçonaria materialista, e ficou independente e em seguida criou em 1.913 a Grande Loja Regular e Independente Francesa, enquanto que Camille Savoire permaneceu fiel ao Grande Oriente. Em 1.934, uma briga interna no seio deste último levou a uma cisão que, conduzida por Savoire, criou o Grande Priorado Independente das Galias em virtude de poderes concedidos pelo Grande Priorado de Helvetia.
Em 1.938 algumas Lojas retificadas foram integradas na Grande Loja de França. Em 1.939 ficou em suspenso o Grande Priorado das Galias, reiniciando seus trabalhos em 1.945. A sete de Julho de 1.958 o Grão Prior Andrés Moiroux, sucessor de Savoir, firmou um tratado com a Grande Loja Nacional Francesa mediante o qual as lojas azuis (graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre) retificadas passavam a jurisdição da G.L.N.F., a única na França que detém uma patente de regularidade reconhecida pela Grande Loja Unida de Inglaterra. O mesmo ocorreria no resto dos países, sendo estes graus administrados pela Obediência maçônica que em cada país ostente a regularidade internacionalmente reconhecida.
Na Espanha, essa Obediência é a Grande Loja de Espanha de acordo aos reconhecimentos da Grande Loja Unida de Inglaterra, que administra e garante a pureza na prática destes rituais desde sua mesma fundação em 1.982, ficando o resto da Estrutura de dito Regime sob a jurisdição administrativa do Grande Priorado de Espanha.
O R.E.R., mais que nenhum outro rito, merece ser chamado de, o coração da franco-maçonaria cavalheiresca e espiritualista. Seu templarismo, sua mística dos dois templos, de Salomão e de Zorobabel, seus quatro graus simbólicos, seus altos graus de Escudeiro Noviço e de Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa, não tem outra finalidade que a nova instauração, através de uma mediação maçônica, do verdadeiro espírito que impulsou e animou aos Pobres Cavaleiros de Cristo. Enquanto que a maçonaria especulativa conheceu nos séculos XIX e XX muitos erros materialistas e muitos conflitos devidos principalmente ao ateísmo militante dos membros da introdução na Maçonaria do Rito York, o R.E.R., cada vez que apareceu na historia da maçonaria, defendeu uma ética cristã e cavalheiresca. Militando em favor de um joanismo absoluto (valor fundamental), para os membros deste rito, do Evangelho de João, do Apocalipse de João e de seu esoterismo denominado “gnose joanina”, se entregou, por meio da ação de seus membros, a missão de devolver ao mundo moderno o sentido do sagrado, do dogma e do rito.
A verdadeira sociedade secreta elitista, recusando a publicidade com que se rodeia em excesso certa maçonaria com ambições laicas, o R.E.R. pretende ser, por meio de seus altos graus, sobrevivência autêntica, quase que histórica, da Ordem dos Cavaleiros do Templo. Desta maneira, os C.B.C.S., quando celebram suas reuniões altamente secretas, ostentam o manto branco com a cruz vermelha dos Templários e a espada de que falava São Bernardo de Claraval em seus prolegómenos a Regra da Ordem dos Cavaleiros do Templo.

Concluiremos esta breve exposição recordando que por sua filiação espiritual, o R.E.R. reivindica, o mesmo que em seu dia a Ordem do Templo,
a dupla qualidade cavalheiresca e religiosa. Esta dupla qualidade, que aparece já sutilmente marcada ao longo dos graus maçônicos e se confere plenamente pelo armamento, não é algo para empregar somente no mundo dos séculos XII ou XVIII, se não que é atemporal e os meios para levá-la a cabo, cuja natureza é essencial, permanecem imutáveis, dado que consistem na prática de forma cotidiana e universal, das virtudes teologais da fé, a esperança e a caridade. Isto se expressa nos deveres impostos, não somente aos C.B.C.S., se não também ao maçom retificado desde o próprio grau de aprendiz, como são a defesa da religião cristã e o exercício da beneficência para todos os homens e em particular até os mais fracos e desvalidos.
Em definitivo, como foi dito, a realização espiritual que o R.E.R. propõe como objetivo a seus membros, proporcionando-lhes os meios para consegui-lo, é a de voltar a ser homens verdadeiros, templos de Deus, Uno em três pessoas.

APÉNDICE

Dado que a Ordem dos Cavaleiros Maçons Eleitos Cohens do Universo, fundada por Martinez de Pasqualis, não podo conhecer em seu tempo uma consolidação esplendorosa devido principalmente a morte prematura de seu fundador e a exigente preparação que se fazia necessária a complexidade de seus ensinamentos e suas práticas telúricas, deixou atrás de si um halo de mistério às vezes mal entendido pelos que tiveram a intenção de compreender e analisar seu legado, ou o que pode constituir em seu momento sua essência e finalidade. Tentaremos dentro de o possível esclarecer o dado histórico de forma resumida.
De Martinez de Pasqualis, Louis Claude de Saint Martín não temia confessar que era o único mortal ao que não conhecia em todas suas facetas, e ainda segue sendo um enigma de séculos mais tarde. Nasceu em 1.727 na região de Grenoble, não sendo o francês sua língua materna. Sua família era originaria de Alicante, Espanha. Morreu uma terça-feira, 20 de Setembro de 1.774 em Porto Príncipe, na ilha de Santo Domingo (atualmente Haiti) afligido por febres quando se dispunha a receber uma herança de um familiar.
Martinez de Pasqualis consagrou sua vida a sua obra, que era a Ordem dos Cavaleiros Maçons Eleitos Cohens do Universo, da que era Grande Soberano e se proclamou como seu fundador. A Ordem dos Elus Cohens era uma sociedade maçônica, em primeiro lugar porque a franco-maçonaria do século XVIII era naquela época uma das poucas associações toleradas pela igreja católica romana, e em segundo lugar porque era também um veículo privilegiado do esoterismo judeu-cristão. Porém os Elus Cohens não são simples franco-maçons, e Martinez diria que eles são os maçons verdadeiros: os sacerdotes eleitos (isto significa Elus Cohens), capazes de celebrar teurgia no Templo depois de havê-lo edificado
Em 1.754 de acordo com alguns (Thory), em 1.758 segundo outros, ou em 1.760 ao mais tardar, Martinez começa a recrutar nas lojas maçônicas do meio-dia e do sudeste de França irmãos que estivessem capacitados para levar a cabo junto com ele seu projeto de uma Ordem de Elus Cohens para a região ocidental. Anteriormente não havia sinais desta Ordem como tal, se não que existia sob uma forma não maçônica. Propagou sua doutrina e recrutou aderentes nas lojas de Marselha, Avignon, Montpellier, Narbone, Foix e Toulouse. Estabelece-se finalmente em Bordeaux em 1.762, onde contrai matrimonio com a sobrinha de um antigo Major do regimento de Foix. Apesar de alguns protestos, Martinez organizou materialmente bem sua Ordem, ainda que esta fundação não se chegasse a terminar completamente.
Em Bordeaux, Martinez se filia à loja “A Francesa”, única de quatro lojas simbólicas que se mantinha em atividade na cidade. Esforça-se em reavivar o zelo dos maçons bordaleses e, depois de assegurar-se em um minucioso exame, escolhe a vários entre eles e escreve, a 26 de março de 1.763 a Grande Loja de França: “Levantei em Bordeaux um templo a Gloria do Grande Arquiteto, incluindo as cinco ordens perfeitas dos que eu sou o depositário de acordo a constituição de Charles Stuart, rei de Escócia, de Irlanda e de Inglaterra, Grão Mestre de todas as lojas regulares repartidas sobre a superfície da terra, hoje sob a proteção de Georges Guillaume, rei de Grã-Bretanha, e sob o título de Grande Loja “A Perfeição Élue et Écossaice”. Ao mesmo tempo, dirigia a Grande Loja de França uma copia da patente em inglês entregue em 20 de Maio de 1.738, pelo Grão Mestre da Loja de Stuart a seu pai Martinez de Pasqualis, escudeiro, com poder para transmiti-la a seu filho primogénito Joachin Martines de Pasqualis para constituir e dirigir como Grão Mestre da Loja, templos à Gloria do Grande Arquiteto.
Depois de um intercambio de varias cartas, a Grande Loja de França termina por entregar a Martinez uma bula autorizando dar uma constituição a sua loja, chamada a partir desse momento “Française Élue Écossaice”, nome com a qual foi inscrita no quadro da Grande Loja de França a 1 de Fevereiro de 1.765.
Este mesmo ano, ele partiria para Paris para estabelecer relação com vários maçons eminentes : Bacon da Chevalerie, Lusignan, Loos, Grainville, Willermoz e alguns outros aos quais daria suas primeiras instruções. Com seus eleitos, a 21 de março de 1.767, senta as bases de seu Tribunal Soberano de Paris, nomeando a Bacon da Chevalerie como seu substituto.
Em 1.770, o rito Elus Cohens tinha templos em Bordeaux, Montpellier, Avignon, Foix, Libourne, A Rochelle, Versalhes, Metz e Paris. Outro mais se abriria em Lion, graças a atividade de Willermoz, chegando a ser o centro mais ativo de Martinez.
Ainda que em principio a Ordem dos Élus Cohens se apresentou como um sistema de altos graus maçônicos desprovidos de Lojas azuis (aprendiz, companheiro e mestre), pronto se veria obrigada a inclui-los, dada as profundas diferenças existentes entre a maçonaria Cohen e a maçonaria clássica, inclusive mística. A Ordem ficaria dividida assim em quatro classes:
 
1ª Classe: Maçonaria Simbólica.
1.     Aprendiz
2.     Companheiro
3.     Mestre
4.     Grande Élu ou Mestre Élu
 
2ª Classe: Porche.
1.     Aprendiz Élu Cohen
2.     Companheiro Élu Cohen
3.     Mestre Élu Cohen
 
3ª Classe: Graus do Templo.
1.     Grão Mestre Élu Cohen ou Grande Arquiteto
2.     Cavaleiro ou Comendador do Oriente ou Grande Élu de Zorobabel
 
4ª Classe: Secreta.
1.     Réau-Croix  -  Rosa-cruz
 
Os primeiros graus eram conferidos por iniciação ritual (normalmente transmitidos numa só cerimonia, é assim como os recebeu Saint Martín), os últimos por ordenação.
Martinez dispensa seu ensinamento na Ordem oralmente e por meio de instruções dos diferentes graus. Aos membros do grau mais elevado lhes remitia o manuscrito do Tratado da Reintegração dos Seres. Esta doutrina da reintegração com a prática telúrica correlativa forma o tesouro mais importante do qual a Ordem é depositaria.
Após a morte de Martinez em Santo Domingo em 1.774, Caignet de Lèstere o sucede na direção da Ordem, porém lhe será impossível ocupar-se ativamente da mesma . As cisões começam a produzir-se. Caignet morre em 1.778 e transmite seu legado a Sebastião das Casas. Este último não consegue renovar as relações rompidas entre os diversos templos dos Élus Cohens e refazer a unidade do rito, fomentando a dissolução dos capítulos restantes. Pouco a pouco, os templos irão adormecendo. O último em adormecer foi o de Toulouse em 1.792.
É então quando Willermoz decide empreender a reforma da Estrita Observância Templária, sendo ele um dos dirigentes mais ativos, tanto da S.O.T. cujo principal foco na França se achava em Lyon na loja “A Bienfaisance” como dos Élus Cohens da mesma cidade. Willermoz transmite assim ao Regime Escocês Retificado a doutrina dos Elus Cohens, porém não a prática telúrica. E se bem é certo que muitos dos Élus Cohens se reencontraram na Ordem dos Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa, estes tinham por consignação formal não revelar nada ali da teurgia cerimonial, nem sequer da existência desta teurgia em si mesma.
A doutrina da reintegração foi sutilmente exposta nos primeiros graus simbólicos, depois mais claramente na Ordem Interior e de uma maneira perfeita na dupla classe secreta do Rito.
 
Notas:
1.     É necessário assinalar que a noção do Regime tem que ver com a organização estrutural do sistema, enquanto que a do Rito se refere a prática ritual propriamente dita. Assim, pois, as duas expressões: Regime Escocês Retificado e Rito Escocês Retificado, não querem dizer o mesmo, ainda que o uso cotidiano as confunda ao ter ambas as siglas comuns: R.E.R. .
2.     Convent: palavra inglesa usada para designar as assembleias generais dos franco-maçons.
3.     Martinez de Pasqually, teósofo, nasceu em Grenoble em 1.727 e morreu em Santo Domingo em 1.774. Autor do “Tratado da Reintegração dos Seres” construiu uma grandiosa e interessante doutrina sobre a queda do homem e o retorno pela iniciação a Deus. É o fundador da Ordem dos Eleitos Cohen do Universo, a que pertenceram Willermoz e Louis-Claude de Saint Martín.
4.     Por outros ritos entendemos, essencialmente, o R.E.A.A., o rito de Emulação e o de York.
5.     Salomão construiu em 960 a. C. o Templo de Jerusalém. Em 587 a. C., Nabucodonosor, rei de Babilônia, o destruiu. A volta ao dominio de Babilônia, os judeus, sob a direção de Zorobabel, o reconstruíram em 537 a. C..
6.     Martinez de Pasqualis parece ter sido um pseudónimo acrescentado a seu nome civil: Jacques Delivon Joacin Latour da Case.

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